29 de abr. de 2013

Tons da Galera - Balanço geral Fashion Rio


Começou com NY, depois Londres, Milão e Paris, em seguida São Paulo e agora Rio. Ufa! As semanas de moda acabaram, e já estamos vendo resultados delas pipocando aqui e ali, afinal vivemos num mundo fast fashion, onde tudo vai parar nas araras rápido mesmo, talvez até demais.
No Brasil, os desfiles foram pro próximo Verão. Tudo bem que ainda temos dias (alô, Rio de Janeiro!) que nos fazem pensar que ainda é verão, e que a gente não quer nem saber do próximo, mas né, vamos lá!

O que se viu:

Roupas mais usáveis e comerciais. Os estilistas cariocas viajaram menos e criaram coleções mais pé no chão. Estampas tropicais ainda vêm espelhadas, mas as listras e padronagens gráficas em preto e branco que Marc Jacobs trouxe de volta também estão em todas. As bolinhas, tendência comprovada lá fora onde as vemos em versões micro e macro, também vão invadir sua praia. Elas vêm de preferência também em preto e branco.

O estilo ladylike evidenciado pelo sucesso de séries como Mad Men também deve ser visto nas areias (a gente espera muito que sim) de norte a sul do Brasil. Hot pants e bustiês foram onipresentes! Jeans com jeans também apareceu aqui e ali, usando diferentes tons no mesmo look. O mesmo acontece com as cores fortes. Saindo um pouco do color blocking, o legal agora vai ser experimentar diferentes tons de uma mesma cor dos pés a cabeça, sem medo! A barriga fica de fora, mas lembre-se de que sempre tapando o umbigo, combinado?

Pra beleza, a sombra prata imperou junto de uma pele perfeitinha e corrigida (o tal do make “nada”, expressão que deve vir de nada fácil de fazer) e muito gloss incolor nos lábios. Cabelos vieram em tranças espinha de peixe e enfeitados por lenços, laços, bonés, correntes e presilhas grandes cheias de pedras e brilho. Agora é só esperar e encarar o astro-rei (com óculos de lentes arredondadinhas, por favor!), e não se esqueça do filtro solar!



Herchcovitch

Andrea Marques e Salinas


Salinas





26 de abr. de 2013

Adeus sem ir embora, por @vivimaurey


Sabe quando você come um doce de banana com açúcar e canela e sente que nada pode ser melhor do que aquilo? Aí, quando você menos espera, alguém te surpreende e coloca uma bola de sorvete de creme no doce, e finalmente você chora de felicidade. 


Então, é mais ou menos assim que eu me senti durante meus dias de trabalho na editora Galera Record. ;) Todo dia eram mais de 300 e-mails, promoções para criar, notícias para postar, redes sociais para acompanhar, mas era tudo lindo e surpreendente! E a melhor coisa que você pode querer num emprego é ter um chefe que reconhece seu trabalho. Desse jeito você não apenas veste a camisa, você troca de pele pra sempre. 

A Record é amor e vai me acompanhar a caminho da eternidade. Drama drama drama. Eu sei. Mas se você tivesse trabalhado com as pessoas que eu trabalhei na editora e tido a experiência que eu tive, com certeza não acharia um exagero o meu texto, rs. :P


Isso tudo é para dizer que foi com esse amor todo — e com a ajuda da Ana Lima, que SEMPRE me apoiou — que criei/criamos o Papos de Sexta aqui no blog. O projeto cresceu, deu super certo, e todas as minhas expectativas foram atendidas. As colunistas estão de parabéns e os leitores do blog também, é claro! 

E a coluna tá meio mela cueca hoje, sobretudo porque essa é a minha última coluna, pelo menos por enquanto, rs. Estou agora trabalhando numa outra editora e como manda a política de boas maneiras, melhor não misturar as coisas. :P

Tenho certeza que a galera da Galera vai conseguir alguém bem mais legal do que eu para escrever aqui todas as ultimas sextas-feiras do mês, afinal, minhas colunas sempre são extensas, monótonas e bobocas. ;) Não vai ser um trabalho difícil!


