28 de jun. de 2013

Papos de sexta: Eu prefiro com trilha sonora

Eu já pensei em escrever sobre isso no Papos de Sexta, mas na maioria das vezes eu não sabia muito bem o que falar. Procurava outro assunto e deixava esse mais uma vez de lado. Mas chegou a hora de falar de uma das coisa que eu mais gosto: música!

Eu sou adepta da música para a maioria das atividades solitárias. Neste momento, por exemplo, estou ouvindo algumas batidas bem altas. Não tem letra para me confundir e me deixa completamente concentrada enquanto escrevo. Nada de me distrair com o som da novela que a minha mãe está vendo na sala. Além disso, por senso comum, se você não quer ser interrompido, coloque o fone de ouvido.



Ok, senso comum que não funciona, principalmente para aquelas pessoas que não têm o hábito de ouvir música com fone de ouvido. Devo dizer que nesses casos, fone de ouvido é a carta branca para as pessoas que querem conversar. É como abrir um livro! Imagina combinar livro e fone de ouvido? Você vai ser praticamente a pessoa mais propensa a ser interrompida por aquela pessoa ociosa na fila do banco. Acontece isso em todas as vezes! Mas enfim...

Assim como eu tenho mania de combinar um livro com o clima, também tenho o hábito de combinar a música com a história que estou lendo. Lembro que quando eu lia os últimos livros de Harry Potter eu fazia questão de ler com a trilha sonora dos filmes. Quando eu leio livros de verão, faço questão de colocar músicas com voz e violão - elas me transportam para uma praia imediatamente. Os livros mais tristes acabam com músicas igualmente tristes. Se for para chorar, que toda a atmosfera combine em sinergia, não é? Hahahaha.

Quando os autores preparam uma trilha sonora para o livro, eu faço questão de ouvir junto! Se os próprios autores recomendam, é porque as músicas completam as palavras. Já imaginaram que com os livros digitais nós poderíamos ter uma trilha sonora para cada capítulo? Algo selecionado especialmente para aquele momento? Ficaria perfeito! 

Muitas pessoas me perguntam se não me atrapalha escutar música enquanto leio. Hm, não? Na verdade o que me atrapalha são barulhos externos, que não seguem a melodia da música. Ao encontrar uma melodia meu cérebro automaticamente percebe que é trilha sonora, como um filme. Então ele se concentra em outra tarefa e simplesmente me deixa sentir a música enquanto leio. A música é a minha saída para ler em lugares com muito barulho como ônibus, banco, universidade ou até mesmo em casa com todo mundo falando. Infelizmente se eu fosse depender do silêncio, teria pouquíssimo tempo pra ler. E para mim, o silêncio acaba sendo ainda mais barulhento e triste. Ok, ele combina com alguns livros de certa forma, mas são raros.


Agora é a vez de vocês. O que vocês escutam enquanto estão lendo? Preferem o silêncio ou não se importam com barulhos externos? Alguma música é marcante por combinar perfeitamente com algum livro?

27 de jun. de 2013

Galera entre letras: TRADUTTORI TRADITORI

Desde que comecei a trabalhar como tradutora, não é raro ouvir alguém citar a (nada boa e) velha expressão traduttori traditori ao se referir ao ofício de tradutor. Não sei muito bem onde essa história começou: alguns dizem que os italianos ficaram irritados com a qualidade das traduções francesas de Dante (aquele mesmo, do inferno) e passaram a xingar todos os tradutores de traidores; outros contam que foram os romanos (sempre eles!) que a criaram.

No fim das contas, não faz a menor diferença quem inventou esse ditado (seria, tipo, a gente querer discutir “quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?”), mas vale muito a pena tentar entender qual é o papel do tradutor nessa história toda.

E adivinhem só?! Esse é o tema da coluna de hoje! :)



Bom, pra começo de conversa, o tradutor é um pouco como o mordomo dos filmes policiais: quando está tudo bem, ninguém se lembra dele, mas, quando tem algum problema, ele é sempre o primeiro suspeito, e isso, é claro, tem a ver com o fato de o nome dele estar na folha de rosto do livro.

