29 de dez. de 2014

Tons da Galera: A cor de 2015

Esta quarta é o dia dos brasileiros, que acreditam nesta tradição, se vestirem com as cores que representam seus maiores desejos para o 2015: amor, paz, saúde, dinheiro. Mas um dia é um dia, e quanto ao ano inteiro?

Há algumas semanas a Pantone divulgou a cor do ano, e a revelacao foi surpreendente — e um refresco — depois de anos de cores alegres e bem femininas, e já causou polêmica entre os insatisfeitos.

A cor do ano será o Marsala, um vinho terroso e sexy, forte, inusitado, inspirado nos temperos do oriente.


Daí já surgiram os tutoriais de maquiagem com sugestões que combinem com o tom, assim como inúmeros boards no Pinterest ensinando a usar a cor, e não é que o que parecia complicado ficou fácil? Como as imagens abaixo mostram, o Marsala pode ser encontrado e combinado no kit de make de todas nós, e, quanto às roupas, fica lindo tanto com tons de rosa antigo e amarronzados/caramelos quanto com azuis escuros e cremes. O resultado pode ser chique, ultrarromântico ou sensual, dependendo com o que você combina. Versátil, não?

Para os fãs de móveis e objetos de decoração, a cor do ano traz definitivamente um clima aconchegante e outonal. Eu adorei a mudança no que vinham sendo as cores do ano, e vocês?



Crédito das imagens:
http://www.pantone.com
http://www.designeverydayblog.com/
http://www.nicoleinspired.com/

26 de dez. de 2014

Papos de Sexta: O Fator Panetone vs. o Fator Rabanada

Essa é minha última coluna do ano; o último “Papos de Sexta” do ano. Uma tremenda responsabilidade, né?

Já notou que, apesar de tudo terminar diariamente, é somente nas últimas semanas do ano que sentimos o impacto do final de um ciclo? É como se só refletíssemos sobre nossas vidas, nossos sonhos e nossos caminhos no final do ano. Mas por que só nos últimos dias do ano, se ele já passou? Por que não no início do próximo, já que vamos precisar de empolgação e determinação para conquistar o que pretendemos?

A resposta é uma só: o “Fator Panetone”. Sim, muitos odeiam frutas cristalizadas, outros adoram, mas não é possível pensar no final do ano sem ele. A época do panetone chega para nos fazer entender que está na hora de chamar de volta as tropas e repensar a estratégia para conquistar o ano que vem desde o primeiro dia, desde o primeiro mês.

O “Fator Panetone” é exatamente o momento em que começamos a pensar no que fizemos no ano que passou; em que ficamos tristes pelas oportunidades que passaram sem serem aproveitadas e em que sorrimos pelas que abraçamos. O “Fator Panetone” tem o poder de nos entristecer assim como o de nos fortalecer. Tudo depende da sua relação com ele.

Vocês provavelmente estão rindo de mim, mas é verdade! Quando chega o final do ano, fico mais sensível, mas também mais corajosa. Essa é a minha maneira de encarar o “Fator Panetone”. Penso em tudo que quero conquistar no ano seguinte, o que quero mudar, o que quero aprimorar. No topo da lista está “Como quero me sentir quando vir os panetones sendo vendidos novamente?”.

Viram? Esse é o poder do “Fator Panetone”!

O ano de 2014 foi repleto de desafios profissionais e pessoais para mim. Pude colocar minhas habilidades de mediadora a prova ao participar das palestras da Cassandra Clare na Bienal do Livro de São Paulo. Virei Caçadora de Sombras depois dessa! Também tive que lidar com situações desafiadoras no meu trabalho, das quais acabei de receber um retorno muito bacana! Casei! Bem, ainda não no papel, mas deixei o conforto da casa dos meus pais para cuidar da minha própria casinha, dividida com o homem da minha vida. E essas são só algumas de tantas coisas que fiz e planejei para o ano... tudo fruto do “Fator Panetone” de 2013.

Esse ano, a minha lista mudou um pouquinho, porque quero conquistar outras coisas em 2015. Mas de uma coisa eu tenho certeza: quero vencer ainda mais o “Fator Panetone” para que, quando o Natal de 2015 chegar, eu tenha conseguido transformar esse fator no “Fator Rabanada”. O que é o “Fator Rabanada”? Ah, se tudo der certo, conto pra vocês em mais ou menos 360 dias!

Espero que o Natal de vocês seja iluminado, repleto de felicidade, saúde e LIVROS!


Mas antes de cantar “Noite Feliz”, conta aí, o que você quer fazer em 2015 para ter menos medo e mais sorrisos somados ao seu “Fator Panetone”?  

