28 de mar. de 2014

Papos de Sexta: Uma história que daria um livro

Eu tinha uns 11 anos quando os conheci. Naquela época era o máximo assistir MTV, e eu nem imaginava que iria ao meu primeiro show de Rock, até porque meu sonho até então era ir ao show de uma banda chamada New Kids on the Block. Eles também estariam no mesmo festival, mas, naquele ano, meu pai estaria trabalhando com uma banda que eu nem conhecia. Apesar disso, no jornal só se falava deles: Guns n´Roses.
Se você não se lembra do New Kids basta dizer que eles eram o que os Backstreet Boys, o N´sync, ou o One Direction, foram ou são no quesito "as mina pira". Eu nem lembro direito como meu pai me convenceu a ir com ele no ensaio. Estava um sol escaldante, e eu lá no palco via meu pai trabalhar horas e horas. Lembro de um ruivo passando em um roupão de banho, de uns caras tatuados... depois de uma hora de ensaio eu nem lembrava mais o que era um "Step by Step" (música mais famosa do New Kids). Eu estava fissurada por aquela banda e aguentei firme e forte até o show, que terminou de madrugada. Infelizmente, na hora do show da banda, menores não podiam estar no palco, então meu pai chamou minha tia para ficar comigo nas cadeiras do estádio enquanto ele continuava lá monitorando.
Desse dia em diante eu não queria saber de outra coisa: eram CDs comprados, livros e pôsteres por todo o quarto, todos bem caros porque eram importados. Meus pais ficaram impressionados em como eu comecei a tirar notas boas no inglês: eu me esforçava para entender as letras e ler as biografias, então não poupava nos estudos com as letras do Guns n' Roses.
No ano seguinte eles viriam ao Brasil de novo, e eu queria muito ir ao show. Chorei muito quando minha mãe disse que não me levaria de jeito nenhum. Foi então que em um almoço de domingo, no qual sempre comíamos na casa de meu falecido avô, ele apareceu na sala com uma camiseta muito apertada da banda, uma bandana na cabeça, um anel de caveira que mal dava nos seus dedos gordos e um ingresso na mão dizendo que amava a banda e que ia levar uma pessoa especial no show com ele.
Eu chorava muito e choro até hoje com saudades do meu avô e desse seu ato. Fui ao show com a esposa dele e claro que foi mágico.
Passados os anos a banda ficou um bom tempo sem vir ao Brasil, e os integrantes foram mudando um a um. O retorno deles ao país só aconteceria em 2001! Jamais deixei de ouvir as músicas deles. Fazem parte da minha vida. A cada fora do ex eu ouvia "Don´t Cry", todo namoro que começava eu já sonhava em entrar na igreja com "November Rain" e, quando estava com raiva, eu colocava nas alturas "You could be mine". Se a vida da gente tem trilha sonora a minha era essa.
Em 2010, 2011 e agora em 2014 eles voltaram ao país; já assisti a todos os 6 shows deles. Nunca consegui chegar perto do rebelde vocalista que não curte muito contato com os fãs, mas sempre que sei o hotel vou atrás dos demais membros e é sempre tão emocionante ser recebida por eles! Cada autógrafo, cada sorriso perguntando o nome ou qual minha música preferida... é como se eu estivesse nas nuvens. Sabe aquelas coisas que acontecem que preciso me beliscar?

Essa coluna não foi falando de livro - apesar de ter mais de 10 livros deles! rs - mas sim da banda que amo, daquela que, mesmo passado o tempo, é só eu ouvir que me sinto com 11 anos outra vez. Se você é fã de alguém assim, sabe do que estou falando. Esse texto é em homenagem a todos os integrantes da banda chamada de "mais perigosa do mundo" sejam os atuais ou exs, porque todos moram no meu coração <3>

24 de mar. de 2014

Tons da Galera: Forever 21

O assunto mais comentado nas últimas semanas pelo pessoal que gosta de uma comprinha sem dúvida foi a chegada da fast fashion Forever 21 no Brasil. Primeiro em São Paulo, no Morumbi Shopping, onde vendeu o dobro do esperado no primeiro dia, e, depois, no ultimo sábado, no Village Mall do Rio de Janeiro, que recebeu mais de 2 mil pessoas e precisou pedir pelo Facebook que as clientes não aparecessem mais naquele dia, pois a capacidade de atendimento estava esgotada, sabe-se lá o que isso significa. Foi o estoque que zerou? Provavelmente.

