26 de set. de 2014

Papos de sexta: First Sentence Challenge

Depois do Apocalipse Zumbi da Galera, voltei com mais uma tag literária chamada First Sentence Challenge. A ideia é muito simples, mas descobri que pode ser muito difícil se sair bem :P



E aí, alguém se animou para fazer também?

Obrigada por tudo, pessoal!

Até o próximo post!


xoxo

25 de set. de 2014

Galera entre letras: Livros e censura


Esta semana é celebrada a semana dos livros banidos. E, imagino, vocês devem estar se perguntando “LIVROS BANIDOS?! Como assim?!” Bom, eu vou explicar.

Apesar de a cultura ocidental ser conhecida por valorizar a imprensa livre e a liberdade de discurso, volta e meia livros são censurados. E as razões – e os livros censurados – variam bastante, e vão desde palavrões e linguagem sexual explícita até a censura motivada pelas convicções políticas de um autor.

E essa censura, algumas vezes, ganhou materialidade e não foi apenas resultado de uma “canetada” de algum figurão do governo: na Alemanha, durante a Segunda Guerra, por exemplo, livros arderam em fogueiras acesas em locais públicos porque seus autores eram judeus, comunistas ou porque continham ideias contrárias ao regime Nazista.

Essa censura aos livros – e às ideias contidas neles – ocorreu em praticamente todos os países. E o mais curioso é que alguns dos nossos “clássicos” infantis ou juvenis e alguns dos livros considerados “os mais importantes da literatura mundial” fazem parte da imensa lista de livros banidos que, infelizmente, continua a crescer. E tem até livros de autores queridos da Galera Record que também foram proibidos.

Pra vocês terem uma ideia, O Grande Gatsby, considerado um clássico de Scott Fitzgerald, que retrata a sociedade norte-americana do início do século XX e a ascensão dos novos ricos, e hoje é leitura obrigatória em várias escolas norte-americanas e europeias, foi banido, em 1987, por conter “linguagem e referências sexuais”.

1984, de George Orwell, que descreve uma distopia totalitária também foi banido, em 1981, por sua mensagem “de teor comunista” e por “referências sexuais explícitas”.

E o Orwell é autor frequente na lista dos banidos. Outro livro dele que foi censurado é A Revolução dos Bichos. Em 1963, o argumento para a censura foi a expressão “as massas se revoltarão.”

Matadouro Cinco, um livro de ficção científica, que conta, a partir de flashbacks do narrador, a destruição da cidade de Dresden durante a Segunda Guerra – um massacre que poucas vezes foi descrito com tanta riqueza (Kurt Vonnegut, o autor do livro, ficou preso em Dresden nessa época) – foi banido com base na leitura de TRECHOS do livro na Internet.

E até um clássico da literatura infantil como Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, também foi impedido de circular livremente desde a sua publicação. E os motivos são os mais variados. Um dos mais curiosos foi o argumento para a censura ao livro na província de Hunan, na China, em 1931: “animais não devem usar linguagem humana; é desastroso quando se coloca animais e seres humanos no mesmo nível.” A Menina e o Porquinho e O Ursinho Pooh também sofreram a mesma restrição.

Mas a censura, infelizmente, não é coisa do “século passado”. Recentemente, DOIS livros do John Green, Quem é você, Alasca? e O Teorema Katherine, também entraram na lista de livros censurados em alguns estados norte-americanos. E Two Boys Kissing, do David Levithan, que vai ser publicado pela Galera Record, também foi retirado de algumas bibliotecas. A acusação contra todos esses livros? Linguagem pornográfica.

A gente conhece muito bem os dois autores e sabe que essa acusação não tem nada a ver, né? O John Green ficou TÃO revoltado, que gravou um videozinho respondendo a essas acusações. Dá pra ver aqui.

E o David Levithan, que volta e meia tem um de seus livros censurados, também semanifestou, fez uma defesa linda da liberdade de pensamento e pediu pra ninguém julgar um livro APENAS pela capa.