Espero que tenham gostado de pelo menos algumas coisas que escrevi — tomara que ninguém me considere maluca por acreditar em hipnose e no apocalipse zumbi — e que eu não os tenha feito sofrer muito com meus ataques dramáticos. O tempo é precioso, sei bem disso, mas às vezes é bom ler umas besteiras, não é verdade? ;)  





Vou sentir muita falta de vocês, mas continuarei acompanhando o blog da janela do quarto, rs, os textos das minhas colegas colunistas e comentando, é claro, sempre que possível! 

Beijos para quem fica e até a próxima! 
Amo vocês tudo!

Vivi

22 de abr. de 2013

Tons da Galera - Jacobs, Marc Jacobs


Bem-vindas ao fabuloso mundo de Marc Jacobs. Estamos testemunhando uma lenda viva, um ícone pop em ação, alguém que vai inspirar estudantes de moda que ainda nem sonham em nascer. E que delícia é assistir sua jornada! É fato: Marc Jacobs não para. E o que ele faz dá o que falar. E hoje em dia ele faz tudo. Ou quase.

A última novidade do cinquentão (completados há uma semana em sua melhor forma — geralmente estrategicamente descoberta para exibir as 33 tatuagens — até porque a gente ainda lembra que ele tinha aquele visual geek meio cheinho e largadinho) é sua estreia no cinema, no filme Disconnect.

Ou não? E as fotos picantes com o namorado ex-ator pornô nas praias de Ipanema que ele publicou no Instagram? Ou foi quando foi nomeado o novo diretor criativo da Diet Coke? Pode ter sido a coleção inspirada 60s e Mod com modelos lado a lado de um jeito quase tão creepy (mas lindo!) quanto as gêmeas medonhas do filme “O Iluminado” e que agora todo mundo está copiando por aí em passarelas, campanhas e editoriais. Na verdade talvez tenha sido o lançamento de mais um perfume, Honey, para aumentar sua coleção de hits aromáticos com as embalagens mais fofas do mercado.

Sim, porque ter lançado uma papelaria há alguns anos em lugares como Paris, Londres e Nova York, a Bookmarc, não foi notícia o suficiente. Nem aparecer em público numa camisola rosa que marcou tanto que virou ilustração. Sem comentários para ter tornado a antes quase caretinha Louis Vuitton em marca-desejo das mais jovens consumidoras, com direito à Madonna (gasp!) de garota propaganda da super tradicional maison francesa. Ser BFF de Sofia Coppola, ter virado personagem dos Simpsons e vestido Miss Piggy? Coisa pouca!
Mas a última de Marc, a última mesmo, dos últimos dias (ou horas), foi vestir a estrela japonesa Hatsune Miku. Só que Miku é um holograma, uma das maiores popstars daquele país, capaz de lotar grandes estádios para seus shows.

Mal posso esperar pela semana que vem para ver o que MJ vai aprontar, e vocês?
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Alda Lima começou a respirar moda ainda na barriga da mãe, que viajava a trabalho para pesquisar e comprar as últimas tendências. Formada em Cenografia, hoje trabalha com Visual Merchandising e Produção de Moda numa grife carioca. Nas horas vagas traduz para a Record, vê séries e filmes, e e alimenta os vícios no Pinterest e em cheesecake.

19 de abr. de 2013

A probabilidade da vida de verdade

No Embarque com a Galera — que aconteceu aqui no Rio de Janeiro —, um dos brindes lindos que ganhamos foi um exemplar de A probabilidade estatística do amor à primeira vista. Mesmo tendo uma lista cada vez mais extensa de livros comprados e não lidos, fiquei tão interessada nele que resolvi passá-lo na frente dos outros e não me arrependi.

Para quem não sabe, o livro conta a história de Hadley, uma americana que está indo para o casamento de seu pai com a madrastra que ainda não conhece, em Londres. Nem um pouco animada, ela se atrasa e perde o voo, por apenas 4 minutos. Quatro minutos esses que a vão fazer conhecer Oliver enquanto espera o próximo voo, um cara fofo que dá vontade de perder todos os voos que formos pegar daqui para a frente. 