18 de dez. de 2014

Galera entre letras: Contos de Natal

Eu já contei pra vocês quem é o pai da ideia moderna do Natal, né? Não lembram? Segue o link pro texto de Natal do ano passado sobre A Christmas Carol, de Charles Dickens, um dos contos de Natal mais conhecidos (e mais bonitos) da literatura universal.

Dickens foi um dos autores que mais escreveu contos de Natal. Foram tantos que dá até pra fazer um volume só com eles! E eu falo isso LITERALMENTE; vejam só que bonita a edição da Barnes & Noble:



Mas ele não foi o único e o post de hoje é pra falar de alguns contos famosos que também celebraram o Natal. E se você não é muito de festas e prefere o aconchego do seu lar ou se você se cansar depois de tanta comemoração, fica a dica pra relaxar. E tudo bem se você ODEIA o Natal e as festividades em geral (tem uma dica pra você também, seu mal-humorado! rs)

Um dos contos mais emocionantes sobre o Natal é The Gift of the Magi [O Presente dos Magos], de O. Henry. Sabe a essência do Natal, que, às vezes, a gente julga que foi perdida em alguma época remota, quando não eram a comilança nem os presentes que importavam? Pois é, o conto do O. Henry é sobre isso. Sobre dar importância ao que realmente é importante nessa época.

Acho que hoje ninguém se lembra de Washington Irving, um autor que já fez muito sucesso com um conto chamado The Legend of Sleepy Hollow [A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, como ficou conhecido], que já virou até seriado de televisão, e conta a história do “cavaleiro sem cabeça”. Apesar do gosto um tanto quanto macabro, Washington Irving também escreveu uma história sobre o Natal: Old Christmas [Natal à Moda Antiga]. Já dá pra ver desde a primeira frase do texto — “Não há nada na Inglaterra que exerça um encanto mais delicioso sobre a imaginação que a permanência dos costumes festivos e das brincadeiras rurais de antigamente” — que a história tem um tom bem nostálgico, mas que ninguém se engane: não é uma história triste!

Mas se vocês gostam de manter a mente alerta durante as festividades, vale exercitar a “massa cinzenta” e ler (ou reler!) uma das histórias mais divertidas da “rainha do crime”: The Adventure of the Christmas Pudding [A Aventura do Pudim de Natal], de Agatha Christie. Pra quem ainda não conhece a genialidade de um dos detetives mais famosos da literatura inglesa, o belga Hercule Poirot, pode ser uma ótima introdução. Além dos enredos divertidos, Agatha Christie tem um estilo bem gostoso de ler e um texto bem-humorado (e mesmo que vocês não gostem de mistério, sempre tem um pouquinho de romance e descrições das típicas paisagens inglesas nos livros dela).

Bom, se Natal definitivamente não é a sua festa, e se vocês têm vontade de se esconder quando começam os festejos, os beijos e os abraços, tudo bem. Eu tenho uma dica pra vocês também! (E o mais importante: vocês não estão sozinhos. Ninguém é obrigado a curtir o Natal; às vezes, dá mesmo vontade de ficar quietinho e, nesses casos, não há melhor companhia que um bom livro.) Pra vocês, que não aguentam mais ver as propagandas ou ouvir “Então é Natal”, How the Grinch Stole Christmas! [Como o Grinch Roubou o Natal!] assim, com ponto de exclamação mesmo, é a dica. O livro também critica a ideia de um Natal comercial. E as ilustrações são do próprio Dr. Seuss, autor superconhecido de livros infantis para crianças e adultos.

Pra terminar, depois de ver o Neil Gaiman, vestido de Charles Dickens, lendo A Christmas Carol (voltem pro link do artigo do ano passado pra ver a fotinho do Neil!), eu não consigo mais pensar no Natal sem lembrar dele. E Neil Gaiman também escreveu sobre o Natal. Bom, se vocês viram Coraline, já sabem que o Neil tem uma quedinha pelo macabro, então, apesar de ser sobre São Nicolau e Papai Noel etc. etc., não é exatamente uma historinha bonitinha, sabe?

(E, se você parar pra pensar no texto, ele chega até a ser bem crítico.)
Aqui tem uma animação chinesa sobre o continho (com link para o original em inglês):
Ho Ho Ho


Boas leituras e até 2015!

16 de dez. de 2014

Papos de terça: Nataliterário

Desde que me mudei da casa dos meus pais, há 12 anos, eu devo ter decorado o meu apartamento para o Natal apenas duas vezes — e logo nos primeiros anos, quando tudo era novidade. Eu continuo achando a ideia bacana, não me levem a mal, tanto que coleciono referências de árvores e adornos alternativos, além de tutoriais diversos. E vivo dizendo que vou caprichar na decoração do ano seguinte, mas as festividades são sempre na casa das famílias — minha e do marido. Daí junta a correria dessa época, o calor, o cansaço acumulado, a preguiça… Quando me dou conta, já é Ano Novo!