Na coluna do mês passado, eu falei da preparação de originais e mostrei que depois que a tradução fica pronta, tem outras etapas na produção, ou seja, muita água vai rolar até o livro chegar às livrarias.

Ainda assim, o tradutor tem uma responsabilidade ENORME nesse processo porque é ele quem vai passar o texto de um idioma ao outro, procurando recriar em português para os leitores brasileiros – a mesma SENSAÇÃO que o livro provoca no leitor do texto original.

E é justamente aí que mora a polêmica em relação às traduções: NÃO se traduz PALAVRA A PALAVRA. O que se traduz são as IMAGENS MENTAIS e as SENSAÇÕES; por isso, nenhuma tradução é realmente LITERAL!!! o_O (Eu sei, a essa altura, já deve ter um monte de leitores – inclusive, tradutores – arrancando os cabelos, mas keep calm e me acompanhem.)Vou mostrar isso com um exemplo.

Imaginem o protagonista de uma história de terror que tem que percorrer um corredor muito comprido e escuro. No fim desse corredor tem uma porta, mas o nosso protagonista não sabe onde ela vai dar... e ele já enfrentou um monte de obstáculos para chegar até ali e começa a duvidar de que aquela porta seja a sua salvação. Então, o que é que ele faz? Ele diz a seguinte frase:

My gut twisted.

Numa tradução palavra a palavra, eu poderia dizer: “Meu estômago se revirou.” ou “Minhas entranhas se contorceram.” Porque, no fim das contas, foi isso mesmo que aconteceu. O único problema é que quando eu ouço esse tipo de coisa, penso logo que o protagonista está enjoado ou com dor de barriga, e não que está com medo ou que sente que aquela porta pode levá-lo a um lugar perigoso.

A pergunta, então, é: qual expressão vai criar a sensação de medo e insegurança no nosso protagonista que, afinal, fala português como a gente?

Bom, há várias maneiras de dizer isso.

Se eu quiser manter a referência a uma parte do corpo (gut, no caso) e lembrar que aquele medo também se expressa fisicamente, eu tenho algumas opções. O nosso protagonista pode dizer: “Senti um frio na barriga.”, “Senti um frio no estômago.” ou até “Senti um frio na espinha.” (A gente diz isso em português, não diz?!) Por outro lado, eu posso não querer remeter ao sentido de entranhas, mas sim ao de intuição (todo mundo acessando http://www.thefreedictionary.com/gut em 3... 2... 1... para ver todas as acepções em inglês), e fazer o protagonista dizer: “Meu sexto sentido me alertou.” ou “Minha intuição me disse que havia algo errado.”

O que vai determinar o uso de uma ou de outra expressão é, muitas vezes, o fato de que tradutores têm suas palavras preferidas. Tem aqueles que gostam de ESCARCÉU quando descrevem uma tremenda GRITARIA; tem outros que preferem descer por uma RAVINA em vez de um BARRANCO, e que sempre, sempre, se escondem em TORREÕES para LANÇAR UM OLHAR aos inimigos que tentam invadir o castelo... Mas isso pode não ser apenas uma questão de gosto, e sim algo que recebe o nome de REPERTÓRIO VOCABULAR (eu sei, o nome é pomposo, mas a ideia é muito legal, e voltaremos a tratar disso...).

Bom, hoje eu falei sobre um aspecto técnico do trabalho de tradutor, mas a tradução também tem um lado afetivo, e não há nada mais legal que traduzir um livro de um autor que se admira ou com personagens dos quais se gosta (mas isso é papo pra outra coluna).

E aproveitando que o mês foi cheio de manifestações e protestos, decidi lançar a

CVT (CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DO TRADUTOR)
para que ele não vire um
TA (TRADUTOR ANÔNIMO)!!!