Mas por que tanto alvoroço? Bem, diferentemente de marcas como Sephora e Top Shop, que chegaram aqui com preços beeeem mais altos que os lá de fora, o mínimo que a gente esperava é que a Forever viesse num patamar de preços de uma Zara ou Renner, na melhor das hipóteses. Mas a americana fez mágica e chegou aqui com preços dignos, como camisetas a R$8,50 e calças jeans a R$34. Coisa para Becky Bloom nenhuma botar defeito. Aliás, as filas do lado de fora do shopping e da loja nos fizeram lembrar muito desse post aqui e daqueeeeele vídeo assustador da “liquidação” de Alexander Wang, onde era tudo de graça.


Prestes a abrir: momentos de mais tensão do que tentar pegar o metrô rio na hora do rush

A próxima a desembarcar aqui é a sueca H&M, o que comprova que o fenômeno Fast Fashion está só começando no país, e deixando claro que as marcas made in Brazil vão ter que correr atrás para competir, se os nossos loucos impostos não forçarem as gringas a aumentarem logo logo os preços.

O engraçado é que na Europa e Estados Unidos, o Fast Fashion tem perdido espaço para consumidores que preferem agora investir numa peça clássica de alta qualidade e duração em vez de dez roupitchas do tipo usei-6-meses-e-joguei- fora. H&M e Zara internacionais já lançaram linhas mais caras com tecidos de mais qualidade, tecnologia e ecologicamente corretos, para não comer poeira. Outro ponto é que depois de tantas colaborações de grandes designers como Karl Lagerfeld, Missoni e Isabel Marant com marcas fast fashion, e de por aqui a C&A ter lançado 11 dessas colaborações só no ano passado (ou seja, quase uma por mês), o que era exclusivo está virando trivial, e as fashionistas mais radicais estão torcendo o nariz para a hipótese de (OK, fato) começarem a cruzar por aí com muitas outras meninas vendidas com suas produções “compradas numa loja em Nova York”, que elas tanto adoram dizer por aí.

21 de mar. de 2014

Papos de sexta: A garota que queria falar sobre livros

 Pensei no que escrever no Papos de Sexta desse mês e resolvi abordar um fato que me deixou muito feliz. Tive a oportunidade de participar do Piquenique para parceiros da Galera Record, realizado no último domingo, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Além de o evento ser muito bacana, a ocasião me fez pensar em como comecei minha jornada com eventos literários.

O piquenique da Galera foi como os que são descritos nos livros: céu azul, toalha quadriculada no chão, comidinhas, picolé e bebidas geladas, cupcakes e a melhor companhia. A equipe do Grupo Editorial Record apresentou os lançamentos que já começaram a aparecer nas prateleiras das livrarias e também o que ainda está por vir. Eu, pálida que só, fiquei observando o evento de um lugar na sombra, sorrindo a cada “aaawwwnnnn” que as blogueiras soltavam ao falar de “Um Caso Perdido – Hopeless” ou questionar como seria a vinda da Cassandra Clare para o Brasil.

Aí, a cada lançamento comentado pela equipe, era mostrado um cartaz com a capa do livro. E as blogueiras tiravam fotos como se fossem estivessem vendo pop-stars! Isso me deixou muito feliz!

Vocês podem estar achando que sou maluca, mas faço eventos literários há mais de dez anos e lá atrás, quando comecei, pedir espaço em uma livraria para montar um evento era novidade, era coisa que só se fazia se o autor fosse muito conhecido e estivesse presente. Mas eu ia lá, às vezes sozinha, às vezes com amigos, dizia que era para reunir fãs, discutir o livro, conhecer gente nova. Foi assim que comecei, evento a evento, livro a livro e hoje, mais de uma década depois, ver os olhinhos de leitores brilhando ao mencionarmos exemplares que estão por vir me enche de orgulho!