Já deu pra perceber que POUCAS vezes os critérios para censurar um livro efetivamente se baseiam na qualidade literária ou numa leitura atenta do material e, MUITAS vezes, os livros são censurados por puro PRECONCEITO: por expressarem valores diferentes dos valores dominantes, por trazerem personagens diferentes daqueles aos quais estamos acostumados ou por retratarem a sociedade de forma crítica. E tudo bem se há quem não goste desse tipo de livro. É só não ler (ninguém é obrigado a gostar ou concordar com tudo o que se escreve por aí!), mas impedir a circulação das ideias deveria ser, por si só, um crime!

E que tal, pra celebrar a semana dos livros banidos, a gente ler um livro banido no fim de semana? Eu vou reler Matadouro Cinco, do Vonnegut, um dos meus autores preferidos!

E, pra relaxar um pouco, um quiz divertido: “Se você fosse um livro banido, qual você seria?”.

O link para o quiz é este aqui.


Boa diversão e até!

22 de set. de 2014

Tons da Galera: Aquela época de novo... parte 2

Depois dos primeiros dias da New York Fashion Week, relatados aqui no último post, a próxima parada foi Londres. Mas voltando um pouco à NY, uma tendência já consolidada é: o próximo verão terá muito vichi. Pense em Brigitte Bardot, que completa 80 anos esta semana, casando de vestido vichi rosa em Saint Tropez ou dançando numa saia armada em Vem Dançar Comigo. Adorável!

BB fever: Flamenco na Dolce & Gabanna, Vichi em Michael Kors e DVF.

Londres pareceu mais séria… Muito preto e um certo minimalismo na maioria das coleções. Destaque  para o desfile sexy de Tom Ford (e podia ser diferente?) que super nos lembrou seus tempos de Gucci, e o sempre desfile-evento da Top Shop que trouxe  a sumida (na NYFW) Cara Delevingne.

Uma boa novidade foi a Vancouver Fashion Week, que acontece paralelamente à próxima parada, Milão. A semana de moda canadense tem ganhado cada vez mais destaque, e trouxe uma moda bem jovem com holográficos e candy colors.

Tom Ford e Top Shop em Londres e frescor holográfico na Vancouver Fashion Week 

Já Milão veio com Dolce & Gabanna com seu tradicionais brocados e vermelhos com boleros e hot pants inspirados em toureiros e suas señoritas, e mais uma vez uma homenagem à Bardot, no filme Ao Cair da Noite. Salvatore Ferragamo foi o responsável pelos looks clean de formas retas que a Calvin Klein garantiu na versão nova-iorquina. Já Emilio Pucci trouxe muita camurça caramelo combinado com tons de rosa nude e blush, e a diva eterna Naomi Campbell na passarela. Cavalli garantiu as estampas marcantes e de animais de sempre, e Armani trouxe looks leves e laise.
Bottega Veneta trouxe mais vichi (o verão é dele gente, não vai ter jeito).

O bicho nosso de cada dia de Cavalli, o clean de Ferragamo, mais frescor em Armani e dá-lhe vichi na Bottega Venetta

Já o desfile mais berrante e que deu muito o que falar foi o de Moschino, inspirado na Barbie dos anos 80. A gente já consegue ver Anna Dello Russo e Barbie fanatics como Paris Hilton usando todos os looks rosas e a capinha de celular de espelho (depois do estrondoso sucesso da capinha de batata frita do McDonald’s da mesma grife, desfile passado).

Jeremy Scott para Moschino trouxe de volta a Barbie dos anos 80.

Os acessórios já desejo da Moschino.

19 de set. de 2014

Papos de sexta: Trato é trato

Cuidado com o que você deseja. Eu ainda escuto minha mãe dizer cada vez que sopro as velinhas do meu aniversário, sua voz um contraponto ao diabinho que me promete milhões de coisas.  O que o diabinho não diz é que tudo tem um preço.