Mas o tema de minha coluna é inspirado no livro, mas não sobre o livro.

Para quem não sabe, trabalhei durante mais de um ano em uma função que me fazia ir quase todos os dias ao aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, ali, entre horas de espera, vivi e vi muitas histórias. E aeroportos são sempre a mesma coisa; um mundo de nacionalidades transitando de um lado para outro, com ou sem malas, e geralmente para quem trabalha dá sempre aquela sensação do personagem de Tom Hanks em Terminal: você vai lá todo dia, conhece aquele aeroporto melhor do que ninguém, mas pegar um voo que é bom, nada! Parece que mora naquele local onde só há dois tipos de pessoas: os "com pressa" e os que "fazem hora".

Como sempre fui pontual, eu chegava até antes e isso me fazia seguir um ritual. Eu descia do ônibus, ia direto para livraria de lá, cumprimentava todo mundo, às vezes comprava um livro, às vezes só tinha grana para uma revista ou chiclete, e depois ficava sentada em frente ao portão que sairia a pessoa que tinha que recepcionar. Sempre com meu livro a tiracolo, às vezes conseguia terminar porque o voo atrasava, às vezes na melhor parte as pessoas começavam a desembarcar e eu tinha que parar e continuar outra hora.
Em um ano você vê muita coisa: vi muito artista sendo fofo e tirando a foto pedida pelo fã com a maior boa vontade do mundo, teve um jogador de futebol que quase perdeu o voo porque foi esperar o cara comprar a camisa do time na loja do aeroporto, mas mesmo assim sorriu assinando a mesma e agradeceu como se ele fosse o anônimo pedindo o autógrafo.

Já vi muito artista negar tirar uma simples foto, vi casal famoso brigando — podia ter ganho uma grana dessas revistas de fofoca — e noiva pegando traição de noivo indo levar a outra no aeroporto. Vi quem desceu esperando encontrar alguém que não veio, vi quem veio esperar com flores e urso, e a namorada — ou ex — saiu do desembarque com outro, nem se lembrando do que havia deixado aqui. E também passei por cenas estranhas como a do senhor que mesmo com uma livraria gigante no local, cismou que queria comprar meu livro! Ele alegava que aquele era diferente do vendido —- e realmente era, estava autografado! Mas ele não tinha como ver isso! — e que pagaria o dobro para ter ele. Aleguei que era presente de uma pessoa que já se foi, ele pareceu entender, mas ficou me olhando até embarcar.

Também certa vez uma mulher me olhava muito, estranhei e mudei de posição discretamente como se procurasse alguém. Quando vi que ela veio atrás, eu perguntei se ela me conhecia e ela disse : "Não, mas você parece demais uma amiga minha que já morreu, posso tirar uma foto com você? Queria mostrar para meu marido!" Inventei uma desculpa, disse que tinha horror a foto e saí correndo.

Mas confesso que gostaria de ter lido naquela época esse livro para ter esperança de que bonitas histórias no aeroporto também acontecem. Se vi alguma, não percebi, com as histórias bizarras que me chamavam mais atenção. Não que não tivessem casais apaixonados indo e vindo, mas nunca percebi nenhum que me chamasse a atenção pela fofura das conversas de Oliver e Hadley. E vocês devem estar se perguntando: e você, ninguém puxou papo como quem não quer nada? Se sim, não notei, tinha namorado na época e como era comum dar informações porque vivia lá nem me ligava.