Mas talvez eu receba visitas em casa nesse final de ano, e isso me fez correr para a internet em busca de inspirações. Algo que fosse rápido, prático e barato. E como tenho muitos livros, eu separei algumas dicas de decoração literária. Vocês, leitores, devem conhecer a maioria delas, mas vou compartilhar mesmo assim! :)

Começando pelas árvores… Não tem mistério na hora de montar uma árvore de livros, apenas decida qual lado do livro ficará aparente: a lombada, como nessa versão da loja Anthropologie (imagem via Fancy), ou o miolo, igual à vitrine da The Moravian Book Shop (imagem via Soon Remembered Tales). A quantidade de livros é proporcional à altura da árvore. Essa do Family Sponge levou aproximadamente 80 exemplares. Uma dica importante: prefira decorar com lâmpadas de LED, pois esquentam menos.

Não tem espaço sobrando? Sem problema! Você pode montar sua árvore de Natal embaixo de uma lareira, como essa ideia do Thoughts from Alice para o site Jennifer Rizzo. Pode ser embaixo de um aparador ou mesa também. Melhor ainda, você pode montar uma árvore de livros na própria estante, como essas do Swiss Miss e Michael Johansson.

Ou optar por versões reduzidas, como essas do The Decorologist e Mondo Cherry.

Outra maneira de montar sua árvore é usando os livros abertos, mas confesso que só teria coragem de fazer isso com exemplares, bem velhos, daqueles que a gente separa para doação, sabe? As imagens são dos sites Twig and Thistle e Media Tinker.

Você pode usar apenas as páginas dos livros, como nessa ideia do Life in Grace. Mais uma vez, livros bem velhinhos! rs Ou substitua as páginas dos livros por folhas de jornal, como nessa ideia do Mother EarthLiving.

A loja Anthropologie também vende essa mini árvore de Natal para enfeitar qualquer superficie, mas o site The Wonder Forest ensina a fazer uma igual.

Outras ideias de mini árvores com tutoriais: a primeira é da Martha Stewart, a segunda é da loja Land of Nod e a terceira do The Sweetest Occasion.

E para finalizar, que tal essa decoração literária para a ceia de Natal? A ideia é do StyleMe Pretty.
Essas e outras inspirações estão no meu Pinterest. Espero que vocês tenham gostado das dicas e aproveito para desejar a todos um Feliz Natal! E que 2015 seja repleto de livros ;)

11 de dez. de 2014

Design et cetera: Melhores momentos de capas 2014

O ano está terminando e chegou a hora das contagens regressivas e dos tops 10 e melhores momentos. Aqui na Galera, foi um ano cheio de lançamentos de sucesso e, claro, capas bonitas. Para entramos no espírito, reuni aqui um apanhado das 10 melhores capas do ano, na minha superhumilde opinião, e convido todos vocês a opinarem também.

No. 10: Ai meus deuses!
Obra prima da nossa designer Diana Cordeiro, tudo sobre essa capa é maravilhoso. Da estampa do fundo às ilustrações gregas. Adoro como a ilustração é ao mesmo tempo grega e moderna. E vocês, concordam?

No. 9: Merlin: As sete canções
As ilustrações de Renato Guedes com o layout do Leonardo Iaccarino, nosso designer da casa, fazem jus a esse clássico da fantasia.

No. 8: O que restou de mim
Somos apaixonados por essa arte de capa gringa. Distópica sem deixar de ser chique.

No. 7: As crônicas de Bane
Linda, holográfica e esperada: a edição impressa de As crônicas de Bane. Como não amar?

No. 6: Princesa adormecida
Mais um trabalho incrível do Renato Guedes com layout de Túlio Cerquize. O clima de contos de fadas foi perfeitamente capturado nesse layout que atrai leitoras de todas as idades.

No. 5: A mais bela de todas
Essa reinterpretação de Branca de Neve ficou lindíssima nas mãos da Marília Bruno, não acham? Fofa ao extremo.

No. 4: Invisível
Possivelmente a minha capa favorita de todos os livros do Levithan, na minha opinião. Moderna e conceitual. Mais um trabalho incrível do Túlio Cerquize.

No. 3: O livro dos vilões
Eu juro que não é porque a estampa é minha, mas sou apaixonada por essa capa. Hahaha

No. 2: Onde deixarei meu coração
Essa capa é perfeita para o livro da Sarra Manning, clássica e romântica. Certamente uma das melhores capas que fizemos esse ano.

No. 1: Instrumentos Mortais - Edição de colecionador
Como não encerrar com essa edição diva e holográfica de Instrumentos Mortais?

Foi um ano excepcionalmente inspirado no quesito de capas, mas 2015 promete trazer muitas novidades, entre elas o segundo volume capa dura de Instrumentos Mortais, por isso, aguardem!

E na sua opinião, quais capas fizeram o ano e a estante de vocês?