Peguem o seu livro YA preferido e deem uma olhada na folha de rosto. Se vocês quiserem compartilhar nos comentários o nome do(a) tradutor(a), vou adorar saber quem é!


E se quiserem compartilhar pelo Twitter (@hoelterlein) ou pelo Facebook (https://www.facebook.com/hoelterlein), fiquem à vontade! O importante é homenagear esses lindos que tornam a nossa vida muito mais literária! :)


Minibio:
Ana Resende trabalha como preparadora de originais e tradutora, e é colaboradora da Galera Record, entre outras editoras. Workaholic assumida, não gosta de videogames e sua leitura favorita são os contos de fadas. Acredita que o príncipe encantado existe, só que se perdeu sem um GPS.

Twitter: @hoelterlein

24 de jun. de 2013

Tons da Galera: Bling Ring

Essa semana a dupla Dolce & Gabanna foi condenada a quase dois anos de prisão por sonegação fiscal. É claro que os italianos vão recorrer, mas não é muita novidade ler que o mundo da moda é feito por e recheado de algumas (ou muitas) desonestidades aqui e ali. 

E quando o desejo por luxo e glamour é tão grande que são os consumidores os tentados a roubar?

É o caso do novo filme de Sophia Coppola, Bling Ring: A gangue de Hollywood, baseado numa história real e estrelado por Emma Watson, e que causou sensação no Festival de Cannes desse ano. A trama não poderia ser mais atual: A gangue em questão era um grupo de adolescentes californianos que entre 2008 e 2009 usaram a internet (pelo Twitter, Facebook, blogs e sites de fofocas) para saber quais celebridades não estavam na cidade ou em casa e assim poder invadir suas residências e roubar objetos de valor como roupas, sapatos e bolsas de grife, joias, dinheiro vivo, eletrônicos e obras de arte. As vítimas foram gente do naipe de Paris Hilton (que, veja só, faz uma participação gravada em sua própria casa – assaltada pelo grupo cinco vezes - e promoveu o longa no Festival), Orlando Bloom, Megan Fox e Lindsay Lohan. Os endereços eram encontrados no Google Maps e atalhos para invadir as casas bolados com a ajudinha do Google Earth.





Os delinquentes juvenis do século XXI somaram mais de três milhões de dólares em itens roubados - só dois milhões foram de Paris, a primeira vítima, escolhida pelo grupo por causa do Q.I. que aparenta ter e por ter parecido a mais provável a deixar a porta de casa aberta e dinheiro espalhado. De fato, quando eles chegaram à casa de Paris havia uma chave embaixo do capacho, mas a porta estava destrancada.

Os alvos eram celebridades cujo estilo as garotas do grupo admiravam (Orlando Bloom foi escolhido pelas lingeries da esposa Miranda Kerr, das quais a mandante do grupo “gostava” e de quebra teve sua coleção de Rolex levada junto com obras de arte furtadas para a patricinha-chefe do grupo decorar a casa nova de seu pai em Las Vegas). Mas foi quando o grupo entrou na casa de Lindsay Lohan (vejam só, ela mesmo diversas vezes acusada e condenada pelas mãos leves), as câmeras de segurança da ruiva não perdoaram e o Bling Ring foi descoberto, pela comparação das imagens à fotos de perfis de Facebook. Uma das integrantes do grupo estava até presa na mesma cadeia em que Lindsay ficou detida por ela mesma roubar um colar de uma joalheria, mas ao que se sabe as duas nunca se falaram.

Trailer:


21 de jun. de 2013

Papos de sexta: Na batida da poesia, por Tita Mirra


Vocês sabem o que é poetry slam? Eu não fazia ideia, mas quando li o romance de estreia de Colleen Hoover fiquei encantada.

Diferente dos tradicionais saraus, os slams são eventos de poesia onde prevalece a competição. Vão desde noites de “Microfone Aberto”, onde qualquer um pode se inscrever na hora e recitar poesias próprias ou de outros autores, até concursos como o “National Poetry Slam”, que reúne os maiores talentos dos Estados Unidos e Canadá.