Não, não sou autora ainda, nem trabalho formalmente no meio editorial, mas gosto de pensar que ajudei a formar alguns leitores, que auxiliei na criação do que hoje se tornou um hábito de muitos: fazer eventos de fãs, lançamentos, Clube do Livro, ler! Meu trabalho foi um tijolinho nessa estrada linda que leva a histórias incríveis, a amizades, ao conhecimento e que, graças a Deus, não tem um destino apenas, nem data ou lugar para acabar.

E a cada passo dado, mais gente se junta a essa jornada, fazendo mais e mais eventos e blogs, e lendo mais livros. Somos todos leitores, andando juntos em busca de mais páginas e até escrevendo as nossas próprias histórias. Somos personagens em um livro que é uma obra para sempre aberta e isso é lindo demais!

Obrigada, equipe da Galera por acreditar no meu trabalho e me fazer sentir parte da “galera”. Obrigada às blogueiras, aos leitores, aos autores, às equipes das livrarias e a todos que acreditaram em uma menina que queria falar sobre livros. Desejo a todos uma ótima leitura e que o assunto nunca acabe.

20 de mar. de 2014

Galera entre letras: O Mordomo nem sempre é o Culpado...

Na última coluna eu falei um pouco da questão dos direitos autorais e de como isso tinha importância no caso de autores e obras ou personagens que ficaram famosos.

Um desses personagens que ficaram tão famosos, mas tão famosos, que algumas vezes até superam em importância o próprio autor é Sherlock Holmes.

Eu contei pra vocês sobre o movimento “Free Sherlock” e a decisão judicial de que as obras de Conan Doyle sobre o detetive de Baker Street (que equivalem a mais ou menos três mil páginas escritas) estão em domínio público agora nos EUA.

Mas nem o fato de haver tanta disputa em torno dos direitos da obra, nem o rigor do “estate” de Conan Doyle na hora de avaliar as adaptações impediu que Sherlock Holmes se tornasse um dos personagens mais adaptados da história da literatura. Só pra vocês terem uma ideia (não é uma pesquisa rigorosa nem exaustiva, mas já dá uma noção do que eu estou falando), a página da Wikipédia em português cita 227 adaptações das histórias de Conan Doyle para o cinema e a televisão, de 1900 até 2011!

Aliás, vocês sabiam que Sherlock Holmes também faz parte do catálogo da Galera Record?! Pois é. A autora Tracy Mack, apaixonada pelo detetive, escreveu histórias bem divertidas com o personagem, que fazem parte da coleção “Sherlock Holmes e os Irregulares de Baker Street”.

Mas uma das adaptações mais interessantes que já foram feitas deste personagem que “nasceu” em 1887 (em plena época vitoriana, portanto!) é justamente uma adaptação que traz Sherlock Holmes para os nossos dias! Já sabem de que série estou falando?! Elementar, meus caros! Da série Sherlock, produzida pela BBC, e criada por Steven Moffat, atual roteirista e produtor de Doctor Who, e Martin Gatiss, o Mycroft da série, ninguém menos que o irmão mais velho de Sherlock Holmes.


E por que a série é tão interessante? Primeiro, pelo elenco.

Sherlock Holmes é interpretado por Benedict Cumberbatch, um ator extremamente versátil que, na vida pública, é conhecido por suas brincadeiras (não viram ainda a aparição do U2 no tapete vermelho do Oscar, com direito a photobomb do Cumberbatch? (Então vejam correndo!) e Martin Freeman, que faz o Watson (e ficou muito conhecido pelo papel de Bilbo Baggins, na trilogia O Hobbit).

A dupla é bem afinada, a tal ponto que muita gente torce para que Sherlock e Watson acabem formando um casal.