Pensando bem, depois dessa história fofa, e já que a próxima viagem está marcada, vou parar um pouco de ler os livros, derrubá-los no chão e ver se a história se repete ;) 

17 de abr. de 2013

GALERA POP - Aberturas de séries inesquecíveis



Há quem diga que não julga pela capa, mas vamos combinar, é bem mais legal quando aquele livro querido tem uma capa bem bonita para combinar. Com as séries não é muito diferente.Não é o máximo quando nossos seriados favoritos tem uma abertura legal, acompanhada de uma música linda?? Você se empolga e, se a vontade de assistir não tiver pintado, na hora ela aparece. Algumas são animadinhas (New Girl!), outras mais emocionantes (Gilmore Girls), até algumas assustadoras (American Horror Story). Acontece é que elas estão aí para ser a “capa” dos programas de tv e, quem sabe?, trazer audiência nova pro show. 

Eu sou APAIXONADA por aberturas de séries e não gosto nadinha dessa moda das séries sem a abertura digna, que vem acontecendo nos últimos anos! O que é isso? Tudo bem perde um minutinho (ou mais) para tocar a música tema! Como a gente vai sair gritando “somebody saaaaaaaaaaaaaaaaaaaave meeee” (Smallville) se cada dia elas estão menores e quase inexistentes?


Resolvi trazer para vocês hoje uma listinha com algumas das aberturas mais apaixonantes da TV.  Tem até algumas velhinhas, aproveitem para matar a saudades.

Lie to Me
Não assisto Lie to Me com frequência, mas com uma abertura dessas qualquer um fica curioso para ver, né?

Pretty Little Liars
Essa é uma das minhas favoritas. Passar maquiagem em um cadáver, só para deixar bem claro o “tipo” de garota que a Alisson era, é no mínimo genial.

Pushing Daisies
Minha série favorita de todos os tempos tem uma abertura à sua altura, totalmente fofa.

United States of Tara
A abertura traz de um jeito leve e encantador todo o plot. Sem falar que a música combina totalmente com cada pedacinho do desenho.

True Blood
Quase dois minutos de abertura, cenas pra lá de bizarras, um country de gosto bem duvidoso e eu AINDA sou apaixonada! E em todos esses anos nunca pulei esse pedacinho no começo dos episódios!

Mad Men
Outra com animação. Quem curte?

Dexter
Série incrível, abertura idem. Mas eu já cansei de ver...

F.R.I.E.N.D.S
Pode não ser lá tão incrível, mas quem nunca tentou bater palminhas junto com a abertura de Friends?

American Horror Story
Eu já ouvi gente dizer que a abertura dá mais medo que a própria série. Então tá!



Deixei de colocar alguma inesquecível?
Conte aí nos comentários, quais são suas aberturas de séries preferidas?


xoxo,
Nanda

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Meu nome é Fernanda, mas podem me chamar de Nanda. Tenho (quase) 22 anos, mas juro que pareço ter 16. Estudo jornalismo porque depois de assistir Smallville, decidi que queria ser a Chloe. Sou apaixonada por cultura pop, e fiquei um bom tempo tentando decidir se gostava mais de ler, ver séries ou filmes. Acabei decidindo que tanto faz. Eu gosto de todos! (Mas acho que ter 32 séries na minha watch list responde essa dúvida)


16 de abr. de 2013

TIRANDO FÉRIAS - JANDA MONTENEGRO


Depois de um longo período de muito trabalho e muita novidade, finalmente vou me dar ao luxo de tirar dez dias de férias para recarregar as energias antes da maratona do lançamento do meu novo livro, Por enquanto, adeus, previsto para julho deste ano. Mas, claro, como não consigo ficar longe do meio literário, resolvi aproveitar esses dez dias e conferir de perto um enorme congresso literário nos Estados Unidos: o Romantic Times Booklovers (RT Convention; mais informações: www.rtconvention.com ).

Comemorando o 30º aniversário, a RT Convention é uma reunião anual do mercado literário norte-americano, focado para tudo aquilo que a gente gosta: livros, autores, sessões de autógrafos, lançamentos, painéis sobre mercado editorial, oficinas, workshops, palestras, distribuição de brindes. Porém, mais do que isso, diferentemente dos eventos literários brasileiros, na RT rolam também festas, muitas festas, diárias, abertas ao público. Há, inclusive, a festa dos modelos de capa de livro (uiuiui!), as festas temáticas (sério, imagina você indo para o bar pegar um drink e dando de cara com um daqueles morenos sedutores das capas de livro de banca to-do vestido a caráter?); todas abertas ao público (tem que comprar convite). Já pensou? Você lá se esbaldando na pista de dança e, de repente, esbarra no seu autor favorito e descobre que vocês amam a mesma banda?

