24 de fev. de 2012

Papos de sexta: Folia de livros, por @vivimaurey

Assim como muitos outros nerds da gema – cof cof –, também não curto Carnaval. Não sou de cair na gandaia – ou em blocos. Aí o que eu faço? Caio na gandaia da fantasia (risos!). Me afogo nos livros e nos filmes! Já que trabalhar que é bom fica impossível com tantas distrações, a folia dos livros me acolhe confortavelmente.

Claro que entre namorado, viagem, cinema, churrasco e freela, não há tempo para ler, apenas. Mas quando a hora apertou nesse feriadão de brasileiro, eles estavam lá para me acolher. Não terminei nenhum, mas comecei vários.

Por falar nisso, quem aqui consegue ler milhões de livros ao mesmo tempo? Claro que não ao mesmo tempo de fato, mas vocês entenderam. Antes de trabalhar em editora, vocês sabiam que eu tinha bloqueio com isso? Enquanto não terminasse uma história, não conseguia iniciar outra. Achava um pecado, hihi.

É claro que numa editora isso é impossível. Você precisa ler um pouco aqui, outro ali, depois continuar esse primeiro, aí seguir para um terceiro... Normal. Isso fez com que o meu TOC perdesse força. Não foi eliminado completamente porque tudo tem seu limite. Meu máximo foram quatro de uma vez, sendo que um deles era trabalho, então isso já diz muito. Tava lendo três e comecei um quarto ontem. Quase comecei um quinto, mas aí achei exagero. Não vou dar conta, a não ser que seja trabalho, aí sim!

Descobri a pólvora com isso... É tão simples saber dividir as histórias e entrar em cada uma delas quando eu quiser. Posso escolher em qual mundo voltar, quais aventuras enfrentar... Bom demais ter várias opções, afinal não é sempre que queremos ler um livro cabeça, ou aquela história da menina que não sabe com qual dos dois rapazes quer ficar, ou do tesouro da ilha perdida que está prestes a ser roubado.

Opção é tudo e não necessariamente precisamos escolher apenas uma! Na vida a gente também vive várias aventuras ao mesmo tempo, ora. Faz todo o sentido que façamos o mesmo com os livros. Ou seja, folia de livros não dura apenas no Carnaval. É para sempre!  

Bjocas, 
Vivi

17 de fev. de 2012

Papos de sexta: Geração E-Reader, por Rafa Fustagno

Arrumando a mala para viagem de Carnaval parei em frente a ela com dois livros na mão e aquela eterna dúvida de qual livro levar para ler no avião e nos momentos que a paz reinar na viagem. Foi exatamente nessa hora que uma prima que tem metade de minha idade entrou no meu quarto e me perguntou o que eu estava fazendo. Respondi que estava escolhendo qual livro levar, ela arregalou os olhos como se eu tivesse dito que queria levar minha cama:


- Como assim qual levar? Tá doida? Leva seu Kindle, pô!
Expliquei que não tenho Kindle, E-reader, nada do gênero, só livros, muitos! Lindos e todos impressos, arrumados por autor em meu quarto. 


Ela continuou:
- Credo, como você é pré! (entendi depois que eu sou pré-histórica!!!) Fala sério que você sempre leva esses livros pesados quando viaja? Por isso que tem alergia e problema na coluna! Em que ano você tá hein?


Não gostei muito não... Me defendi:
- Em 2012! Tenho os últimos lançamentos, amo os livros impressos, as capas, o cheiro deles, os marcadores... Gosto de sentir o peso de um livro em minhas mãos, de ter o prazer de virar a página. Qual o problema?


- Ai...olha isso! (ela pegou um clássico de 500 páginas como se pegasse um ET!). Pudera que você ama o Assis (Machado) e a Austen (Jane)... Parou no tempo deles!