Os recursos narrativos também são interessantes. Um pouco à maneira de Doctor Who, o enredo de Sherlock mistura ações rocambolescas com um pouco de drama e várias surpresas (já viram o final da terceira temporada?!) e é muito legal ver como eles tornaram “visíveis” as deduções do detetive, inserindo elementos gráficos na imagem, como dá pra ver aqui:


O que seria um longo discurso de Sherlock, mostrando todo o processo dedutivo, acaba virando um momento de interação com o personagem. Não sei vocês, mas eu sempre dou pausa nessas horas pra poder visualizar todas as palavras ou elementos da cena, rs


E, óbvio, esses são apenas alguns detalhes que tornam a série tão incrível! Aqui vocês podem conferir curiosidades sobre Sherlock (em inglês). 

Minibio:

Ana Resende trabalha como preparadora de originais e tradutora, e é colaboradora da Galera Record, entre outras editoras. Workaholic assumida,
raras vezes ela acha que o mordomo é o culpado.
Facebook: hoelterlein

14 de mar. de 2014

Papos de sexta: Jennifer E. Smith!


Olá, pessoal! Voltei aqui no Blog da Galera para falar um pouquinho sobre uma autora que conheci no começo de 2013 e que ganhou um espacinho especial não só na minha estante como também no meu coração: Jennifer E. Smith (e contar uma boa notícia). Jennifer E. Smith já tem 5 livros publicados lá fora (já tem mais um chegando!) e acredito que não foi por acaso que a conheci pelo seu "livro de nome grande" - The statistical probability of love at first sight - que mais ou menos um mês depois que eu li foi publicado no Brasil pela Galera Record em uma edição linda com o título traduzido literalmente: A probabilidade estatística do amor à primeira vista (eu simplesmente amo o nome desse livro).

A história desse livro é narrada em terceira pessoa e se passa em nada mais que 24 horas. Sim, Jennifer E. Smith conseguiu mostrar o quanto um dia pode ser significativo na vida de uma pessoa. Nela conhecemos Hadley, uma garota que não está nem um pouco animada para entrar em um avião rumo a Londres para o segundo casamento de seu pai e acabou perdendo o vôo por causa de 4 minutos. E foi por causa desse pequeno atraso que ela conheceu Oliver, um garoto que também estava indo para Londres.

Embora o título e essa pequena introdução nos façam pensar que o livro fala sobre a história de amor de um jovem casal, ele vai muito além disso. Jennifer trabalhou também questões como a relação de Hadley e Oliver com seus respectivos pais, e isso tornou a história muito mais rica. No final das contas, além de ter me encantado com o Oliver, me encantei com o livro e fiquei ansiosa para ler outros livros da autora; e foi exatamente o que fiz no começo desse ano: li This is what happy looks like. E sabe qual é a boa notícia do final do post? A Galera Record vai lançar esse livro também! Estou superanimada para para saber como será a edição brasileira (que vai ser linda eu já sei).


13 de mar. de 2014

Design et cetera: Capas da Meg Cabot

Oi galera, tudo bem? No post de hoje vamos homenagear uma das autoras mais divas da casa, a incrível Meg Cabot. Autora de vários sucessos YA e middle-grade, ela já escreveu diversas séries e conta com uma legião de fãs pelo mundo inteiro. A Galera publica os livros dela aqui no Brasil e desenvolvemos todo um projeto gráfico especial para cada uma das séries.

A primeira sobre o qual quero falar é A Mediadora. As capas gringas têm esse visual mais computer art, vetorial, que estavam muito em voga no começo dos anos 2000. Não desgosto dessa estética, mas confesso que o fato da ilustração mostrar uma mulher sem face me deixa um pouco incomodada:

Algumas coisas sobre design são subjetivas, mas em geral, eu acho que essas capas acima não parecem ser de uma autora tão prestigiada quanto a Meg. Só porque os livros são para o público jovem, não significa que as capas tem que ser bobas, né? Na hora de desenvolvermos a nossa versão, tentamos transmitir um visual um pouco mais sofisticado para as capas, algo condizente com o sucesso da autora e acho que usar a fotografia, nesse caso, deu um ótimo resultado <3>

Concordam?