Para realizar essa aventura, obviamente estou gastando todas as minhas economias, mas, afinal, para que serve o dinheiro se não for para ajudar a realizar nossas pequenas loucuras?Então este ano a convenção será realizada em Kansas City, no estado do Missouri. E eu que achei que nunca conheceria essa cidade... Entre outras atrações, a cidade é conhecida por ser o HQ do Applebee’s e da fábrica dos cartões Hallmark, ter centenas de chafarizes em cada esquina e... hum...  ser devastada por tornados – mas não vamos pensar nessa possibilidade, certo? Como eu não vou lá para fazer turismo, estou mesmo interessada no Bootcamp pré-convenção, no qual me inscrevi. Para sentir o grau de organização do negócio, a um mês do evento todos os alunos já estão em contato entre si e com a professora. E quando o período de aprendizagem terminar, vem a parte legal: a convenção em si! 

Dentre outras coisas, já combinei uma entrevista com as fofas Margareth Stohl e Kami Garcia, da série #DezesseisLuas, autógrafos e bate-papos com algumas autoras da atual leva de YA books, que estarão presentes (incluindo algumas das séries mais... picantes ;) A lista completa dos autores pode ser vista aqui: http://www.rtconvention.com/2013-authors-attending 
Muito legal, né? 

A boa notícia é que antes, durante e após o evento eu estarei em contato com vocês, contando as últimas novidades do mercado de literatura jovem norte-americana.                

Stay close!


12 de abr. de 2013

PAPOS DE SEXTA – LÊ PRA MIM – POR FRINI GEORGAKOPOULOS



Experiência, carinho sem fim, cuidado, amor. Minhas avós foram grandes inspirações na minha vida, grandes presenças. Minha avó paterna me levava muito ao teatro quando eu era pequena, e um dos grandes momentos da minha vida foi poder tê-la na plateia quando me apresentei com a companhia de sapateado que integrava. Foi do palco do teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, que pude avistar sua cabeça branca nas primeiras fileiras, seus olhos escuros fixos em mim, orgulhosos. Embora ela não esteja mais por aqui, essa é uma das inúmeras lembranças dela que nunca vou esquecer.


Já minha avó materna mora comigo e vem dela meu interesse pelo cinema. Foi sentada ao lado dela, até de madrugada, que assisti aos musicais antigos como “Sete Noivas para Sete Irmãos” e a filmes clássicos como “E o Vento Levou”. Perdi a conta de quantos filmes assistimos juntas. Foi com ela que descobri a ferocidade e a paixão de Heathcliff, protagonista de “O morro dos ventos uivantes”, interpretado por Sir Lawrence Olivier, e a graça de Jerry Lewis. Ela me levou para ver o primeiro “Batman” no Teatro Chinês, em Los Angeles, e eu a levei para ver “Drácula de Bram Stoker” no Barra Shopping.

Atualmente, a visão da minha avó está muito debilitada, mas isso não a impede de ver filmes. “Coloca no SAP para eu identificar quem é o ator”, ela pede. Mas a visão a impede de voltar a ler. Fico triste com isso porque sei que era algo que ela também gostava muito de fazer. Mas vocês acham que isso desanimou a Dona Helena, nascida em Alexandria? Nada!
“Lê pra mim, Frini”, ela pediu quando contei para ela que havia terminado meu segundo conto. Eu já havia lido o primeiro, que era bem romântico, e ela tinha adorado. O segundo também é bem fofinho, mas com um final mais feliz do que o primeiro e com uma pegada mais gótica, elementos que expliquei para ela, e ela adorou a mistura (até porque foi ela que me apresentou a Vincent Price!). Então eu sentei e li, interpretando o texto com carinho, com cuidado.
A cada quebra de frase, olhava para ela, e seus olhos verdes acinzentados estavam fixos em mim. Conforme a história avançava, ela se aninhava no meio de almofadas e quase não piscava. Quando a narrativa entrou no romance, ela levou as mãos ao rosto, tão apaixonada pelo protagonista quanto eu. E quando terminou, ela sorriu e sussurrou um “que lindo”. E aí começamos a debater o conto, o que ela havia achado, o que eu poderia melhorar, e como ela imaginara os personagens. E ela descreveu o “gatinho” do meu conto exatamente como eu o tinha imaginado, sendo que não usei muitos detalhes na escrita. Quase chorei!