Nos slams, os poetas apresentam seus textos — sozinhos ou em equipes — e são avaliados pela forma e o conteúdo de suas performances, por um júri composto de pessoas da plateia. Os candidatos geralmente apresentam textos ensaiados, mas os finalistas devem improvisar a partir de sugestões do público. Nada fácil! rs

O pioneiro nessa modalidade foi o trabalhador da construção civil e poeta Marc Smith, que realizou uma série de leituras em um clube de jazz de Chicago, em 1986. O poetry slam se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos e ganhou notoriedade em Nova York, ao integrar o programa de um conceituado café cultural. As competições se intensificaram, até que em 1990 ocorreu o primeiro “National Slam”.

Considerado um dos mais importantes movimentos da década de 90, o slam resgatou a tradição oral e reafirmou a poesia como arte performática. Existem algumas traduções possíveis para o termo, batida é uma delas e remete à influência da cultura hip-hop. Os dois movimentos surgiram no mesmo período e muitas performances guardam semelhanças com o rap até hoje.

O poetry slam vem crescendo em toda a América, inclusive no Brasil, mas existe o pessoal do contra. Os acadêmicos acreditam que submeter a poesia à competição é enfraquecê-la, e que não devemos levar o slam a sério. Eu penso que ele pode aproximar as pessoas da poesia, torná-la mais acessível.

O movimento foi bem recebido pelos jovens, que enxergam no slam uma força de democratização. Essa geração de poetas é politizada, seus textos frequentemente abordam preconceitos e injustiças, bem como outros tópicos atuais.

Nesse momento em que a liberdade de expressão está ameaçada, essa pode ser uma forma interessante de protestar e manifestar sua opinião. Sem violência, mas com bastante emoção :)

PS: Uma busca rápida no YouTube revela milhares de vídeos de poetry slam. Katie Makkai e Sierra DeMulder são duas das minhas slammers favoritas, mas eu não poderia deixar de fora o vídeo em que Marty Schoenleber apresenta um dos poemas de “Métrica”. Não tem legenda, mas basta consultar a tradução em um exemplar do livro. O nome do poema é Lake :)


20 de jun. de 2013

DESIGN ET CETERA: Criação e escolha de capas, por Rafaella Machado

Oi galera, tudo bem?  Hoje vamos falar um pouco sobre o nosso processo de criação e escolha de capas! Sabe aquele ditado: não se deve julgar um livro pela capa? Bem, nós discordamos hahaha. A escolha da arte de capa é uma etapa muito importante no lançamento do livro, porque é através dela que o leitor tem o primeiro contato com a obra. Mas como é que funciona o nosso processo?

Bom, quando vamos lançar um livro estrangeiro, a primeira coisa que fazemos é uma pesquisa para ver como ficaram as capas dos outros países. Se gostarmos da capa, a gente compra os direitos e adapta. É o caso, por exemplo, de Métrica (Slammed).  Nós amamos a capa inglesa  e resolvemos seguir com o projeto. Pronto, final feliz 



Mas nem sempre é tão simples assim. Tem vezes que a arte original não é apropriada ou em caso de séries, foge dos padrões do livro anterior.  Isso aconteceu com a segunda capa da série Leviatã, do nosso querido autor Scott Westerfeld. 

A primeira capa da série era assim:


Mas quando eles lançaram Beemote, o projeto mudou completamente:




Nada a ver, não é mesmo? Felizmente, o próprio Scott Westerfeld concordou conosco e melhor ainda (!) nos apresentou a solução. Antes dos gringos mudarem completamente o projeto, o ilustrador Keith Thompson tinha desenvolvido esse esboço para a capa americana: 




O que nós fizemos? Compramos a arte dele, e demos uma adaptada na quarta capa.Bem melhor, não acham?



