29 de abr. de 2014

Galera entre letras: Influência dá angústia?

Na coluna passada eu falei de como os livros refletem a maneira pela qual vemos o mundo e que, muitas vezes, fazemos amigos (ou não) por causa do gosto por certos livros.

E isso vale também para os autores dos livros... Ao ler uma história, vocês já se flagraram fazendo comparações do tipo: “Hum... essa parte me lembra tanto a história do X, Y ou Z?!” ou comprando um determinado livro porque na capa (ou na quarta capa ou na orelha do livro) diz que “Fulano ou Fulana (ponham aí o nome do seu autor ou autora favorito) gostaria de ter escrito este livro”?!

Eu vivo comprando livros que meus autores favoritos recomendam, e sou daquelas que ADORAM ler entrevistas pra descobrir quais foram as influências dos autores na hora de escrever tal ou tal história. E essa influência não é, de modo algum, uma coisa ruim. Ao contrário. Trabalhando com livros (e depois de tentar escrever três dissertações de mestrado super-inéditas-nunca-jamais-pensadas-só-que-não...), comecei a me dar conta de que boa parte das ótimas ideias sobre as quais eu lia... já tinha sido pensada antes ou, pior, já tinha sido até escrita. 

E eu acho que a maior qualidade de um autor é justamente ele reconhecer as boas influências que teve e tentar acrescentar alguma coisa àquela história. Sem a preocupação de falar sobre algo novo, inédito ou jamais visto. Mas, sobretudo, se divertindo. E as boas influências também não precisam vir apenas dos livros; muitas vezes, uma música, um filme ou um quadro pode ser inspiração suficiente para um autor. E, muitas vezes, uma boa ideia e boas influências levam um diretor de cinema a escrever uma história divertida para homenagear os... livros.

Uma das leituras mais legais do ano passado (e, no meu caso, não é raro misturar trabalho com diversão) foi o livro Casa dos Segredos, do Chris Columbus e do Ned Vizzini, traduzido para o português por André Gordirro e publicado em 2014 pela Galera Junior. Eu já tinha lido um livro (e gostado bastante!) do Ned Vizzini e conhecia o Chris Columbus, que dirigiu filmes como Esqueceram de Mim e Harry Potter e a Pedra Filosofal. E já tinha ouvido falar que a J. K. Rowling estava adorando o livro deles e até havia escrito um “blurb” (“blurb” é um termo complicado de traduzir, mas, no mercado editorial, são aquelas pequenas frases elogiosas que aparecem na capa ou na contracapa de um livro, escritas por alguém famoso). A frase da J. K. Rowling para o livro foi esta: “Uma aventura apaixonante sobre o poder secreto dos livros.” 

E essa frase resume muito bem o Casa de Segredos. É uma homenagem a livros e autores que nós conhecemos e amamos (e que o Ned e o Chris amam também!), e a histórias que já foram contadas mil vezes, mas das quais nunca enjoamos. Todas as minhas histórias favoritas estavam ali para ser lembradas: Harry Potter, os Goonies, mas também livros clássicos, como A Ilha do Tesouro ou O Gigante de Ferro, e até representantes de weird fiction (um subgênero da ficção fantástica, que tem como principal nome H.P. Lovecraft).

Por isso, chego à conclusão de que nem sempre a influência dá angústia. Muitas vezes, ela vem com gosto de “quero mais”.

Ótimas leituras e ótimas influências pra vocês!

25 de abr. de 2014

Papos de sexta: Um museu para chamar de seu


Nesse último feriadão, de todos os lugares que eu havia planejado estar, um deles – que foi para onde resolvemos ir, em cima da hora – me encantou tanto que voltei de lá como se tivesse saído da Disney. Sou do Rio, mas passei o feriado em São Paulo e, por dica de amigos, fui conhecer o Museu da Língua Portuguesa na Estação da Luz.


Já amei dar de cara, no primeiro piso, com letras de acrílico penduradas. Como uma criança, procurei a letra R maior que tinha, afinal é a inicial do meu nome. No mesmo andar, ao ficar debaixo de quadrados, eram ativadas frases de grandes poetas que se formavam no chão e você não sabia se andava ou se ficava parada. Eu optei por parar e fotografar. Era tanta coisa bacana para ver! Olhei para as janelas fechadas, e o dia nublado fez com que fosse possível ler frases nelas e grudei na de Carlos Drummond de Andrade. Não lembro quanto tempo fiquei relembrando onde já tinha lido cada uma delas e esse era apenas o primeiro andar.