“E aquele do padre, quando você vai acabar? Quero saber o que acontece. E o seu livro?”, continua pedindo.

Depois de terminar essa coluna, li para ela também, e, mais uma vez, os olhos de um verde acinzentado único, brilharam. Ela me abraçou e falou “lindo, lindo, obrigada” ao pé do meu ouvido, com a voz embargada.

Minha avó despertou em mim a paixão por personagens, e essa é a maneira que encontrei para retribuir: escrevendo os meus e dividindo-os com ela. E tem maneira melhor?

OBS: Para quem se perguntou “que padre?”... Bem, vamos dizer que nem todos os contos que escrevo são ingênuos.

10 de abr. de 2013

GALERA POP – OBLIVION



Oblivion, em bom português, é oblívio, esquecimento. Manipulação da memória (e da verdade, aliás) é peça importante da trama do novo filme de Joseph Kosinski, de Tron – O Legado. O personagem de Tom Cruise, Jack Harper, passa por limpezas de memória de tempos em tempos. Ele é um fuzileiro mecânico que vive isolado na Terra, ao lado de uma companheira, na ingrata tarefa de monitorar a extração de recursos hídricos do planeta. Explica-se: há 60 anos, a Terra foi arrasada por uma guerra com alienígenas, e a água está sendo drenada para sustentar a humanidade em outro planeta. Harper ficou para trás com a missão de eliminar os alienígenas que sobraram (eles perderam a guerra) e garantir que a operação flua bem até que ele também tenha o direito de ir embora. Porém, ao achar uma cápsula espacial com astronautas congelados (entre eles a personagem de Olga Kurylenko), ele percebe que a situação não é bem por aí.
Arquiteto por formação, Joseph Kosinski repete aqui o que fez em Tron – O Legado: criar ambientes futuristas extremamente elegantes. Sua direção de arte é impressionante, e Oblivion é um colírio visual. Em termos de história, o filme é baseado em uma ideia original do diretor, que será adaptada e expandida em uma graphic novel a ser lançada (nos EUA) simultaneamente com o longa-metragem. Aí é que surge o problema: “original” mesmo, Oblivion não é. Ele toma doses garrafais de inspiração no pequeno Lunar (2009), de Duncan Jones, e tangencia Matrix, não somente pelo visual de Morgan Freeman, tão inspirado no Morpheus de Laurence Fishbourne que seria digno de processo por plágio, como também pela questão do mote “a realidade é uma mentira.” Assim como Morpheus, o personagem de Morgan Freeman também oferece a indigesta pílula vermelha que desperta Jack Harper para a verdade sobre sua vida isolada no planeta.
Oblivion começa envolvente pela ambientação, pelo tom reverencial aos filmes de ficção científica mais cerebrais do início dos anos 1970, mas quando cai o verniz da novidade, ficam as ideias batidas e, mais grave ainda, as soluções do roteiro que parecem furadas e sem sentido – tudo alicerçado na necessidade de dar um desfecho heroico, dado o envolvimento de Tom Cruise. O filme tem um início intrigante, uma identidade visual que enche os olhos, mas quando surgem as incongruências do roteiro, a sensação é que o diretor quis fazer com a plateia o mesmo procedimento de manipulação de memórias pelo qual Jack Harper passa.
Curiosidades que valem menção: a música é da banda indie-eletrônica francesa M83 e tem ecos do que  o Daftpunk fez em Tron – O Legado; e os dois assistentes de Morgan Freeman são interpretados por Nikolaj Coster-Waldau, o Jaime Lannister de Game of Thrones, e Zoe Bell, famosa dublê e fetiche de Quentin Tarantino.