Agora, tem vezes em que não adianta insistir porque a capa original simplesmente não funciona. Foi isso o que aconteceu com o livro O Futuro de Nós dois. A capa gringa era muito sci-fi, com esses códigos binários por cima da ilustração. Tudo bem que o livro se passa em 1996 e os personagens veem o futuro via facebook, mas achamos que o foco da história é no romance e não tem nada de sci-fi na história. 






Por isso, desenvolvemos outro layout completamente diferente para esse livro. Que tal?Cabe ao editor avaliar cada situação para saber qual o melhor caminho a ser tomado. Seja esse a compra, adaptação ou criação de um novo layout. É isso, gente! Espero que tenham gostado do post, e mês que vem estou de volta para falar de uma tendência bem legal que são as capas estampadas. Um grande beijo da Rafa!

19 de jun. de 2013

Galera Pop: Tudo Que É Sólido Pode Derreter

Sempre que vou começar a escrever essa coluna, tento buscar alguma coisa que aconteceu comigo, ou perto de mim, para associar ao tema da quinzena. Sinto que assim, ficamos mais próximos e podemos ter uma conversa além da sinopse da série. Como todo mundo já sabe, o país está vivendo hoje – na maneira da nossa geração – um momento emocionante e bastante patriótico, nada mais justo do que falar de uma série emocionante e patriótica: Tudo Que é Sólido Pode Derreter.


Ok. Ok. Eu exagerei só um pouquinho, mas é que a personagem principal, Thereza é apaixonada por literatura clássica brasileira e no decorrer da história a sua vida acaba se encontrando com as histórias dos seus personagens queridos. Vamos lá, isso é sim patriótico, literatura clássica brasileira – BRASILEIRA! OK?

Hehehehe Mas que TQÉSPD é emocionante, disso eu não tenho a menor dúvida!

Thereza é uma garota de 15 anos apaixonada por livros. O plot é um paralelo entre os livros clássicos da nossa literatura e o dia a dia bem “vida real” dela. Nisso vamos nos aproximando da personagem e de seus amigos ao mesmo tempo em que as obras vão sendo apresentadas. E tem de tudo: Senhora do José de Alencar, Dom Casmurro, Macunaíma, Canção do Exílio, Quadrilha... É uma coisa linda de ver! (Fiquei com vontade de fazer uma maratona). Ela encontra nos livros as questões para os seus problemas e sempre dá um jeito de relacionar os acontecimentos do momento a uma das histórias (ou poemas), e o mais interessante é que não fica forçado. Gosto do jeito que eles tratam os adolescentes sem estereótipos clichês, porque todo mundo é um pouquinho bom e mau ao mesmo tempo, não existem mocinhos e vilões.


Sem falar que ela é brasileiríssima ok? Apesar de ser fã das Violets, Thessas, Rachels e Reeds, achei incrível ver uma personagem parecida com a gente: Thereza. E por mais que seja esquisito uma moça com 22 anos se achando parecida com a garota da ficção que tem só 15, na época eu tinha 18! O que para mim é basicamente a mesma coisa...

Tudo Que é Sólido Pode Derreter é baseado em um curta de mesmo nome e foi exibido na TV Cultura (os episódios estão no site) no início de 2009, o seriado durou só uma temporada, o que foi uma pena. Eu fiquei na expectativa de ter uma segunda temporada por uns dois anos depois disso, porque ela nunca foi cancelada oficialmente, mas hoje já dá para saber que não vai voltar mesmo. Quem sabe em um filme? Porque até para livro as aventuras da Thereza foram adaptadas.



Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.

Opa, acabei me empolgando. Mas só mais uma coisa, o que acham do título?
 Para mim é no mínimo, poético...
Até a próxima :)
Xoxo

Nanda 

14 de jun. de 2013

Papos de sexta: O futuro de nós todos, por Rafaella Fustagno

Quando terminei de ler o livro O futuro de nós dois a impressão que eu tinha era de que Emma era minha amiga, afinal, o livro, que se passa no ano de 1996 e no qual a protagonista tem a mesma idade que eu tinha na época, poderia ser contado por mim.