Me deparei com Vinicius, Arnaldo, Tom, Fernando, Dorival e tantos outros que quanto mais lia mais me encantava com aquele lugar.


Fomos então para o piso superior onde podíamos ouvir em vários outros idiomas frases conhecidas, uma experiência bem bacana. E o imenso corredor onde eram exibidos vídeos e entrevistas em diferentes formas de expressão? Não somente poesia, mas também música de vários estilos, de muitas regiões... impossível de ficar parada! Fui andando e me vi do nada dançando forró sozinha! É, pago mico em qualquer lugar.

Depois de tudo isso, deliciosamente me perdi com o namorado no Becos das Palavras onde lindas frases de amor e de separação estavam impressas na parede.

No mesmo andar, o último do Museu, uma fila imensa se formou, e fomos correndo ver o que era. Se já havíamos amado cada pedaço daquela experiência, havia ainda mais naquela sala que lembrava um cinema. Lotada, pessoas de todas as idades prestavam atenção no filme narrado por Fernanda Montenegro; famosos e anônimos recitavam versos conhecidos e alguns que felizmente descobri naquele local. Ao final, a tela levantava, e seguíamos para outra sala onde nos sentamos em círculo.

No teto apareceram imagens de escritores, e, depois, outro cantor ou ator leu trechos de sua obra: Graciliano, Chico Buarque, Gonçalves Dias, João Guimarães Rosa... quando percebemos, já estávamos envoltos em frases lindas e naquele momento único onde nossa língua se refletia nas mais diferentes formas.

Quando pensei no que escrever na coluna dessa semana, não me veio outra coisa que dividir esse momento com vocês! Recomendo a todos, um belo passeio cultural na maior cidade do país ;) 

24 de abr. de 2014

Galera Pop: Séries clássicas - Blossom



Se você tem mais de 20 anos, assim como eu (CALMA AÍ! EU TENHO POUCO MAIS DE 20!!!), deve se lembrar muito bem dessa série. A série, protagonizada pela Mayim Bialik, estreou pela CBS em 1991 e terminou em 1995. Mas nosso querido SBT, que reprisa Chaves até hoje hahahahahaha, passou a sitcom por muitos anos. Não lembro bem a época, mas devo ter assistido por volta de 1998 e nos anos seguintes.

Também desejei muito esses chapéus
da Blossom! hahahaha
Eu era bem novinha, mas lembro da Blossom, dos chapéus malucos que ela e a amiga usavam  (que eu desejava loucamente) e dos irmãos gatinhos dela... Mas, calma, o que foi Blossom mesmo???

A série acompanha uma moça de 15 anos, que mora com o pai e os dois irmãos. Uma família bem pouco tradicional para época, a mãe dela deixou tudo para trás para viver o próprio sonho.

Tudo bem, já temos Full House (Três é Demais) que acompanhou três marmanjos cuidando de três mocinhas. Era engraçado, muitas piadinhas, conhecemos as gêmeas Olsen, blá blá.

Mas a Blossom teve que passar por tudo aquilo “sozinha”, só tinha uma amiga doidinha (e meio bobinha, tadinha hahahaha) e vivendo com os três homens da casa. Você consegue imaginar?  Não tinha internet para você pesquisar suas dúvidas não viu, gente? (Quem nunca???!) Algumas coisas são meio constrangedoras para conversar com o irmão.

Lembro com clareza do episódio em que ela teve a primeira menstruação e teve vergonha de contar para o pai, então, resolveu ir ao supermercado comprar os absorventes e a hora que foi pagar aquela caixinha se transformou EM UMA CAIXA GIGANTE. E ela deu um berro dizendo que não era dela hahahahahah É engraçado vendo, mas imagina se fosse com você?  Não seria tão legal né??!


Blossom não é só mais uma série de uma adolescente tentando passar por aquela fazer awkward que todo mundo já passou (ou vou passar ainda), o corpo mudando, os namoros, dúvidas, o que eu vou fazer da vida... Ela é diferente. Incrível, é uma garota brilhante e sarcástica.

Eu era  bem novinha, mas a Blossom me ensinou muito, e hoje fico feliz por ter assistido ela passar por aqueles momentos constrangedores. Acho que me ajudou a não ter que me constranger tanto quando foi minha época...

Só para lembrar, a Mayim Bialik é Ph.D em neurociência. E hoje, depois de anos fora das telas, voltou como a Amy Farah Fallow, namorada do Sheldon em The Big Bang Theory. TBBT pode até estar meio cansativo, mas adoro matar a saudade da minha amiga Blossom ;)


Fica a dica. Prometo que você vai gostar!

