E eis que New York, sempre ela, inaugura as semanas de
moda pelo mundo. Os desfiles de outono/inverno 2014 (nosso inverno 2015) ainda
não se encerraram, mas o burburinho já está rolando desde quinta-feira passada.
Nas ruas, o frio arrasador não impediu fashionistas de usar saias (com botas
acima dos joelhos), tops cropped (que agora exibem também umbigos!), além de
peles (em pleno 2014? Reallly???) e
tricôs.
Nas passarelas, o que se viu foi bem
mais low-profile: saias midi na BCBG
Max Azria, casacões estruturados em cores pasteis, assimetrias e geometrias de
Nicholas K, e tons de marrom, preto, cinza, bordeaux, branco, verde e lilás, sem
grandes ousadias, num estilo clean e arrojado, com texturas como xadrez, listras
e couro. O
revival dos anos 1990 continua com veludo preto, mais chique e menos grunge,
obrigada, e nos velhos arcos de cabeça com dentinhos, quem lembra deles?
Texteuras e preto em Jill Stuart, arcos de dentinhos em Helmut Lang, textura em Marisa Webb, ex-J. Crew |
Na mesma linha discreta e no-nonsense, Rachel Zoe cancelou seu desfile para passar mais tempo
com o recém-nascido Kaius Jagger, e até Victoria Beckham trocou seus
onipresentes e vertiginosos saltos por flats! E não foi só no vestuário que as
coisas parecem ter ficado mais sérias.
Cansados de gastar pelo menos 200 mil dólares num
desfile para o destaque ir para blogueiras e subcelebridades desesperadas pela
fama do lado de fora das tendas, além dos aproveitadores de plantão em busca de
festas para beber e comer de graça, os estilistas inovaram. Para despistar as
mesmas fashionistas que saem por aí com barriga de fora num frio de menos 13
graus em busca de seus minutos de fama em blogs de streetstyle (que ninguém nem
tem mais paciência de ler), eles abandonaram o Lincoln Center. Gente como
Alexander Wang, DVF, Donna Karan e Cynthia Rowley adiantou, atrasou e deslocou
seus shows para norte ou sul da cidade, e até para o Brooklyn!
O grande Oscar de la Renta, cansado dos megashows “cheios de 20 milhões de pessoas com conexão
zero com a moda”, disse tudo. O circo acabou. Ou quase.
Como não podia deixar de ser, teve protesto, sim
senhor, e dessa vez um homem de fio dental e coroa na cabeça invadiu a
passarela do desfile de Prabal Gurung (elogiadíssimo, aliás, pelo uso de
laranjas e vermelhos), ninguém sabe ainda por quê. E ninguém também ligou
muito, porque isso afinal, é Nova York.
Bafão no desfile de Prabal Gurung |
Próximas paradas: Londres, Paris, Milão, São Paulo e
Rio.
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