Mais informações no site oficial

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André Gordirro, 39 anos, carioca, tricolor, escreve sobre cinema há 18 anos. Passou pelas redações da Revista MancheteVeja Rio, e foi colaborador da Revista SET por dez anos. Atualmente colabora com a Revista Preview e GQ Brasil. Leva a vida vendo filmes, viajando pelo mundo para entrevistar astros e diretores de cinema e, claro, traduzindo para a Galera Record. Nas horas vagas, consegue (tenta...) ler gibis da Marvel, jogar videogames e escrever o primeiro romance (que um dia sai!).

9 de abr. de 2013

Dia do Marcador

Oi, Galera,

Temos recebido muitos - centenas, milhares, rs - emails pedindo marcadores. Como não dá para atender todo mundo, uma vez por mês teremos o Dia do Marcador aqui no blog. Vamos criar alguns designs exclusivos para alguns livros, e vocês poderão baixar os arquivos em alta resolução, imprimir e usar (ou simplesmente guardá-los na sua coleção). A gente sabe que tem muito colecionador de marcador por aí :-)

O primeirão é A probabilidade estatística do amor à primeira vista; criamos três designs lindos para quem leu, está lendo ou vai ler essa história romântica e improvável.
Para baixar, é só clicar aqui. Aceitamos sugestões, críticas e elogios, claro!
Aproveitem e Feliz Dia do Marcador!

O ideal é imprimir em um A4 com uma gramatura maior do que 90g, como 120g - 150g.



5 de abr. de 2013

PAGANDO A LÍNGUA, POR GAROTA IT (PÂMELA GONÇALVES)


Achei que tão cedo não iria admitir isso, mas... eu amo os e-books.

UAU. Até que não foi tão difícil escrever essa frase, isso é um tanto libertador.

É, estou pagando minha língua. Depois de tanto falar que não conseguiria me adaptar, que o fato de não estar segurando o livro iria prejudicar a leitura, etc., eu finalmente me rendi. 

Estou simplesmente apaixonada pela facilidade do meu e-reader. A mágica da troca de páginas. A rapidez para adquirir um livro — ok, isso pode ser perigoso para o meu bolso. Enfim, são tantas coisas boas! Ainda estou em lua de mel com meu queridinho.

Se eu era assim tão relutante, vocês devem estar se perguntando por que eu resolvi apostar. O que mudou na minha mente para dar uma chance?

Tudo começou no final do ano passado. Eu precisava tomar uma decisão. Não havia mais espaço para os meus livros! Os coitados estavam sufocados e quase se jogando das prateleiras para respirar. Havia chegado a hora de aprender a arte do desapego. Foi difícil, mas sabe que depois do primeiro livro empilhado as coisas foram melhorando? O pior é o primeiro passo. No final das contas, separei quase 100 livros para doar. UAU, 100 livros! Livros que eu havia lido e que não gostei, ou gostei, mas sabia que não iria reler, ou que simplesmente não iria ler nos próximos anos.

De lá pra cá, eu me pegava pensando que se esses livros fossem e-books eu não teria problemas com espaço, e certamente não teria gastado tanto dinheiro neles para depois simplesmente me desfazer. Fora o trabalho para conservá-los! Os livros físicos estão sujeitos a qualquer fator externo e precisam de muito cuidado, o que não é lá muito fácil.

Não que isso seja realmente um trabalho árduo. Eu fico muito feliz em limpar e reorganizar os livros pelos quais tenho carinho. Aquela série amada ou capa maravilhosa. Combinando cores ou simplesmente colocando em ordem alfabética. Sem dúvidas, isso é terapêutico.