Se você tem menos de 25 anos, certamente se lembra de poucas coisas que vou contar, mas se já passou dessa idade é mais fácil voltar àquela época onde os computadores eram artigo de luxo. Aqueles modelos imensos, meio beges e que com o tempo ficavam amarelados eram o sonho de qualquer um. E a internet? Sim, aqueles cds de instalação eram o máximo, e eu só tive um desses naquele ano no curso de inglês onde os exercícios — olha que moderno! — eram online!

Mais do que isso, uma volta a algum lugar do passado, o livro é também uma descoberta para os jovens, afinal os bebês de hoje já nascem pedindo um iPhone! Mas e como era antes disso? Ah, como era chata a vida né?... A gente não tinha celular, então nossa mãe dificilmente achava a gente! Quando queríamos ligar, usávamos telefones públicos e, acreditem vocês, o que chamamos de "Orelhão" aqui no Rio de Janeiro deviam ser bem mais limpos dos que o que temos hoje em dia no centro da cidade, afinal, qualquer pai de família usava! Primeiro eram as fichas que comprávamos na banca de jornal mais próxima para ligar e depois os cartões de telefone, uma modernidade só!

E como era a vida dos namorados? Ah, não tinha tanta graça, não dava para postar foto de cada momento feliz que tínhamos juntos e nem mandar aquela indireta para todos os seus mil amigos do Facebook verem como ele te magoou quando te traiu! Mundo injusto o que vivi, né? Os relacionamentos eram assim, começavam porque víamos as pessoas todos os dias ou alguns dias, e quem falava com a gente sabia quando estávamos juntos ou havíamos terminado. Não tinha como saber porque mudou o status da rede social e 300 pessoas curtiram isso! Chato? Para você sim, para mim: eu sobrevivi! E devo dizer que sinto falta quando um namoro terminava e eu não tinha como fuxicar as redes sociais dele para ver como ele estava bem e eu péssima! Não tinha whatsapp para sem querer mandar mensagem para ele pedindo para voltar!

E as amizades? Como ter amigos sem internet? Minhas 800 amigas jamais saberiam que eu pintei o cabelo hoje ou que minha unha quebrou no trabalho! Você não viu? Postei no Instagram! Então era um povo desatualizado, porque eu tinha que esperar a amiga chegar em casa para a mãe dela dar o recado que liguei e aí ela me ligar de volta. Até isso acontecer eu nem lembrava mais o que queria falar e no final de semana, quando nos víamos, as novidades já eram tão antigas que parecia um jornal da semana passada. Afinal, como diz Emma para o melhor amigo Josh no livro, a quem interessa o que comi no almoço ou que cor é o sapato que escolhi comprar?

A vida sem as redes sociais, sem celular... como vivíamos? Bem, eu vivi bem e fui muito feliz, talvez essa coluna tenha sido um revival de tudo que senti ao ler esse livro, saudades imensas de quando as coisas eram mais simples, quando eu não ficava tensa sem o sinal 3G tentando postar o ingresso do cinema antes de entrar no filme! E o que é a minha vida sem o carregador? Não sou ninguém! Como vou ficar no trabalho sem meu celular? Um dia inteiro sem Facebook, Instagram, Twitter, email... é para surtar!

Mas me faz parar e perguntar: como será mesmo nossa vida daqui a 15 anos? O futuro de nós todos terão apetrechos que nem nos lembraremos de como vivíamos sem, e os nossos filhos ou netos vão rir quando contarmos que precisávamos de carregador?