Outro exemplo é a série Desaparecidos. Mais uma vez, as capas originais apresentam essa estética vetorial.


Tem um quê de mangá e apesar de serem até detalhadas, na minha opinião, não transmitem o peso e sofisticação que a Meg merece. Além isso, apesar de retratarem a mesma menina, acho que faltou um pouco de unidade e padronização, tão fundamentais se tratando de uma série. Por isso, aqui vai nossa versão:

Mais uma vez, optamos pela fotografia em vez da ilustração e mantivemos uma unidade nas cores.



Mas nem sempre a fotografia é a solução. No caso da série As aventuras de Heather Wells, fizemos o caminho inverso. As capas originais eram fotográficas, mas o nosso projeto usou ilustrações

Mas assim como acontece em outros casos, quando a capa original é bonita, nós não temos problema em comprar a arte. E foi o que fizemos na série Cabeça de vento:




Afinal, cada caso é um caso e sempre pensamos no que vai funcionar melhor para o livro, série e autor em questão.

<3>

12 de mar. de 2014

Galera Pop: Séries que viraram filmes


Com o filme de Veronica Mars, patrocinado pelos fãs, chegando ao cinema, não tem como não ficar com saudades da série. Vocês conhecem?

Veronica Mars foi uma série da CW, no ar por três temporadas, que mostrava a vida de uma estudante do ensino médio que fazia “bicos” de detetive nas horas vagas. Mas calma aí, a história não é tão boba quanto a sinopse faz parecer. Logo no primeiro episódio, a gente fica sabendo que Veronica era uma menina popular, com um namorado bonitinho, uma melhor amiga legal e uma família (aparentemente) perfeita. Então a amiga aparece morta, a mãe a abandona e o namorado dá um pé na bunda sem maiores explicações. Pesado. A moça usa suas habilidades investigavas para tentar descobrir quem matou a amiga, e aí somos levados por uma temporada cheia de segredos revelados intercalados com as tiradas maravilhosas da Veronica. É um drama adolescente nem um pouco clichê. Incrível.

Veronica Mars acabou em 2007, mas os fãs pediram tanto que conseguiram um filme! Todo o elenco topou (achei lindo isso!) e, com o dinheiro arrecado pelos próprios fãs, Veronica Mars - O Filme chega aos cinemas americanos dia 14 de Março.

Essa não é a primeira vez que isso acontece, como comentei naquele post de filmes que viraram séries (http://galerarecord.blogspot.com.br/2014/01/do-cinema-para-tv_15.html ), várias outras produções para as telinhas foram parar nas salas de cinema.  

Sex and the City


Carrie e suas amigas chiques de NY foram um sucesso tão absurdo nos anos 90 que já renderam dois filmes depois que o show chegou ao fim. E estão rolando alguns boatos que um terceiro filme pode ser produzido. Vamos aguardar.

Charlies Angel’s (As Panteras)


Esse é um caso bem peculiar, as moças que combatiam os crime com muito glamour foram primeiro parte de um seriado dos anos 70. Depois, em 2001 chegaram às telonas trazendo Drew Barrimore, Cameron Diaz e Lucy Liu. Por fim, decidiram fazer uma nova série em 2011, essa não deu muito certo.


21 Jump Stret (Anjos da Lei)


A série que trouxe Johnny Depp ao estrelato (OBRIGADA!) contava a história de policias que se infiltravam em escolas para prender jovens infratores, e fez sucesso nos anos 80.  Em 2012, um remake foi lançado trazendo Jonah Hill e Channing Tatum como protagonistas. Eu não vi o seriado, mas assisti ao filme e posso garantir que vale muito a pena! Ri do inicio ao fim e fiquei querendo mais. Sorte a minha que a segunda parte estreia nos cinemas ainda esse ano.