Eu tento dar ouvidos à minha mãe, mesmo ela não estando mais presente — não da maneira como eu gostaria —, mas o diabinho é persistente. Esse ser minúsculo mas de tamanha influência, que fica apenas esperando o melhor momento para a barganha.

No último ano, bastou eu pedir para ele realizar. O resultado foi uma satisfação imensa e um esgotamento da mesma dimensão.

Eu devo admitir que o diabinho não é de todo mal. É ele quem me desafia, me faz sonhar alto e correr riscos. E ele sempre cumpre com a sua parte do trato, apenas com o intuito de me cobrar depois — e como ele se diverte com essa cobrança! Aposto que os dias que antecedem o aniversário ganham o nome de inferno astral em sua homenagem.

Quando o meu dia chegou novamente, eu tentei agradecer mais e pedir apenas o essencial — saúde, paz, amor, livros, essas coisas. Eu agradeci por todas as conquistas e mesmo pelas derrotas, pois sei que foram importantes para o meu crescimento.

Mas o diabinho é esperto. Ele sabe como eu me sinto quando alguém elogia os meus textos e o quanto sou grata pelo carinho dos leitores desse blog. E sabe também que minha mãe orgulha-se de mim.

Quando me dei conta, eu estava barganhando novamente, me comprometendo a escrever mais e mais, enquanto alguém estiver disposto a ler.

Que eu possa cumprir com a minha parte do trato nos próximos anos, e que vocês continuem ajudando o diabinho a cumprir com a parte dele ;)

18 de set. de 2014

Design et cetera: Fan art

Alguns livros contêm descrições tão perfeitas e universos tão fascinantes que viram território fértil para fan arts incríveis.
E a Galera tem a sorte de publicar muitos deles <3 p="">
Neste post, reuni algumas obras feitas por fãs que são tão maravilhosas que podiam facilmente virar capas dos nossos livros e séries.

FALLEN
As capas originais da série já são incrivelmente poéticas, mas olhe que sensacionais essas ilustração da personagem Luce.



ASSASSIN'S CREED
Outra série extremamente convidativa às fan arts é Assassin’s Creed. Tanto o game quanto os livros proporcionam detalhes visuais das vestimentas dos personagens que nas mãos de um bom ilustrador viram obra de arte!





TRONO DE VIDRO
Falando em assassinos, a letal Celaena Sardothien, da série Trono de Vidro, é outra musa perfeita para qualquer ilustração. Unindo glamour e fúria assassina, ela é um personagem muito interessante para ilustrar. Olha que divas essas imagens: 




INSTRUMENTOS MORTAIS
Não podemos nos esquecer da série Instrumentos Mortais. Olha que incrível essas representações da Clary, Jace e da Cidade dos Ossos:






12 de set. de 2014

Papos de Sexta: Preferidos da Galera

No dia marcado para (tentar) organizar meus livros, comecei a escrever esta coluna. Dentre os inúmeros exemplares, eu ocasionalmente pegava alguns para me lembrar das histórias. Claro que demorou mais tempo que o planejado, e continuo sem terminar minha missão. Mas valeu a pena, pois o assunto que escolhi para falar aqui hoje vem dessa experiência: decidi dividir com vocês os livros da Galera Record que mais me marcaram... Vamos conhecer?


1. Gossip Girl – as delícias da fofoca (vol. 1), de Cecily Von Ziegesar
Ainda me lembro do dia em que, na compra de um presente para minha mãe na livraria, a vendedora me indicou esse livro. Disse que estava vendendo muito, e facilmente me deixei convencer. Mas na volta para casa, ao ler a sinopse, me arrependi. Pensei comigo mesma: "sério que vou ler um livro sobre um idiota que fala mal dos outros em um blog?". 

No ano anterior eu havia defendido uma amiga com unhas e dentes exatamente porque um ex-namorado havia feito um blog para falar da relação dos dois. O bobão, com raiva da minha amiga, resolveu falar mal dela para todo mundo; e na faculdade em que ambos estudavam o blog tinha bombado nos acessos. Morrendo de vergonha, minha amiga faltou aula por duas semanas. E eu, revoltada, fiquei com ódio de todos os blogs do mundo!