5 de dez. de 2014

Papos de Sexta: Três casas e um poeta

Quando eu tinha 14 anos, meus pais me levaram para ver "O carteiro e o poeta", filme italiano que fez um sucesso danado nos cinemas do mundo todo. Ali descobri Pablo Neruda. Como ainda não havia a possibilidade de ver quem era o cara na Wikipédia, corri para biblioteca do colégio para saber mais. Acontece que, por minha escola ser religiosa, ela não tinha seus livros. Pablo Neruda, poeta chileno, era metido com política – totalmente de esquerda – e, por isso, não era considerado de bom tom lê-lo. Mas, para minha sorte, meus pais me levaram a um sebo que existe até hoje no bairro onde moro, e lá pude comprar três livros de Neruda.
A paixão que já existia pela história do filme aumentou, e lendo sua biografia, no final de um de seus livros, me emocionei: Neruda morreu 6 anos antes de eu nascer.
Um dia, já com a internet a mil, e com milhares de frases do chileno rondando por Orkuts e Facebooks da vida, vi que ele tinha três casas (sim, três!) no Chile e que todas estavam abertas para visitação. Já contei aqui para vocês como foi incrível conhecer a casa da autora de “E o vento levou...". Como podem imaginar, então, eu via as pessoas nas casas de Neruda e sonhava com esse momento para mim.
Pois bem, no último feriado que tivemos chegou finalmente a minha vez: quando combinamos de viajar, meu noivo, junto à minha sogra, me perguntou qual lugar eu tinha vontade de conhecer, para colocarem no roteiro. Poderia ter falado: Valle Nevado, Valparaíso, Ilha de Páscoa... mas falei:
— A casa do Neruda. Me levem lá, preciso ir!
E foi assim que, ao chegar em Santiago, enchi a paciência para me levarem lá. Mesmo exaustos, eles fizeram minha vontade. Andamos um bocado porque nos ensinaram o caminho errado, mas conhecemos La Chascona! A casa é bem colorida. Já é linda por fora, mas seu interior (lembrando que fotos são proibidas) ostenta peças tão diferentes que você nem sabe para onde olhar. Te entregam um guia virtual e você escuta a discrição de cada cômodo: além da paixão pela esposa, citam em qual local ele escreveu determinado livro... E você fica solto, faz sua visita no seu tempo, examina as coisas, sente aquela vibração do poeta, e o imagina ali. As fotos penduradas pela casa remetem imediatamente ao passado.
O clima era tão bom que, mesmo sem poder sentarmos, me senti em casa. Todo o cansaço foi embora. Ao sair, deparamo-nos com uma lojinha com muitas coisas relacionadas ao poeta, e é claro que quis levar todos os livros.
No dia seguinte, nosso tour dava direito a conhecer La Sebastiana, sua segunda casa, onde, dizem, ele morava com a amante. Verdade ou não, a casa não é tão bacana quanto a outra, além de ficar em Vaparaíso, outra cidade, na qual demoramos umas duas horas para chegarmos. Apesar de tudo, a vista é linda. A história de Neruda se confunde com a história do Chile e com a ditadura, pois ele sempre lutou pelas causas nas quais acreditava e fez tantos admiradores quanto inimigos.

Infelizmente não deu tempo de conhecermos Isla Negra, a terceira casa. Mas tudo bem, pois as duas que conheci já ficaram marcadas para sempre. Neruda mora ainda mais no meu coração. 

4 de dez. de 2014

Galera entre letras: Os melhores de 2014 e o que 2015 reserva

Agora é a vez da gente falar sobre o que 2015 reserva de bom pra quem gosta de ler! Como comentei na última coluna, ano que vem teremos uma tendência mais “realista” nas histórias (o que não significa, de modo algum, que a gente não vá ler fantasia; ao contrário, vem muita coisa boa por aí! Só que as histórias vão centrar mais nos problemas da vida – em mundos alternativos ou mesmo no futuro).

Separei três títulos que vão dar o que falar no próximo ano. Um deles, Afterworlds, vai ser publicado pela Galera Record e tem tudo pra ser o livro de 2015!

Sobre os outros dois, não tenho informações a respeito da publicação por aqui.

The Fifth Season [A Quinta Estação, numa tradução livre], de N. K. Jemisin (lançamento em agosto). Esse é um dos livros que eu aguardo com mais ansiedade. Já li outros da N. K. Jemisin (uma autora afroamericana jovem e bastante premiada) e, embora seja um livro que mistura fantasia e ficção científica, tem uma vibe realista ao abordar um mundo após repetidas extinções. Nesse mundo decadente e distópico, a vida nas grandes cidades que sobreviveram tem que se adaptar constantemente em meio às ruinas – e aos detritos – do passado. O título da série é “Broken Earth” [algo como “Terra Dividida” ou “Terra Partida”] e parece promissor. Como eu fiquei bastante impressionada com o filme Interestelar, que está sendo exibido nos cinemas, a sinopse que eu li do livro da Jemisin me lembrou um pouco da primeira parte do filme, com a terra (e a Terra) exaurida e com pouca renovação (ou variedade) dos recursos naturais.