Betwitch (A Feiticeira)


Infelizmente a adaptação para o cinema da série dos anos 1960, A Feiticeira, foi um fiasco. A versão de 2005 com Nicole Kidman e Will Ferrell foi, sendo bem simpática, uma vergonha alheia! Uma pena mesmo, sendo que o seriado da bruxa-dona-de-casa Samantha foi um marco da época e durou 8 temporadas.

Quais séries você acha que deveriam virar filme?

xoxo


Nanda

10 de mar. de 2014

Tons da Galera: Paris Fashion Week Outono 2014

Como a semana de moda de NY, da qual falamos há algumas semanas, a maior parte das coleções pareceu mais sensata e mais usável que nas últimas temporadas. Itens como o moletom (onipresente), casacões quase como casulos, franjas, tons pasteis (nada mais adequado para o berço da LaDurée), muita textura e Cara Delevigne (onipresente) se repetiram nas passarelas francesas.

Inevitáveis  maluquices ficaram a cargo dos acessórios: de bolsas em formato de cesta de supermercado Chanel, a micro-bolsa em formato de baú da Louis Vuitton. Saldo final: nenhum protesto ou desconhecido de tanga e coroa na cabeça correndo pela passarela. Ufa!


Uma bem vinda “novidade” (copiada dos anos 60) foi o Mod, combinado a calçados de glitter, botas de cano longuíssimo e meias calças pretas na Saint Laurent. O estilo favorito de Twiggy também marcou a primeira coleção de Nicholas Gesquiére para a Louis Vuitton.


Numa vibe mais comfy,  moletons e tricôs enooormes e confortáveis na Stella McCartney, Balenciaga e Kenzo. Na Miu Miu, ninguém registrou muito bem o que aconteceu, porque Lupita Nyong’o aterrissou na primeira fila horas depois de sair vencedora do Oscar, e se sentou e tirou selfies com ninguém menos que Rihanna. Tudo bem, não sejamos injustos. A outra grife de Miuccia Prada também veio com estilo 60s e Mod com tons pasteis e elementos como plástico.


E por fim, mais uma vez Karl Lagerfeld conseguiu se destacar com o desfile da Chanel, realizado num cenário de colorido supermercado, onde os convidados podiam brincar de passear pelas prateleiras e encher seus carrinhos de leite, espaguete e bolsas Chanel 2.55 de 3 mil dólares cada. Tudo devidamente devolvido na saída, claro. 


7 de mar. de 2014

Papos de sexta: Favoritos do ano


Comecei a rabiscar este post enquanto assistia a cerimônia do Oscar no último domingo. Sem querer, me peguei adaptando as categorias da maior premiação do cinema para o meio literário.

Incluí novas categorias depois e gostei tanto da brincadeira que decidi aplicá-la aos lançamentos da Galera Record no ano de 2013. O resultado foi um misto de Oscar e MTV Movie Awards — nesse caso, Book Awards ;)


Confiram meus favoritos abaixo! And the winners are…
LIVRO DO ANO - Princesa mecânica, de Cassandra Clare.
PROTAGONISTA MASCULINO - Will Herondale (Princesa mecânica).
PROTAGONISTA FEMININA - Tessa Gray (Princesa mecânica).
COADJUVANTE MASCULINO - Magnus Bane (Princesa mecânica e Cidade das almas perdidas).
COADJUVANTE FEMININA - Sophie Collins (Princesa mecânica).
ANTAGONISTA MASCULINO - Jonathan Morgenstern (Cidade das almas perdidas).
ANTAGONISTA FEMININA - Camille Belcourt (Cidade das almas perdidas).
AUTOR - Cassandra Clare (Princesa mecânica e Cidade das almas perdidas).
MELHOR TÍTULO - Métrica, de Colleen Hoover.
MELHOR ENREDO - Todo dia, de David Levithan.
MELHOR INTRODUÇÃO DE LIVRO - Todo dia, de David Levithan.
MELHOR INTRODUÇÃO À SÉRIE - A desconstrução de Mara Dyer, de Michelle Hodkin.
MELHOR CONCLUSÃO DE LIVRO - Métrica, de Colleen Hoover.
MELHOR CONCLUSÃO DE SÉRIE - Princesa mecânica, de Cassandra Clare.
MELHOR EDIÇÃO - Métrica, de Colleen Hoover.
TRILHA SONORA - The Avett Brothers (Métrica).
MELHOR CANÇÃO - If it’s the beaches, por The Avett Brothers (Métrica).
QUADRINHOS OU MANGÁ - Assassin’s Creed: Desmond, de Corbeyran e Djallali Defali.
AMBIENTAÇÃO - Princesa mecânica, de Cassandra Clare.
FIGURINO - Princesa mecânica, de Cassandra Clare.
DIREÇÃO DE ARTE - Fator Nerd, de Andy Robb.
MELHOR CAPA ORIGINAL - Strawberry Fields Forever, de Richard Zimler.
MELHOR CAPA ADAPTADA - Fator Nerd, de Andy Robb.
CONTO OU NOVELA - Princesa pop, de Paula Pimenta (Livro das princesas).