Bom, claro que a história mudou. Na ficção, Cecily me fez gostar da figura misteriosa que só colocava as iniciais das pessoas e se escondia atrás da assinatura XOXO Gossip Girl. E me encantei por Blair, Serena e Chuck, viciada na série. Quem diria que isso aconteceria?


2. Tamanho 42 não é gorda, de Meg Cabot
Por motivos óbvios, a identificação com esse livro foi imediata! Sou tamanho 42 (já passei por 38, 40, mas sempre acabo no 42!) e Heather me ganhou logo de cara. Quem nunca esteve inseguro? Quem nunca se perguntou se era mesmo aquilo que queria da vida? Heather se parecia muito comigo quando comprei o livro. E, bem, ainda se parece. Tem horas que o mundo fica de pernas para o ar, e não só seu manequim não combina com você, como sua vida também parece saída de um filme de terror. Heather é muito amor, e por esse motivo vai morar para sempre no meu coração.


3. Os diários de Carrie, de Candace Bushnell
Se teve algo que marcou minha vida de solteira foi Sex and the City. Era como se uma autora nos desse carta branca para mostrarmos que podíamos arriscar como os homens, sair com as amigas e ser feliz. Não que isso fosse impossível antes, mas não era assim tão claro. Carrie Bradshaw virou musa, a colunista mais famosa de NY, e de repente tinha sua história contada em livros. E, enquanto isso, no seriado, Sarah Jessica Parker era a personificação de todos os nossos erros em relacionamentos: dispensava os perfeitos e se amarrava nos cafajestes. Quem nunca?


4. Feios, de Scott Westerfeld
Sim, confesso que já fui dormir pedindo: "Senhor, quando acordar me transforme em Jennifer Aniston". Mas depois de ler a série Feios percebemos que o mundo seria muito sem graça se todo mundo fosse lindo demais. Imagine você ser feio até os 16 anos e, então, virar Gisele Bündchen! Você certamente dirá que não vê problema algum. Mas, se todos fossem Gisele, ela seria comum, e do comum não achamos graça. Entende? Enfim, o magnífico autor mostrou em uma distopia fantástica que ser feio pode ser bacana! Terminei o livro sorrindo. Obrigada, seu lindo!


5. Os diários do vampiro, de L.J. Smith
Não se engane dizendo "mas quantos de vampiros marcaram sua vida?", pois, acreditem: foram poucos. Certamente a série de L.J. Smith está entre as três que mais gosto. Elena não somente fez com que sonhássemos em ser amada por dois irmãos como também nos dividiu a cada livro com sua vontade de ser transformada. Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca se imaginou em um amor vampiro, com muitas mordidas e amor eterno? Só eu?

Esses foram os livros da Galera que mais me marcaram, e os seus?

11 de set. de 2014

Galera entre letras: Medo. Muito medo.

Nas últimas colunas eu tenho falado um pouco da relação entre a literatura e as adaptações cinematográficas e, inspirada pela entrevista do mês passado com o Kevin Thompson (e por gostar muito do Guillermo del Toro, com quem o Kevin tem colaborado bastante), hoje eu vou falar sobre uma adaptação cinematográfica muito famosa, mas que (ainda) não foi realizada: a adaptação do livro Nas montanhas da loucura, de H. P. Lovecraft.

Lovecraft é bem conhecido por ser um dos pais da weird fiction (um gênero literário que mistura histórias sobrenaturais e horror psicológico, e que foi popularizado por revistas de baixo custo, sobretudo, nos Estados Unidos) e por ter tido uma vida muito curiosa também. Ele conheceu praticamente todas as pessoas interessantes no mundinho literário da época – apesar de ser famoso por sua reclusão –, além de artistas como Harry Houdini, e deixou uma correspondência bastante importante.