Acabei colocando os dois livros dentro da mala mas fiquei pensando a semana inteira no assunto. Na verdade, eu cismei com isso. Sou mesmo antiga? Acabei tendo um sonho que, para mim, foi um pesadelo. Sonhei que estava em uma Bienal lotada, em uma fila imensa que supostamente seria de autógrafos de Scott Westerfeld. Eu era a única na fila com um livro na mão. Enquanto todos carregavam seus e-readers e eu estava lá com meus livros da série Feios. Na minha vez o autor falava que não tinha caneta porque ninguém mais pedia autógrafos, só fotos. Ao meu redor as pessoas riam de mim e cochichavam que deviam ter me proibido de entrar na fila atrapalhando o andamento com aquelas relíquias. Eu saia correndo pelos pavilhões e percebia que não haviam mais livros impressos nos estandes, só cartões (iguais a esses de recarga de celular) que você comprava e com um código baixava o livro. Acordei na hora, suando! Esse é o futuro? Onde terei meu autógrafo? Tudo será mesmo digitalizado? O que será das bibliotecas? Do que viverá a pobre traça? Acabará a expressão "virar a página"?


Será um exagero ter medo do futuro? Não sei. Olhei meus livros na estante, todos lá, coloridos olhando para mim e ocupando um espaço imenso no meu quarto. Mas enquanto eu viver eles terão vaga cativa! Não os troco pelos arquivos de um E-reader. Não sou contra ele existir, não digo que nunca comprarei um pois sempre pesquiso o preço e sei que em breve vou acabar comprando. Mas acho que me conheço o suficiente para saber que vou usá-lo para livros de autores que não coleciono. Não me imagino comprando um arquivo digital de um livro da Meg Cabot, não quero ter uma obra dela sem essas capas lindas, sem a foto dela na orelha! Se a vida é feita de escolhas, eu já fiz a minha. Que venham os E-readers e que mais pessoas gostem de ler, mas que não entrem em extinção os bons e velhos livros impressos. A vida feita só de digitalização para mim não tem graça! Até porque... Um mundo sem marcadores de livro deve ser muito triste!

10 de fev. de 2012

Papos de sexta – Maçãs, lobos e sapatos de cristal, por Frini Georgakopoulos

Era uma vez, uma menina que usava um capuz vermelho. Ela ia pela estrada afora, bem sozinha, levar doces para a vovozinha. O tempo passou, a menina cresceu, e trocou o capuz por sapatos de cristal. Desafiou pessoas malvadas, lobos famintos e maçãs envenenadas, recebeu ajuda onde menos esperava, correu contra o relógio, encontrou seu príncipe encantado e viveu feliz para sempre.


Era uma vez, uma jovem estudante, que usava casaco de capuz, mas não era vermelho. Ela também cresceu e passou a usar sapatos de salto alto, que, às vezes, machucam como se fossem de cristal. Aqui a história fica um pouco diferente: essa jovem desafia tudo e todos pelo que acredita – como a menina da história anterior – e também recebe ajuda de quem menos espera. Mas as maçãs não são envenenadas, e sim aliadas quando o dia é corrido demais e a hora do almoço passa despercebida. A corrida contra o tempo continua, pois sempre existem sonhos a serem conquistados. E o príncipe... Bem, ele não tem uma armadura ou um cavalo branco, mas é tão encantado como se tivesse.


Contos de Fadas são incríveis e imortais por fazerem parte do nosso inconsciente coletivo. Podemos não lembrar a primeira vez que ouvimos a história ou até se a conhecemos por inteiro, mas só de mencionar alguns elementos, sabemos a qual conto pertencem. A magia dos Contos de Fadas foi – e continua a ser, graças a Deus – passada de geração em geração, primeiro na hora de dormir, com a mãe, o pai, a tia ou a avó sentados ao lado da cama, nos guiando por mundos fantásticos onde um pé de feijão é mágico e uma floresta esconde uma linda e apetitosa casa feita de doces.