Galera Pop: 300 - A ascensão do império

“Isto NÃO é Esparta!” que fique bem claro. 300 – A Ascensão do Império parece ser uma continuação de 300 (o que seria impossível, pois os 300 de Esparta, incluindo o rei Leônidas, morreram, tanto na ficção quanto na História com agá maiúsculo), mas não é. O longa-metragem, na verdade, aborda o contexto histórico do filme original e mostra eventos anteriores, simultâneos à Batalha das Termópilas (travada pelas forças de Leônidas) e posteriores à trama de 300. Esse A Ascensão do Império também é baseado em gibi de Frank Miller; só que, no caso, a obra — a graphic novel Xerxes — ainda não foi publicada. O centro da trama é a resistência naval liderada pelo general ateniense Temístocles (Sullivan Stapleton) contra as forças navais de Xerxes (Rodrigo Santoro), o conquistador persa que infernizou a vida de Leônidas no primeiro filme. Aqui, ele despacha a rainha persa Artemísia (Eva Green) para comandar sua marinha e invadir a Grécia.

Seria incoerente que 300 – A Ascensão do Império perdesse a assinatura visual do longa-metragem original, aquela câmera nervosa, acelerada-pausada-e-novamente-acelerada do cineasta Zach Snyder. Ele ficou de fora na cadeira de diretor, mas co-escreveu o roteiro e produziu. A batuta ficou com Noam Murro (Vivendo e Aprendendo), que clonou o estilo do patrão, porém, sem a mesma verve, frescor ou senso de ritmo. Por ter mais trama para contar, 300 – A Ascensão do Império segue o mesmo ritmo da narrativa visual: a história acelera-pausa-acelera-novamente, e o filme segue aos trancos e barrancos, ora parece aula de História, ora vira fita de ação.

Como fio condutor da história, o australiano Sullivan Stapleton fica devendo: não tem o carisma de Gerard Butler, o Leônidas de 300, e se leva a sério demais, o que é um erro diante daquele cenário absurdo de homens impossivelmente sarados em tangas que mais parecem fraldas. O jeito de canastrão de Gerard Butler tornava a plateia cúmplice e dava credibilidade à fantasia de Snyder; aqui, não disseram para Sullivan Stapleton que a situação era mais Spartacus da série de TV do que  Spartacus de Stanley Kubrick. Seu Temístocles é tão apagado que quem rouba a cena é a Artemísia de Eva Green, vestida como uma dominatriz e sendo vilã com a mesma verve que Butler foi herói no primeiro filme.

Outro problema de 300 – A Ascensão do Império foi ter demorado tanto a sair do papel que o estilo de Zach Snyder já virou um pastiche de si mesmo, tantas foram as imitações (a própria série Spartacus, no caso). Noam Murro também ficou devendo levar o estilo além, porém só fez um feijão com arroz (à grega) que outros imitadores de Snyder (e o próprio) andam fazendo a torto e a direito. O resultado final não agrada nem a gregos nem a troianos.

O trailer e outras informações estão no site oficial.