All the Bright Places [Todos os Lugares Claros ou Luminosos ou Felizes, numa tradução literal], de Jennifer Niven (lançamento em março). Eu nunca li nada da autora, mas no Goodreads (conhecem? É uma ótima fonte pra pesquisar sobre livros) dizem que é Culpa das Estrelas + Eleanor e Park. Achei interessante! O livro conta a história de um garoto fascinando com a (própria) morte e de uma garota que acabou de perder a irmã e só pensa no futuro e em sair da cidade onde mora. Eu gosto de dramas, confesso. E me parece que o encontro de personagens tão diferentes um do outro pode render boas situações e boas reflexões também. pelo que li, o livro trata não só da questão da morte e da tristeza, mas também da superficialidade dos relacionamentos e de tentar passar uma imagem de quem não se é, coisa que, de certa forma, a gente vive (ou vê) todos os dias.


O terceiro livro já até foi lançado no exterior, mas eu gosto tanto das traduções da Galera Record que resolvi esperar. Afterworlds tem tido bastante destaque nas resenhas estrangeiras e eu já comecei gostando do título do livro (um trocadilho óbvio com “afterword”, “epílogo” ou “posfácio”, em inglês). O livro conta a história de Darcy Patel, uma jovem autora que meio que para a vida em função do livro que está escrevendo: justamente Afterworlds. Eu sou fã de histórias metalinguísticas (livros-dentro-de-livros; filmes-dentro-de-filmes) e o Scott Westerfeld é um dos meus autores YA favoritos. O livro alterna os capítulos entre o livro real (isto é, a história de Darcy) e o livro que ela escreve (que tem Lizzie como protagonista). Como o Westerfeld é um autor muito criativo (com ótimos diálogos e ambientação e excelentes protagonistas), estou esperando mais uma ótima história, e vai ser bom ver um YA retratando o mercado editorial (será que ele incluiu algum autor ou editor conhecido como personagem do livro? Não é raro os autores fazerem isso e, sem dúvida, vai ser curioso encontrar algum nome conhecido no livro!)

E quanto a vocês? Algum destaque ou expectativa?

Boas leituras e até!

1 de dez. de 2014

Tons da Galera: Campanhas de Natal

Nas últimas semanas andamos descobrindo as campanhas de Natal das mais importantes marcas do mundo. O mais marcante foi que os temas basicamente foram dois bem diferentes, um adotado pelas marcas de fast-fashion, e o outro por grifes mais luxuosas e e-commerces.

No quesito celebridades, muito brilho e clima de festa, Iggy Azalea estrelou a campanha da Forever 21, a onipresente Cara Delevingne assinou com a TopShop, que aliás acaba de abrir uma megastore em plena Quinta Avenida, Anna Hendrick posou para Kate Spade, e Lady Gaga e Tony Bennett estrelaram a campanha e vídeo (http://youtu.be/cf5K7u8HNhY) bem festivo e natalino para H&M.

Cara para TopShop, Anna Hendrick para Kate Spade e Cher… oops, Lady Gaga e Tony Bennett para H&M.

Já na outra vertente, o tema conto de fadas, moderno ou não. Exemplos foram o site de compras Farfetch (http://youtu.be/4tKSzXzbVCY), que criou cartões virtuais com ilustrações remetendo aos clássicos contos dos irmãos Grimm, a Dolce & Gabbana (http://youtu.be/jpP6dTtTOpc), num clima floresta encantada, e o Net-a-porter (http://youtu.be/Nx-myN0iWqQ), que criou uma floresta gótica com clima — e atriz —  de Game of Thrones. Já a joalheria Tiffany’s apostou num conto de fadas mais moderno com muito romance e com muita neve.


Dolce & Gabbana e sua floresta encantada, Gwendoline para Net a Porter e as ilustrações da Farfetch.

Em comum: um certo escapismo. O desejo pela sensação de mágica e celebração. E depois de um ano agitado como esse, parece que todos estão mesmo querendo e precisando sonhar com dias mais doces e encantadores. Quem concorda?


28 de nov. de 2014

Papos de sexta: Opinião que importa

O que te motiva? Aplauso? Recompensa? Brinde? Acho que para cada assunto ou situação, tenho um estímulo diferente. No caso da literatura, o que me motiva a ler é me perder em novas histórias e me apaixonar de novo, e de novo, e de novo... Mas nem todo livro me motiva a escrever uma resenha.