Xxx

Nanda

11 de abr. de 2014

Papos de sexta: Arco-íris literário da Galera

Oi, pessoal!

Voltei com mais um vídeo e mais uma tag adaptada para o blog da Galera Record. Quem acompanha canais literários há um tempo já deve ter visto vários vídeos da tag Arco-íris literário (inclusive no meu canal já tem vídeo que publiquei em março do ano passado). Essa tag foi criada com o nome Rainbow Spines & Covers Book Tag pelo youtuber ArrictineReads e eu não sei quem foi a primeira pessoa a traduzir para o português (mas sei que não fui eu).

Bom, como disse ali em cima, a tag foi adaptada e nela eu fiz um arco-íris usando apenas livros publicados pela Galera. Espero que vocês gostem:


E aí, que livros vocês colocariam no arco-íris de vocês?

Obrigada por tudo e bom final de semana!

10 de abr. de 2014

Design et cetera: Princesa adormecida

Oi gente,

Tudo bem? Reservei algo muito especial para compartilhar com vocês hoje. Como vocês devem saber, vamos publicar em breve o novo livro da Paula Pimenta: Princesa Adormecida.

O livro faz parte de uma série (siiim, ela escreverá outros, uhul!) e é uma recontagem moderna do famoso conto de fadas A Bela Adormecida mas com todo o tempero especial da Paula! Ou seja, é um livro muito, muito especial e a capa tinha que fazer jus à história, não é mesmo?

Geralmente, costumo mostrar aqui as capas prontas e explicar as decisões que tomamos. Mas dessa vez, quero dividir com vocês o processo criativo por trás da capa.

Nesse caso específico, como o livro é uma recontagem, a ilustração da capa tinha que ser clássica E moderna ao mesmo tempo. E como o livro é nacional, a autora teve um papel muito importante e presente em todo o processo de criação.

O briefing que a Paula nos passou pedia que a ilustração transmitisse uma ideia de “sonho”, e que mostrasse a protagonista segurando um celular. Para ilustrar melhor o que ela tinha em mente, a Paula nos mandou essas imagens como inspiração:




A partir disso, entramos em contato com o Renato Guedes, que é um dos nossos melhores ilustradores. Ele nos mandou alguns estudos, e, depois de algumas alterações, chegamos a um esboço que gostamos muito.


Aprovado o esboço, o Renato adicionou cor e finalizou a ilustração. O resultado final tirou o fôlego de todos aqui da editora, e esperamos que tirará o de vocês também:



Lindo, não é mesmo? Mas calma, a capa ainda não está pronta!

Depois de aprovada a ilustração, foi a vez do nosso departamento de Design entrar em ação e layoutar, ou seja, incluir o título, a logo, orelhas, finalizar a capa em si.


Como a ilustração é bastante clássica, escolhemos uma fonte moderna para o título. E como o livro faz parte de uma coleção, criamos um selo Princesas, que deve entrar em todas as capas dessa série. O resultado final ficou (modéstia à parte) muito mais do que perfeito, concordam?

7 de abr. de 2014

Tons da Galera: God Save Queen Kate

E não estamos falando de Kate Middleton, futura rainha da Inglaterra. A britânica em questão é Kate Moss, que deu pinta por aqui nos últimos dias. Para muitos a maior e mais versátil modelo da história, Kate passou alguns dias no Rio de Janeiro (onde bebeu no Baixo Gávea e festejou na boite erótica Barbarela e no bar Londra) antes de seguir para São Paulo para a festa de gala da amFAR, fundação dedicada à pesquisas para a Aids, onde encontrou celebridades como Naomi Campbell (sua amiga íntima), Sharon Stone e Stella McCartney.

Kate estreando peças de sua nova coleção para a Top Shop no Rio, e no baile de gala da amFAR

Descoberta aos 14 anos num aeroporto, Kate chegou baixinha para os padrões da moda (1,70m) e esquálida, o contrário das curvilíneas modelos glamazons da época, como Cindy Crawford e Claudia Schiffer, quando foi responsabilizada pelo estilo heroin chic, que para muitos glorificava o uso de heroína, por causa de seus anúncios da Calvin Klein. Em pleno auge do movimento grunge, Kate formou então com Johnny Depp o casal mais cool do mundo, e também o mais tumultuado. Brigas em hotéis eram constantes, e como tudo que a moça toca vira ouro, recentemente o apartamento que os dois dividiram em Nova York está sendo vendido a uma fortuna como o “ninho de amor do casal grunge original”.