6 de mar. de 2014

Galera entre letras: A Matemática dos Autores

Quando se entra no mercado editorial, colaborando ou trabalhando para editoras, uma das informações mais importantes passa a ser a questão dos direitos autorais.

Mas o que é isso exatamente? De modo bem resumido, é a questão da autoria de uma obra. Além do nome (ou pseudônimo) na capa do livro, o autor é reconhecido como o único responsável pelo seu conteúdo (a editora é responsável apenas pela publicação, ou seja, por tornar aquele conteúdo público, o que explica o fato de que um mesmo livro possa ser publicado por editoras diferentes). E isso é regulamentado pela lei (no nosso caso, a lei de direitos autorais, LDA).

Mas vocês sabiam que os direitos autorais têm validade? Pois é. Obviamente eles perduram enquanto o autor está vivo, mas e depois? O que acontece?

Bom, depois que um autor morre, seus herdeiros (quaisquer que sejam) detêm os direitos sobre a obra durante 70 anos (aqui no Brasil; em outros países, durante 50 anos), mas, após completar esse período, a obra de um autor entra no chamado Domínio Público (A The Public Domain Review publica todos os anos a “turma” que entra em domínio público. A de 2014 está aqui).

Entrar em Domínio Público significa que o autor falecido (e a família) não detêm mais os direitos sobre a obra e qualquer pessoa pode reproduzir, divulgar, imprimir o texto ou mesmo fazer referência ao personagem ou a falas famosas, sem ter que pedir permissão a ninguém, nem pagar por isso. Caso contrário, isto é, enquanto vigorarem os direitos do autor, todas as negociações em relação ao livro são estabelecidas em contratos e ninguém pode fazer uso do texto sem pedir permissão.

Vocês já viram aquela frase “Todos os direitos reservados” nos livros da Galera Record? Pois é. Ela serve pra isso. Pra proteger os direitos do autor (ou da família dele, após sua morte).

E vocês já imaginaram o que acontece quando um autor fica muito, muito famoso e todo mundo se inspira nele ou quer usar frases ou trechos das obras escritas por ele? Alguém tem que tomar conta de tudo isso, e, em inglês, temos os “estates”, instituições que administram os direitos autorais depois que um autor morre e antes que ele entre em domínio público.

O Tolkien Estate, por exemplo, cuida dos direitos autorais de J. R. R. Tolkien, além de atestar a qualidade das traduções de suas obras. Outro “estate” importante é o de Conan Doyle. Pois é. A família do autor dos livros sobre Sherlock Holmes autoriza a produção de séries baseadas no famoso detetive (bem como cobra os royalties por essas produções), embora, desde 2001, os escritos de Conan Doyle estejam em Domínio Público no Reino Unido, mas não nos Estados Unidos (as leis sobre direitos autorais variam de país para país!).


E foi somente no fim de 2013 que os leitores norte-americanos do detetive da Baker Street puderam comemorar: um juiz decretou que as obras de Conan Doyle estão, sim, em domínio público nos EUA (o que inclui as 3 mil páginas escritas sobre Sherlock Holmes pelo autor).

Pra vocês terem uma ideia da importância da decisão, rolou até a hashtag #FreeSherlock no Twitter e no Facebook. E o editor da The New Annotated Sherlock Holmes e um dos idealizadores do movimento “Free Sherlock”, Leslie S. Kingler, comemorou o resultado dizendo que: “Sherlock Holmes pertence ao mundo, e essa decisão determina isso com clareza. [...]. As pessoas que querem celebrar Holmes e Watson agora podem fazer isso sem medo.” Legal, né?

E Sherlock Holmes vai continuar com a gente na próxima coluna. Vou falar um pouco da série da BBC e de como o Steven Moffat (sim, o Moffat, do Doctor Who) recriou o personagem numa das melhores adaptações que já vi!

 Minibio:

Ana Resende trabalha como preparadora de originais e tradutora, e é colaboradora da Galera Record, entre outras editoras. Workaholic assumida, raras vezes ela acha que o mordomo é o culpado.

Facebook: hoelterlein