Alguns filmes inspirados em sua obra foram feitos, mas já tem um tempo que todos falam do projeto do Guillermo del Toro de adaptar o livro Nas montanhas da loucura. E quando eu digo que “já tem um tempo” me refiro a “mais de 20 anos”!

E qual seria a dificuldade de se adaptar um autor weird, popular e em domínio público (ou seja, sua obra pode ser traduzida, adaptada etc. sem que se paguem os direitos autorais – Lovecraft morreu há mais de 70 anos) para o cinema?

Nas montanhas da loucura é uma narrativa em primeira pessoa (isto é, é contada a partir da perspectiva ou ponto de vista – o famoso POV – do narrador) e conta o que aconteceu durante uma expedição à Antártica. Bom, já dá pra imaginar pelo título que a viagem não foi exatamente um mar de rosas. E envolveu uma civilização muito antiga, cachorros, murais hieroglíficos e muita morte e loucura! Eu não vou recontar a história aqui, pois, além das traduções disponíveis, é fácil encontrar o texto original (aqui tem a versão eletrônica).

Além da mudança de ponto de vista (o equivalente no cinema à narrativa em primeira pessoa seria a câmera subjetiva, mas um filme comercial todo filmado desse POV ficaria cansativo e, a meu ver, seria quase impossível) para a terceira pessoa, o filme implicaria a criação de cenários muito elaborados (o que é facilitado pelo uso de cenários em computação gráfica) e a criação de personagens muitas vezes pouco desenvolvidos na história (Nas montanhas da loucura remete não apenas a outras obras de Lovecraft, como a obras de outros autores, sobretudo, Edgar Allan Poe). Bom, mas isso também não seria um problema.

Então, qual seria a verdadeira dificuldade? Além do final em nada parecido com o padrão hollywoodiano (caso a adaptação seguisse a história original), Antártica, deuses antigos, civilizações antigas e desconhecidas etc. já foram temas de outros filmes, inclusive o recente Prometheus, que vai ganhar uma sequência. Embora a história de Lovecraft seja original, mais um filme sobre os mistérios de civilizações perdidas talvez fosse considerado “mais do mesmo”.

Isso não significa, porém, que seja impossível filmar o famoso livro, e outras adaptações já foram feitas. Essa animação, por exemplo, é sensacional.

E só para diversão, mas sem fugir muito do nosso assunto, Lovecraft também inspirou a música eletrônica do Adam Beyer e da Ida Engberg.

Boas leituras e até!

8 de set. de 2014

Tons da Galera: É aquela época mais uma vez... NYFW

Foi dada a largada em Nova York à temporada de moda Primavera/Verão 2015. A semana de desfiles de grifes como Marc Jacobs e Rachel Zoe começou dia 04 de setembro e vai durar uma semana. Mais dilema do que imaginar como conseguir usar essas mesmas novidades no verão escaldante do nosso Brasil, é resolver por qual meio de comunicação nós, reles mortais, podemos acompanhar as últimas. Em tempos de Instagram, tantos outros aplicativos, perfis de Facebook e sites, fica difícil. As notícias são muitas. Quem seguir? Cara Delevingne? As blogueiras musas do streetstyle levando super a sério o modelito de cada dia (elas voltaram com tudo, contrariando previsões dos últimos tempos de que estavam se tornando persona non grata), Miley Cyrus — causando de topless — na festa de Alexander Wang? Kendal Jenner? Como dividir nossa atenção, ó céus???

Bom, deixando o streetstyle de lado neste post, o objetivo de hoje é focar no que se destacou (até agora) nas passarelas. O que se viu foram apostas fortes na sensualidade com um quê de anos 1970: Muitos vestidos envelope, fendas e decotes em V, estampados na DVF (marca mais 70s não existe, né?), acetinados e metalizados por Peter Som, nas cores de um nascer do sol nas Bahamas por Monique Lullier e no azul e looks jeans total Jason Wu. Novidades vieram nas bolsas diferentinhas de Kate Spade e nas estampas em 3D de Rebecca Minkoff, com direito aos óculos apropriados para enxergá-las para as modelos e os convidados.