Leio muito e leio sempre, mas não escrevo sobre tudo que leio porque 1) não tenho tempo e 2) porque alguns livros não me motivam a ir além de lê-los. Posso comentá-los em eventos e com os amigos, mas usar meu precioso tempo para sentar, pesquisar e escrever não é para qualquer obra.

Blogs literários se tornaram uma fonte de informação, de opinião e de pesquisa para leitores, o que eu acho ótimo! Mas trato os blogs como trato a crítica cinematográfica: procuro aqueles que têm a opinião similar a minha e aqueles que apresentam argumentos sólidos sobre a leitura (rezando para o primeiro ser o mesmo do segundo). Mas quando é hora de atualizar o meu blog – o cheirodelivro.com –, tenho um lema: o que eu gosto, quando eu posso.

Parece preguiça, mas juro que é estratégia! O que me motiva a resenhar é ter algo a dizer sobre o que li. Alguns livros me surpreenderam, outros me desafiaram, outros me enganaram e ainda tem aqueles que me sequestraram e se recusaram a pedir resgate! Mesmo quando estou pulando pela casa e louca para postar “Eu amei esse livro!” ou “Quero matar este autor!”, paro para me acalmar antes de sentar para escrever. Faço isso porque a minha opinião só vale se for embasada, se for apoiada em argumentos, em explicações que vão além de “muito bom” ou “detestei” e a sinopse do livro. Alguns livros rendem matérias grandes, outros são abordados em resenhas mais curtas, mas vários são apenas uma leitura. O que me move pode não mover outros e é por isso que escolho dar a minha opinião quando ela importa. Não quer dizer que estes livros não são bons ou válidos, longe disso! Mas só não me motivaram a compartilhar minha opinião.

Em época de internet, quando todos querem compartilhar tudo a todo o momento com todo mundo, é importante ter um filtro. Esse filtro não é somente para usarmos no que queremos ver e ler, mas também no que queremos produzir. Falar sobre tudo, gostar de tudo, ter tudo, ler tudo pode significar exatamente o oposto: uma opinião vazia.

E vocês? O que lhes motiva a escreverem uma resenha?

27 de nov. de 2014

Design et cetera: Capas Bregas: O Retorno

A gente nunca se cansa de falar do nosso passado. São tantas pérolas, tantas edições *luxuosas* que eu poderia fazer mil posts saudosistas.

Um dos meus passatempos favoritos é procurar capas antigas da Danielle Steel. Ela é praticamente a musa oficial da Record, já que editamos sua obra desde os anos 80.


Galope de amor é um dos clássicos da autora, mas essa é a melhor edição disparada. Tudo nesse layout é cativante, desde a bela tipografia usada no título até a perturbadora ideia de um cavalo galopando por um campo florido. Eu disse anteriormente que não havia nada mais brega do que um casal numa capa, mas acho que um casal em cima de um cavalo é pior.


Agora, como lidar com essa capa, gente? É de tão bom gosto... Um casal topless se pegando na areia. Coberto de cenoura-bronze. Não tem como dar errado, principalmente com essa bela e desenhada fonte do título.

Mas isso não seria um post brega sem as capas antigas do nosso Sidney Sheldon, né?


 Esse exemplar de Corrida pela herança é especial para mim. Li esse livro quando tinha 8 anos e me lembro de achar sensacional na época. Acho que não reparei na genialidade da capa.

Reparem: Um sujeito mal-desenhado e aparentemente morto. Um casal de loiros olhando para o leitor com uma cara chocada.  Um cara de terno apavorado olhando para o leitor. E Salvador Dali lá atrás. No centro e em posição de destaque: uma tv antiga mostrando a imagem de um elegante senhor. Medo.


Nada dura para sempre, inclusive os projetos gráficos. Se bem que esse aqui é quase imortal. Três enfermeiras gigantes dominam uma cidade. Abaixo delas, dois prédios, médicos realizando uma cirurgia, uma lancha e um sujeito de sobretudo tentam escapar. Eu não sei sobre vocês, mas duvido que eles consigam fugir.

Vale dizer que, apesar dessas capas retratarem a breguice aguda dos anos 80, as histórias são super contemporâneas e a Record refez TODO o projeto gráfico de ambos autores. Olha que divo que ficou:




20 de nov. de 2014

Galera entre letras: Os melhores de 2014 e o que 2015 reserva (1ª PARTE)

Bom, uma das certezas que o fim de ano traz são as listas de “melhores do ano” que, ao mesmo tempo que fazem um tipo de revisão das tendências do ano, apontam o que o futuro reserva. E vocês não achavam que eu ia deixar de dar meu pitaco nessa história, né?

Confesso que não li muito este ano. Quero dizer, eu li, mas poderia ter lido bem mais (alguém mais acha isso em relação às próprias leituras ou eu sou mesmo a única crazy book lady solta por aí?).

