Pegando carona no
Oscar, que acontece domingo que vem, e no filme mais hypado da temporada, Trapaça,
vamos falar aqui do revival na moda
de uma fase curta mas bastante distinta dos anos 1970.
Em algum lugar entre a
moda hippie do final dos anos 1960 e início dos 1970, os cortes masculinos e
tons marrons e terrosos à la As Panteras e That 70’s Show e os exageros sem
limites dos anos 1980, surgiu uma era em que as mesmas mulheres que trabalhavam
de dia, começaram a frequentar discotecas (Studio 54, de preferência) à noite e
a abusar de muitos paetês, decotes e... mais decotes. Pelo menos no imaginário
de Hollywood.
Trapaça, em meio às suas 10 indicações, concorre ao prêmio de melhor figurino. A
caracterização dos atores, no melhor estilo disco-quase-brega desse finalzinho
dos anos 1970, é impecável, assim como cabelos e maquiagens. E o figurinista
Michael Wilkinson usou e abusou da fita dupla face na hora de vestir as musas
Amy Adams e Jennifer Lawrence. Amy (que no longa usa mais de uma vez os wrap
dresses de Diane Von Furstenberg dos quais falamos há algumas semanas), deu a
dica para manter tudo no lugar (além da fita mencionada acima): Manter a coluna
reta e evitar correntes de vento.
Os croquis do figurinista Michael Wilkinson para Trapaça |
Na verdade, o decote em
V profundo valia também para os homens, afinal Bradley Cooper usa suas camisas
abertas com os pelinhos do peito à mostra em meio a correntes de ouro, tudo combinando
com os cachinhos de permanente típicos da época, alcançado com bobes.
Amy Adams em dois momentos secretária-sexy, caindo na balada com os colegas de trapas e os pelinhos do peito de Bradley Cooper |
Michael explica que
queria mostrar como aqueles personagens se vestiam como a pessoa que aspiravam
ser, e não necessariamente quem eram. Personagens fazendo personagens. Michael,
que teve que usar tecidos baratos para compor o figurino, quis justamente fugir
dos tons terrosos da época e introduzir tons vibrantes e metálicos que
preparariam o terreno para a loucura dos anos 80. E, no caso dos personagens,
para o sonhado futuro de riqueza que eles alcançariam com a tal da trapaça do
título. O problema é que nem sempre fingir ser quem queremos ser cola, nem com
double tape. Ou cola? Só assistindo!
Curtiu? Corra para a locadora ou Netflix e assista Cassino, Scarface e Boogie Nights |
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