Ainda nessa semana teremos Carolina Herrera, Thory Burch, Calvin Klein e Marc Jacobs, então só depois do furacão podemos fazer um balanço geral de verdade. E nos preparar para a próxima parada, Londres!

Rosa Bahamas de Monique Lullier, bolsa de sapo Kate Spade, e mais metalizado na passarela de Peter Som
Tudo azul para Jason Wu, mix esportivo e feminino em Prabal Gurung, estampa em 3D de Rebecca Minkoff.

5 de set. de 2014

Papos de sexta [Especial!]: Parabatai literária

Há exatamente um ano, escrevi uma coluna aqui no blog da Galera Record intitulada “Como passei a não mais odiar Cassandra Clare. Hoje, 365 dias depois, reforço tudo que escrevi ali e ainda tenho mais a acrescentar.
Para saber do meu histórico com Cassie, basta ler a coluna que linkei acima, mas não é sobre o passado que quero falar, mas sobre o presente. Como mencionei no texto, me apaixonei pela trilogia “Peças Infernais” porque minha parabatai e também colunista da Galera Record, Tita Mirra, martelou na minha cabeça que eu gostaria mais de Will do que de Jace. Na verdade, acho que ela é ciumenta e não quer dividir Jace-Garoto-Enxaqueca com ninguém :)
Enfim, li, me apaixonei e larguei no passado todo o pré-conceito que tinha quanto a autora. A vida era boa até que um desafio me foi lançado em forma de convite: mediar as palestras que ela daria na Bienal de São Paulo. Minha primeira reação foi “CLARO! Mas a Tita não vai?”
Parabatai é isso, é fazer tudo pelo outro e essa chance tinha que ser dela antes de ser minha. Foi a Tita quem me fez dar uma chance a Cassie, foi pelos olhos dela que vi Jace de uma outra maneira. E, sim, me apaixonei por Will (e por Jem) porque ela me apresentou a eles. Mas a vida não é justa como queremos que seja, e Tita não pôde estar com Cassie na Bienal e eu fui. Fui muito feliz e dei o meu melhor, mas o coração apertou como geralmente acontece quando a distância entre parabatai aumenta. “Tita tinha que estar aqui”, pensava a todo momento.
Foram cerca de três mil Caçadores de Sombras a cada evento! Sabe o que é segurar uma galera dessa para que tudo saia correto e todos se divirtam? Sem contar que a maioria é adolescente e a totalidade é completamente fã. Ou seja, são febris de tão apaixonados por Cassie e seus livros. Lidar com tudo isso é BIZARRO! Foi muita reza pra Raziel para tudo dar certo!
E deu! Pude interagir um pouco com Cassandra Clare dentro e fora do palco e vi como ela foi atenciosa com os fãs e muito profissional. Adorei a experiência em um nível assim épico! Mas e Tita? Uma das perguntas que fiz a Cassie durante o evento foi enviada pela Tita e quando mencionei que a pergunta era da minha parabatai, que é muito fã, mas que estava no Rio, foi um “aaaaawwwwwnnnnnn” coletivo, inclusive da Cassandra. E cadê Tita para dividir tudo isso????
Eu estava no Rio de Janeiro, mas pude sentir a vibração dos fãs através dos laços de parabatai, e exatamente por isso, tive a certeza de estar muito bem representada. Me emocionei ao saber que participei de alguma forma, mesmo que através de uma pergunta feita à Cassie, e me frustrei um pouquinho com a resposta de que meu querido Jace não fora baseado em alguém de carne e osso (pois pretendia pedir o telefone do moço).
Passei o primeiro fim de semana da Bienal na maior ansiedade, acompanhando tudinho pelas redes sociais, sem conseguir dormir direito. Quando a segunda-feira chegou, eu e centenas de Caçadores de Sombras madrugamos em frente ao shopping. Passamos horas em pé na fila, muitos debaixo de sol, o que fosse preciso para conhecer quem criou os garotos Herondale (sim, porque Jace foi meu primeiro amor, mas depois me apaixonei por Will e agora estou "in love" por James).
A interação entre os fãs foi muito bacana. Muitos lutavam para conter o choro, enquanto eu disfarçava meu nervosismo com a tagarelice habitual. Eu teria enganado a todos, não fosse pelas mãos tremendo e pelo branco momentâneo, justamente quando me aproximei da autora. Felizmente, fui poupada pela editora-executiva da Galera Record, que cuidou das formalidades e me apresentou à autora. Pelo Anjo, foi um dos melhores momentos da minha vida!
Trocamos algumas palavras em inglês. Eu disse que era fã de longa data (não disse que era uma fã antiga porque denunciaria minha idade), que compareci ao lançamento de Cidade dos Ossos no Rio de Janeiro e, desde então, estive a frente dos demais encontros de fãs da série (o curioso é que o primeiro evento foi comandado pela Frini, que me passou o bastão e selou nosso destino como parabatai).
Quando Cassie soube que eu era colunista da Galera Record e que a maioria dos meus textos tratava de seus livros, ela respondeu: “Continue fazendo isso, pois está dando resultado. E, se você precisar de qualquer coisa, me avise.” Mas conhecer você era tudo o que eu precisava, Cassie.
Nessa mesma segunda-feira, eu ainda estava em São Paulo e fiquei, desde manhã até tarde da noite, em busca de informações sobre como estava o evento e se a Tita tinha sobrevivido ao encontro com Cassie! (risos). Raziel ouviu nossas preces novamente e correu tudo mais do que bem!