De qualquer forma, de uma lista inicial de dez livros que li e gostei, separei três para apresentar a vocês. Nem todos foram publicados em 2014, mas só agora que eu consegui ler. Nem todos esses foram (ou vão) ser publicados no Brasil, mas fica a dica pra quem lê em inglês ou sente curiosidade em saber o que anda saindo lá fora.

O primeiro livro é o mais antigo (foi publicado em 2012): THE GIRL WITH BORROWED WINGS [numa tradução literal: A GAROTA COM ASAS EMPRESTADAS, que provavelmente não seria o título em português...].

Imaginem CREPÚSCULO nas Arábias (brincadeirinha!). O livro da Rinsai Rossetti (o primeiro dela!) conta a história de Frenenqer, uma garota de 17 anos que mora com o pai no deserto, e cuja vida muda ao conhecer Sangris, um rapaz transmorfo.

Bom, até aí seria apenas uma história de amor com pitadas de fantasia (à la CREPÚSCULO), mas, logo no começo do livro, ficamos sabendo que Frenenqer foi “fabricada” pelo pai. E isso nem é um segredo, como nos conta a própria garota: “Sou diferente da maioria das outras pessoas porque meu começo não foi no corpo da minha mãe, mas na mente do meu pai. Ele me inventou, sabe.” (A tradução é livre e é minha mesmo.)

De todo modo, apesar de Frenenqer ter sido inventada pelo pai, é somente ao longo do livro que nós REALMENTE vamos saber QUEM ela é (para além de todos os conflitos familiares, dos problemas na escola etc. etc.)

A ambientação do livro também é muito interessante porque a história se passa no Oriente Médio – coisa rara nos livros YA –, mas, ao mesmo tempo, a Rinsai põe, lado a lado, elementos high-tech convivendo com a tradicional imagem de oásis e desertos.

E, além disso tudo, ainda é uma história de amor que envolve um transmorfo!


O outro livro que selecionei é de uma autora de quem já li alguns outros livros: A.S. King. Bom, pra começo de conversa, a A.S. King é amiga do David Levithan (o que por si só já mostra como ela é incrível! rs), mas óbvio que não é só isso. O livro que selecionei, REALITY BOY [O GAROTO DO REALITY] conta a história de Gerald Faust, um garoto que cresceu num tipo de reality show [lembra um pouco o filme O SHOW DE TRUMAN, sabe?], mas que, ao contrário de Truman consegue romper com isso. Além de uma crítica à “virtualidade” do mundo no qual vivemos, REALITY BOY trata de relacionamentos (entre pais e filhos, entre amigos). Faust tem explosões violentas de raiva com a família (a quem ele culpa por seus problemas), mas também com aquelas pessoas que ele acha que ama.

Mas o livro não é pessimista. Ao contrário, A.S. King (como em todos os livros dela) mostra que conflitos fazem parte das nossas vidas e que o amadurecimento ocorre justamente quando aprendemos a lidar com eles. Porque, no fim das contas, não dá pra mudar o que fizeram com a gente no passado, mas dá pra fazer as coisas de modo diferente no futuro. E, a exemplo de THE GIRL WITH BORROWED WINGS, as primeiras frases já garantem que a leitura será marcante:

“Eu sou o garoto que você viu na TV.

Lembra o garotinho esquisito que cagou na mesa de carvalho manchada, na cozinha dos pais, quando eles confiscaram o Game Boy? Lembra como a câmera habilmente escondeu suas partes íntimas com o centro de mesa com a margarida e o girassol artificiais e reluzentes?

Era eu. Gerald. O mais novo dos três. O único garoto. Fora de controle.” (Outra tradução livre.)


E, last but not least, separei o livro de uma das autoras mais fofas dos últimos tempos, que conheci justamente quando comecei a colaborar com a Galera Record: SER FELIZ É ASSIM, da Jennifer E. Smith (traduzido pela Daniela Dias). Eu já tinha lido (e morrido de chorar!, confesso) A PROBABILIDADE ESTATÍSTICA DO AMOR À PRIMEIRA VISTA e logo que SER FELIZ É ASSIM foi publicado eu quis ler.

Bom, o que mais gosto na Jennifer E. Smith é a capacidade de criar histórias a partir de coisas “aparentemente” bobas (tipo, um atraso de quatro minutos na hora de pegar o avião, um e-mail enviado pra pessoa errada) e mostrar como essas coisinhas podem mudar a vida de alguém. E eu gosto muito de como ela constrói os personagens porque eles são bastante críveis (e vocês já repararam como ela é ótima nos diálogos?).


Já deu pra ver que ando com uma tendência mais “realista” ou “realista fantástica” nas minhas leituras e acho que essa vai continuar sendo uma das tendências pra 2015. No próximo artigo, vou falar dos livros cuja publicação aguardo ansiosamente.