Cara de menina, magérrima e pequena, mas conquistou Johnny Depp

Amiga íntima de Stella e Paul McCartney, David Bowie e de todos (sim to-dos) os Rolling Stones, Kate tem seu lado rock n’roll não só no estilo de se vestir, e já namorou diversos rockstars, sendo o mais famoso caso o com Pete Doherty, do Libertines, com quem foi flagrada por tabloides britânicos cheirando cocaína, e que lhe rendeu o término de vários contratos, uma passagem por clínica de reabilitação, e o fim do namoro. Com o apoio de vários amigos famosos na imprensa, Kate deu a volta por cima e voltou mais forte do que nunca, com roqueiro novo a tiracolo, Jamie Hince, com quem casou numa bucólica cerimonia ao ar livre. 

Com a filha Lila Grace, nascida no começo dos anos 2000, com Pete Doherty lançando moda das galochas, e um final feliz no casamento no campo com Jamie Hince

Ícone da moda e party-girl é pouco. Conhecida por ser quieta e reservada, e muito raramente dar entrevistas, Kate, no entanto, não dorme no ponto. Aos 40 anos recentemente completados, Kate posou para a capa de 60 anos da revista Playboy, e dia 30 deste mês lança mais uma parceria de peças suas com a loja TopShop, uma colaboração que deu muito certo no passado. Kate também tem sua linha de maquiagem com a inglesa Rimmel, de bolsas com a Longchamp, e perfumes com seu nome. Todas, diga-se de passagem, enormes sucessos de vendas. Itens e roupas que Kate usa também se tornam hits instantâneos; foi ela que lançou o estilo boho que virou onipresente nos festivais de música ao ar livre, quando passeou pelo Glastonbury de galochas (que, surpresa, também viraram moda aquele verão). Livros foram publicados em sua homenagem (como o criado por ela mesma e fotógrafos de prestígio, uma retrospectiva de sua carreira, que teve nada menos que 8 capas para escolher, tamanha a dificuldade em se encontrar um só momento icônico da modelo), clipes filmados com ela como musa (como esquecer Kate fazendo pole dance em I don’t know what to do with myself, do White Stripes?), e quadros pintados com sua imagem (Lucian Freud a pintou nua e grávida e a obra foi vendida por quase 4 milhões de libras), tamanho seu prestígio.

Parcerias e mais parcerias, e Kate vai só engordando o cofrinho

Xodó dos mais importantes estilistas do mundo, como Ricardo Tisci da Givenchy (que fez um vestido sob medida especialmente para ela usar na festa da amFAR) e John Galliano (que fez seu vestido de noiva e de quem ficou ao lado após o escândalo que acabou com sua carreira), Kate não dá indícios de querer parar tão cedo, e tem uma irmã e uma filha (ambas lindas, e quase idênticas a Miss Moss), seguindo mesmos passos. A gente não quer que você pare nunca, Kate!

Selecionar uma foto boa só é difícil demais pra quem sai bem em todas! Então por que não lançar um livro com 8 capas e deixar o consumidor com essa dúvida cruel de qual escolher e levar para casa?

4 de abr. de 2014

Papos de Sexta: É dia de feira!

O calendário de feiras literárias de 2014 teve início, oficialmente, em janeiro, mas a agitação tomou conta do mercado editorial em março, com a Feira do Livro de Bolonha. Considerada a maior e mais importante feira de negócios do segmento infantojuvenil, ela oferece exposição não apenas para autores e editoras, mas também para ilustradores (nos livros infantis, as imagens ajudam a contar a história e são tão importantes quanto as palavras).

Crédito: Bologna Book Fair

O Brasil foi o convidado de honra desta edição, cinco meses depois de ter sido homenageado na Feira do Livro de Frankfurt, o maior evento literário do planeta! Bacana ver nosso país despertando tanto interesse do mercado internacional, né?

E por falar na Feira de Frankfurt, ela retorna no início de outubro como o principal evento para licenciamento de direitos autorais. Não menos importantes são a Book Expo America (BEA), que acontece no final de maio e oferece a maior seleção de títulos de língua inglesa, e a Feira do Livro de Londres, na semana que vem, que atrai os profissionais da indústria do livro com uma programação intensa e diversificada.