E foi assim que três intensos dias com Cassandra Clare aconteceram: ela, sem saber, uniu duas mulheres com coração de meninas, que se apaixonaram por personagens de épocas diferentes (mas com o mesmo sobrenome) e que, a partir de um vínculo literário criaram laços de amizade, de cumplicidade, de parabatai. E todo mundo sabe que o que um livro une, ninguém separa :)

4 de set. de 2014

Design et cetera: Capas bregas: uma viagem no tempo

A parte boa de ser uma editora de mais de 70 anos com mais de 8 mil livros no catálogo é que a gente pode sempre zoar nossas capas antigas. Porque vamos combinar, nem tudo é glamour, e todo mundo era brega nos anos 1970-1980.
Para o post de hoje, resolvi desenterrar nossos momentos mais bregas e saudosos para dividir com vocês.
Vamos começar pela capa vintage de O Iluminado, estrelando nossa diva, Flávia.


Essa capa é famosa, gente. Saiu num artigo do Publisher’s Weekly ano passado como A PIOR CAPA DO MUNDO. http://bit.ly/1oIQydc
Recomendo a todos que leiam o artigo pois é hilário. Ele levanta questões importantes como: Por que escolhemos essa moça tão blasé para a capa de um dos livros mais aterrorizantes de toda a história? E por que o rosto dela está repetido em uma versão menor, com a logo na bochecha? Seria isso proposital?
Dificilmente uma capa consegue se equiparar em termos de breguice, mas encontrei outras que provam de uma vez por todas que a única coisa mais brega do que um casal se pegando em uma capa de livro, é um casal dos anos 1980 se pegando em uma capa de livro!


Em uma sedutora mistura de saliva, sensualidade, laquê e topetes, essas belas capas do clássico O Machão ganham o nosso célebre 2º lugar no Hall da Fama Brega. É muita história, muita classe.
Mas em termos de estética, acho que nada é tão sensacional quanto a capa de Os doze mandamentos, do nosso célebre e imortal Sidney Sheldon:


Reparem nesse layout, minha gente. Um homem maligno (representado pela expressão das sobrancelhas) pinga algo que se assemelha a um colírio de lentes de contato em uma xícara de café. Por si só, isso já me deixa curiosa a respeito do livro. Agora reparem que existe um casal rosa em miniatura, localizado no ombro direito do nosso suspeito.
Isso já está ficando muito estranho, e não sou só eu que acho: a piriguete morena, localizada atrás do nosso suspeito, também parece desconfiada (além de seminua). Mas ela não sabe da pior parte! Um integrante do grupo Blue Men está por trás dessa história de intrigas, e por trás também de uma cortina de fumaça! Quão sensacional é isso? Quantos elementos existem nessa capa?
1) café com colírio
2) suspeito
3) minicasal rosa
4) piriguete morena
5) integrante blue men
6) cortina de fumaça
Sério.
Mais surreal que isso só aquele episódio de LOST em que o Desmond segura uma capa antiga de Ardil 22. DA RECORD!