Quando criança, ouvi as histórias e conheci os filmes da Disney, que me ensinaram a amar um castelo e me sentir em casa em um parque de diversões. Mas a origem dos Contos de Fadas é muito mais sombria, e os finais, nem sempre felizes para todos. Uma das principais razões da criação dos Contos é ajudar a manter crianças na linha. Chapeuzinho saiu do caminho e falou com estranhos. O que aconteceu? Virou comida de lobo! Por meio de histórias simples de entender, crianças aprendem que devem ouvir e respeitar os mais velhos, que as aparências enganam, e que ser bondoso e gentil é muito importante. E não foi porque a mãe disse, mas pelo que aconteceu aos personagens.


Hoje em dia, temos livros – como “A Fera” – e filmes que trazem para um ambiente contemporâneo essas imortais histórias. O público é mais maduro e geralmente o príncipe encantado tem competição pelo coração da donzela (dois gatinhos sempre, lembra?). Mas a moral das histórias continua a mesma. O que aconteceu foi a adaptação da maneira de contar. Afinal, a menina de capuz cresceu, o menino que escalou um pé de feijão também e o “feliz para sempre” está aí, ao alcance de todos. Cabe ser corajoso o suficiente para conquistar o seu.

3 de fev. de 2012

Papos de sexta: Isolamento por livre e espontânea pressão, por Garota It (Pâmela Gonçalves)

Nos últimos dias eu vivi a experiência de isolamento por livre e espontânea pressão. O cenário? A praia. O que acontece: eu frequento uma praia que não tem internet. Como faço parte da geração que vive online, ficar quatro dias sem conexão é terrível! Hahaha

Fui para a praia na quinta-feira, preparada com quatro livros na mala e algumas pendências no notebook para resolver enquanto estivesse por lá. Na sexta-feira eu já estava sentindo falta de acordar e abrir meus e-mails, Twitter, Facebook e os sites de notícias. Ainda mais porque estava frio. Pensei: tudo bem. Vamos ler, afinal, é uma oportunidade de colocar em dia minha pilha de livros não lidos. Isso foi bom. Consegui ler bastante.

Porém, no doce dia de domingo a televisão queimou. E como aquela é uma casa de praia que só recebe “habitantes” no verão, só há um aparelho. OH.MY.GOD. Como sobreviver sem televisão e sem internet? Se pelo menos eu pudesse acessar a internet ficaria conectada a tudo e sabendo das coisas. Mas e o azar de ficar sem o combo todo? É um total isolamento não saber o que acontece ao redor do mundo. Tirando o fato de que o sinal de celular é péssimo. Ou seja, é quase um Big Brother sem as câmeras.

Lá fui eu para a praia (afinal foi para isso que viajei), mais livros e palavras-cruzadas. Na segunda-feira eis que meu pai leva uma outra TV. A empolgação da família por saber notícias do jornal, da novela e do BBB não tinha tamanho. Afinal, domingo foi dia de paredão! Hahaha Ok, só para descontrair (apesar de ter sido verdade).

Terça-feira, eu voltei para casa, acessei a internet e finalmente consegui tomar conhecimento de boa parte das coisas que eu perdi nos dias em que estive fora.

Mas agora eu penso: será que esse “isolamento” foi mesmo ruim? Passei alguns dias com a minha família, ri, me irritei (afinal, é família né), descansei, li bastante e fiquei “desconectada”.
Uma propaganda que está sendo exibida na TV (que eu não me lembro direito agora) tem tudo a ver com essa minha “fase”. Apesar de ter sido feito para vender um produto, o comercial deixa uma mensagem bacana. Eu sei que boa parte das pessoas que está lendo esse texto sente necessidade de estar na internet o tempo todo, então... Aproveite o verão para se desconectar. Se não puder viajar, saia agora da frente do computador e dê uma volta. Respire, veja outras pessoas, ou simplesmente abra um bom livro.

Eu não fiquei com a sensação de tempo perdido, mas sim de tempo aproveitado com coisas diferentes, e algumas bem mais interessantes. Experimente!