De julho a agosto, a atenção volta-se para o mercado nacional com a realização da FLIP — Festa Literária Internacional de Paraty —, que colocou o Brasil no circuito dos festivais de literatura ao promover o encontro de autores internacionais com personalidades do setor cultural, e da Bienal do Livro de São Paulo, considerado o terceiro maior evento editorial do mundo!

A indústria do livro é de longe a maior indústria criativa, e as feiras são uma importante plataforma de trabalho. Esses são os principais eventos e, como vocês perceberam, mal dá tempo de recobrar o fôlego entre um e outro. O ritmo é puxado não só para os editores, que comparecem para fortalecer suas redes de contatos e negociar a compra e venda de títulos, mas também para os colaboradores que daqui analisam os manuscritos e dão seus pareceres (os leilões de livros são frequentes, assim como as noites em claro ;)

Participar do circuito internacional de feiras literárias — seja como autor, editor ou colaborador — exige disciplina, responsabilidade e sobretudo conhecimento do mercado, mas a oportunidade de identificar as tendências editoriais e de descobrir novos talentos da literatura é ímpar!

Então, vamos à feira?

3 de abr. de 2014

Galera entre letras: Que tipo de livro você é?


Dia desses, estava olhando uns sites pela Internet e me deparei com essa ilustração no blog Nalia’s World.

Então comecei a pensar no tipo de livro que eu seria... por trabalhar com livros e por incluir na minha formação acadêmica as tais “humanidades” (no meu caso, jornalismo, filosofia e pinceladas de história da arte), considero importante conhecer os diversos “gêneros” da ficção e da não ficção, e até me considero uma boa conhecedora do mercado editorial. E quando os amigos me pedem dicas, eu sou aquela que costuma indicar desde livros mais românticos até uma não ficção mais “dura” e realista (do tipo “mundo cão” mesmo). Ah! E eu só indico livros que já li ou ao menos folheei!

Foi então que comecei a pensar nos livros físicos ou digitais que estão perto de mim (ou que estão no Kindle, que está perto de mim, rs), naqueles que eu leio ou folheio antes de dormir ou que, no caso de livros físicos, eu simplesmente gosto de pegar. Sim, eu adoro o contato do papel com a minha pele e ainda acho que cheiro de livro é o terceiro melhor cheiro do mundo: o primeiro é, óbvio, o de café fresquinho e o segundo — e talvez não seja tão óbvio assim — é o de bolinho de bacalhau que acabaram de fritar!

Aí resolvi olhar na minha mesa de cabeceira, do lado direto da cama. Os livros que estão lá e que são os que eu leio ou folheio com mais frequência são:

- um livro intitulado Fairy Tales. A New History, da Ruth Bottingheimer, que é bem útil pras pesquisas sobre contos de fadas;
- o volume 4, das “Crônicas Saxônicas”, do Bernard Cornwell. Não é fantasia, é ficção histórica, mas tem cenas épicas de batalha, e esta série em particular tem um dos projetos gráficos mais bonitos entre os livros dele;
- um livrinho de Charles Dickens, intitulado On London, com os artigos que ele publicava sobre as caminhadas noturnas em Londres;
- outro livro de não ficção e bem acadêmico, Fantastic Literature. A Critical Reader, organizado por um especialista da área, David Sandner;
- um livro com os romances de um dos meus autores preferidos, Kurt Vonnegut, que tem muito a ver com ficção científica;
- um clássico que acho que nunca foi traduzido, mas que vale muito a pena ler: I Capture the Castle, de Dodie Smith (pra quem não conhece a Dodie, ela é a autora de 101 Dálmatas, e na minha edição, ninguém menos que J. K. Rowling apresenta o livro, dizendo que ele tem uma das melhores narradoras que ela já conheceu).


Bom, eu acho que nem preciso dizer que tipo de livro eu sou, né?!

Gosto muito mesmo dos livros de fantasia e, sim, às vezes, eu me vejo salvando o mundo ou liderando exércitos (e não me importo nem um pouco se as batalhas ocorrerem no futuro). E, talvez, entre uma batalha e outra, ou entre uma viagem e outra (eu adoro perambular por aí!), quem sabe eu abra um intervalo para um romance (vampiros não são o meu tipo, mas elfos com arco, flecha e espadas parecem ótima companhia!).

E o mais engraçado é o fato de os meus melhores amigos também serem leitores de ficção fantástica e gostarem de batalhas épicas. No fundo, acho que as pessoas parecidas acabam se atraindo!

Mas, e quanto a vocês? Que tipo de livro vocês são?!