São tantos fatores a se pensar, e as pessoas me perguntam qual eu prefiro: o livro físico ou o digital? E eu me pergunto: mas por qual motivo eu tenho que escolher? Não podem ser os dois?

Eu cheguei à conclusão que o livro físico passou a ter um novo significado para mim. Algo que vou começar a praticar daqui pra frente. Se eu tenho o livro físico daquela história é porque significa muito para mim. Uma série que me marcou, um autor que sou fã, ou porque simplesmente gosto demais para ficar longe. A experiência com o livro físico vai ser muito mais de colecionar, de querer manter por perto. Eu quero olhar para a minha estante e pensar “Eu amo todos vocês”.

É claro que a mudança não é de uma hora para outra. Não vou radicalizar. Não posso simplesmente comprar apenas e-books. Nem todos os livros são disponibilizados no formato digital, o catálogo ainda é pequeno e o preço nem sempre é vantajoso. Vamos aos poucos, com calma.

Os e-books vão conquistando o seu espaço e nem por isso o livro físico vai acabar. Como eu disse, ele apenas se adaptará. Terá um outro significado, mas não vai deixar de existir.

E vocês? Já se arriscaram na leitura digital?

2 de abr. de 2013




Quando Bates Motel foi anunciada, a série causou o maior “auê” com os fãs do filme Psicose, do Hitchcock. Teve gente que xingou muito no twitter, outros ficaram empolgados. E por que não? Sendo remake ou não (NÃO É!), Bates Motel é oportunidade de conhecer um pouquinho do Norman Bates antes de ele virar o psicopata que matou a mãe e os hóspedes do hotel.

A série da A&E é um prelúdio da história mostrada em Psicose. A gente vai poder acompanhar a vida de Norman antes de se tornar o assassino que a gente já conhece.

Mas o que esperar dessa novidade, vamos dizer “suspeita”?

Um Norman Bates adolescente, que vai à escola, mas já é um pouco esquisito. Além de sua relação com a mãe. Tudo isso nos dias atuais... No mínimo curioso não é?

Assisti o piloto por curiosidade, mas sem grandes expectativas. Eu gosto do filme, mas não sou superfã. Então não tinha preconceito algum em relação à série.

Gostei. Não era bem o que eu esperava (mas o que exatamente eu estava esperando?), só que eles souberam bem colocar os personagens, e foi no mínimo esquisito ver o Norman sendo bff da mãe e mandando mensagem pelo iPhone.

Vera Farmiga ficou com o papel de Norma Bates, e o escolhido para viver o protagonista foi Freddie Highmore, que a gente conhece lá de Fábrica de Chocolates. A princípio não achei nada demais a escolha, mas olha só como ele lembrou MUITO o Anthony Perkins naquela foto clássica do filme:

Normal Bates: versão 1960 e 2013

O episódio piloto me deixou grudada na tela o tempo todo. Tem sempre aquela tensão psicológica que eu amo em séries/filmes. Mas já deixo avisado, se você não gosta muito de cenas fortes é melhor deixar de lado. Já no primeiro episódio... vou deixar para quem quiser assistir.

O que eu não acho que vá acontecer: não imagino que a gente vai chegar a ver os acontecimentos do filme. Nada de cena do chuveiro por enquanto, pode ser que eles façam algumas referências no decorrer dos episódios, não acho que passe disso. O que eu sinto é que vamos acabar entrando no mundo só da série e Psicose nem vai passar pela nossa cabeça. Do mesmo jeito que aconteceu em Smallville (quem é o Superman mesmo?).

xoxo, 
Nanda

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Meu nome é Fernanda, mas podem me chamar de Nanda. Tenho (quase) 22 anos, mas juro que pareço ter 16. Estudo jornalismo porque depois de assistir Smallville, decidi que queria ser a Chloe. Sou apaixonada por cultura pop, e fiquei um bom tempo tentando decidir se gostava mais de ler, ver séries ou filmes. Acabei decidindo que tanto faz. Eu gosto de todos! (Mas acho que ter 32 séries na minha watch list responde essa dúvida).