Até lá e boas leituras!

17 de nov. de 2014

Tons da Galera: São Paulo Fashion Week

Com a constatação oficial que o Fashion Rio rodou, pelo menos para edições de inverno (e, creio eu, que em breve as de verão irão pelo mesmo caminho), ficamos com a firme e forte São Paulo Fashion Week como nossa semana de moda oficial.

Entre os destaques, a irreverente Amapô, fez uma auto-homenagem a seus 10 anos. A marca fez uma releitura dos grandes hits de suas coleções. Referências dos anos 1970, 1980 e 1990, com modelagem grande e pedrarias e metais no estilo "ostentação".

Já a Acquastudio apostou no cima festa e "Neobarroco" com brocados, jacquards, rendas e bordados com pedraria e aplicações de flores, tons claros e dourado.

A TNG estreou no SPFW, também comemorando aniversário, 30 anos da marca, e apostou em jeans elaborado e alfaiataria moderna. A coleção foi inspirada nas roupas dos trabalhadores de minas do início do século XIX, com com novas técnicas como lavagem de resina e barro, e desgaste transparente, além das aplicações de bordados com fios tweed e patchwork com diferentes tipos de denim. Macacões e jardineiras, saias mídis e longas, parcas capas, calças skinny, trench coats e casacos, tons de areia, marrom, marinho e índigo.

Outro destaque foi a Ellus 2nd Floor inspirada pela cultura local da Islândia, com padrões em malhas jacquard com motivos invernais de paisagens montanhosas, flores congeladas, e uma cartela de cores em tons de azul, branco e vermelho. Materiais como o neoprene jeans, lã e tricô também estiveram presentes.
TNG, Amapô, Acquastudio e Ellus 2nd Floor
Falando em tricô, a Doisélles, conhecida por seu trabalho social — tricô e crochê feitos por detentos de penitenciárias de Juiz de Fora e da grande Belo Horizonte — também marcou presença. Ela levou sua trama para o inverno 2015 da Iódice, que esteve de volta ao evento. Ao todo foram produzidas 20 peças de tricô. O grupo formado por oitos presos da penitenciária Professor Ariovaldo de Campos Pires faz parte do projeto Flor de Lótus, criado em 2009 pela estilista com o intuito de ensinar aos detentos as duas técnicas para incluí-los socialmente.

Vale a pena ver o documentário dessa iniciativa aqui.

Tendo acabado de voltar de NY, onde todas as vitrines já exibem as suas coleções de outono/inverno, foi legal perceber que nossas grifes não estão copiando o que está sendo feito lá fora, tudo que vi aqui na SPFW foi bem diferente e autêntico, uma excelente notícia para o nosso mercado!

No próximo post, as novidades pescadas em NY!

Até mais!

13 de nov. de 2014

Design et cetera: Capas Middle Grade

Há um pouco mais de um ano, a gente atualizou um selo exclusivo para nossos livros Middle Grade: Galera Junior.

Pra quem não sabe, Middle Grade é o termo que usamos para leitores com idades entre 8 a 14 anos. Aquela fase em que a criança sai dos infantis e passa a escolher os próprios livros. São títulos que podem ou não ter ilustrações no miolo (geralmente em preto e branco) e costumam ter histórias bem-humoradas.
 É um segmento muito importante, justamente por estar entre os infantis e os jovens adultos, e merece um tratamento gráfico especial. Aqui na Galera, temos váaaaaarios títulos superfofos e engraçados, e separei alguns deles para analisarmos por aqui.

Um dos favoritos da gente é a série Sr. Gum. Teoricamente, é para o público Middle Grade, mas é tão tão engraçado que quando trabalhamos nele, temos ataques de risadas histéricas aqui no escritório.


As ilustrações são do David Tazzyman, e o traço meio despretensioso  reflete bem o teor humorístico dos livros.


Outra queridinha nossa é a série Otolina, escrito e ilustrado pelo premiadíssimo Chris Riddell.



Riddell sempre se inspirou muito Alice no país das maravilhas e seu estilo reflete isso.

Um nacional muito maneiro que acabamos de lançar é: O palhaço está em greve, de Marco Túlio-Costa. O livro é uma metáfora para o Brasil, haha, e as ilustrações do Rafael Nobre dão vida para a história.



Eu não poderia deixar de falar do Fator Nerd. Apesar de ser Middle Grade, é um livro tão sensacional, engraçado e cheio de referências nerds, que na verdade não tem idade.

  
E para finalizar, outro Middle Grade que pode agradar a um público mais velho é O peculiar. O livro é uma fantasia gótica steampunk com elementos de mistério e é outro queridinho aqui da editoria. Um fato curioso é que o autor, Stefan Bachman, tinha apenas 17 anos quando escreveu. A capa capta bem os elementos de fantasia/steampunk presentes na história.