Qual outra editora pode tirar essa onda, meu povo?

1 de set. de 2014

Tons da Galera: Comédia in Drag

Nenhum filme foi mais lembrado depois da morte do ator Robin Williams, há dez dias, do que Uma Babá Quase Perfeita. Juntar um dos maiores atores de comédia de seu tempo com a situação já engraçada de um homem tendo que se disfarçar de mulher é fórmula quase certeira para risadas. Hoje reuni aqui os meus três preferidos, com aquelas personagens que iam além do figurino e maquiagem e que a gente queria mesmo que existissem, e fossem nossas babás, amigas ou ídolos da TV...

Robin Williams, Dustin Hoffman, e Jack Lemmon e Tony Curtis, no filme mais engraçado de todos os tempos, ponto.

Para quem trabalhou nesses filmes, as histórias dos bastidores são quase tão ou mais engraçadas que os filmes em si. Por exemplo, antes das  filmagens, Robin Williams resolveu testar a eficácia do seu “figurino” entrando numa livraria pornô vestido de Mrs. Doubtfire e fazendo uma compra. Ninguém o reconheceu nem desconfiou de que se tratava mesmo apenas de uma simpática velhinha. A maquiagem para as cenas, que levava diariamente 4 horas e meia, era feita com oito pedaços de próteses diferentes, mas ficou impecável, e ganhou o Oscar daquele ano (1993).

Outro clássico da comédia com pitadas de drama, dessa vez do comecinho dos anos 1980, foi o adorável Tootsie, que na verdade nasceu do personagem de Dustin Hoffman se disfarçando para arranjar um papel numa novela da época. Comovente e inteligente, Tootsie encantou as audiências — da novela fictícia na qual ela virou estrela, e do próprio filme. Dustin também testou sua personagem se disfarçando de tia Dorothy numa reunião de pais na escola de sua filha. Ator que é bom é realmente bom e, mais uma vez, ninguém desconfiou. Os óculos de Tootsie disfarçavam o nariz grande do ator, e um mecanismo especial foi criado para que as lentes de seus óculos de grau, que suavizavam seu rosto, não refletissem nas câmeras.


Mas o melhor dos melhores foi lançado ainda em 1958. Quando dirigiu Quanto Mais Quente Melhor, Billy Wilder teve a ousadia de colocar um dos maiores galãs de Hollywood na época, Tony Curtis, vestido de mulher para conquistar ninguém menos que Marilyn Monroe. Jack Lemmon era seu parceiro, ou parceira, de trapalhadas, e a dupla Josephine e Geraldine foi responsável por aquela que é considerada a melhor comédia de todos os tempos. A curiosidade aqui é que o filme seria colorido, mas a maquiagem dos dois atores ficava tão pesada para convencer, que o diretor optou por filmar em preto e branco, o que lhe deu ares de clássico desde o primeiro frame. Mais uma vez os dois atores principais resolveram testar seus looks e deram uma volta pela MGM usando inclusive os banheiros públicos femininos do estúdio sem serem descobertos. Marilyn Monroe, por sua vez, respondeu ao figurinista do filme, que lhe dissera que o traseiro de Curtis era melhor que o seu, abrindo a blusa e dizendo que podia até ser, mas no quesito seios ela ganhava de mil. Nem tudo foram flores, no entanto, e o estado de Kansas baniu o filme na época, alegando que o tema era “perturbador demais para seus habitantes”.