Caçadores de Obras-Primas mostra um capítulo da
Segunda Guerra Mundial que, até então, era apenas uma nota de rodapé: a
história de um comando formado por especialistas em artes cuja missão era
recuperar grandes obras roubadas pelos nazistas. Hitler tinha um plano de
montar um grande museu com tudo que suas tropas pilhassem; porém, caso fosse
derrotado, deixou ordens para que esse tesouro artístico da humanidade fosse
destruído. Em uma corrida contra o tempo, com a Alemanha nazista prestes a cair
e cedendo terreno (Paris já havia sido recuperada), esses “caçadores de
obras-primas” tiveram que evitar que as bombas alemãs (e até mesmo as aliadas)
destruíssem todo esse acervo – e também impedir que os russos ficassem com ele.
A sinopse acima indica uma grande aventura épica na linha de
frente da Segunda Guerra, e o elenco (Matt Damon, Bill Murray, John Goodman,
Cate Blanchett, Jean Dujardin) e mais George Clooney atuando, dirigindo e
roteirizando apontam para um clima de Onze Homens e um Segredo nas
trincheiras; porém, alguma coisa se perdeu no meio do caminho. Clooney titubeia
no tom da narrativa; tem momentos de galhofa, outros melodramáticos, porém o
que mais incomoda é a superficialidade: Caçadores de Obras-Primas nunca
decola como deveria. As missões e descobertas são feitas ao acaso. Todos os
personagens são apresentados com características e especialidades diferentes;
porém, quando entram no pelotão, eles se tornam genéricos, e nenhum contribui
efetivamente com sua área de especialização. A princípio charmosos e
interessantes, os personagens não brilham.
É inegável que George Clooney se apaixonou pelo tema
(baseado em livro homônimo); o longa-metragem passa esse ardor e também o
saudosismo por uma época mais romântica de filmes de Segunda Guerra, aqueles
que o público de mais de 40 anos cresceu assistindo, como Os Canhões de
Navarone e A Grande Escapada. É um choque para as plateias atuais,
que beberam o sangue e sentiram o calor do combate de O Resgate do Soldado Ryan
e Band of Brothers. Porém, o roteiro ficou devendo. A ameaça russa nunca
se concretiza de fato. A interessante personagem de Cate Blanchett fica
resumida a uma ingrata cena de sedução frustrada sobre Matt Damon. Pequenas
coisas assim vão maculando a obra de arte que Caçadores de Obras-Primas
quase chegou a ser. Ainda é um fascinante relato de um fato obscuro, mas ficou
aquém das expectativas.
O
trailer e outras informações estão no site oficial.
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