Quero viver para ver, e você? ;) 

13 de jun. de 2013

Design et cetera

Oi, Galera, 

Estamos sempre prestando muito atenção nas sugestões, ideias e reclamações de vocês. Afinal, nosso mundo são nossos leitores e nossos livros, não é mesmo? Tipo arroz e feijão ou queijo e goiabada, um não vive sem o outro. 
Há cerca de um mês começamos uma coluna nova no blog, Galera Entre letras. Pelo que vimos, vocês estão gostando. Que bom! Agora, a novidade: quinzenalmente, para revezar com as letras, teremos uma coluna que vai abordar um assunto que envolve algo que vocês adoram... capas, fontes, imagens e muito mais! A coluna Design et cetera será assinada pela super Rafaella Machado, que faz parte do nosso time e é apaixonada por ilustrações, estampas e mais um monte de coisas visualmente incríveis. Aguardem, pois o primeiro post, semana que vem, vai falar sobre capas adaptadas, originais e 100% Made in Brazil. Cada uma delas tem uma história bacana por trás, e queremos compartilhar isso com vocês. Fiquem de olho e até!

Beijos da Ana

12 de jun. de 2013

GALERA POP: ALÉM DA ESCURIDÃO – STAR TREK

O grande lema de Jornada nas Estrelas envolve audácia. Está lá no famoso texto: “audaciosamente indo. . .” Ao recriar o universo da série com Star Trek, em 2009, J.J. Abrams valeu-se da saída de mestre da “realidade alternativa” para poder fazer o que bem quisesse. Com isso, o planeta Vulcano explodiu, Spock tornou-se namorado de Uhura, Kirk perdeu o pai no espaço, a Enterprise tem outro capitão no comando etc. Abrams fez tudo isso com audácia, ao contrário de outros diretores e produtores que vinham requentando e aguando o caldo de Jornada nas Estrelas a tal ponto que a série chegou a ser considerada irrecuperável.

Isso posto, cabe aqui a pergunta: por que ele puxou o freio de mão em Além da Escuridão? Por que ignorou que podia fazer o que bem quisesse, como já argumentado? Depois de estabelecer os personagens com uma pegada nova e com atores que não fizeram feio, mesmo que à sombra de gigantes, por que J.J. Abrams não lhes deu uma aventura própria, não permitiu que audaciosamente fossem aonde nenhum filme de Star Trek jamais foi? Em vez disso, J.J. Abrams realizou um A Ira de Khan (pincelado com ideias de A Terra Desconhecida) para a geração pós-Guerra ao Terror. Essa tripulação nova merece soltar as amarras, merece uma trama nova que surpreenda não por subverter ideias antigas (“ah, tal coisa aconteceu com personagem X, agora é o Y que resolve”), mas por apresentar coisas novas, merece que honre o elenco de talentos reunidos. Chris Pine, Zachary Quinto e Karl Urban já nos convenceram como Kirk, Spock e McCoy; só precisam convencer J.J. Abrams que eles têm potencial para conduzir uma aventura realmente inédita.

Além da Escuridão é uma grande aventura espacial ao estilo de hoje, com reviravoltas explicadas aos berros e resolvidas na marra ou no grito, em que o barulho alto costuma abafar questionamentos sobre os furos da trama. Após desobedecer a Primeira Diretriz da Frota Estelar (que diz que não se deve interferir em sociedades primitivas, em resumo), o capitão Kirk perde o posto, o comando da Enterprise e a confiança de Spock, que o dedurou (de maneira “lógica”) para os superiores. Porém, quando um terrorista explode um prédio da Frota e mata quase todo o alto escalão presente em uma reunião, Kirk é designado para caçá-lo e exterminá-lo, novamente na cadeira de capitão da Enterprise. Em meio à caçada e ao mistério da identidade do criminoso, bate uma crise de consciência em Kirk (instigada por Spock): desde quando a Federação sanciona missões de vingança e autoriza execuções sem julgamento?

Neste autoquestionamento está o achado do filme, que justifica o título Além da Escuridão: o capitão Kirk tem que encarar o próprio lado sombrio, a irresponsabilidade, o revanchismo, para se tornar um comandante – e uma pessoa – melhor, sempre auxiliado por Spock (na série antiga, McCoy era mais atuante nesse cabo de guerra pela alma do personagem; aqui é o vulcano que praticamente dá todos os puxões). Tematicamente, Além da Escuridão é de fato um filme audacioso, que explora os personagens em meio à gritaria geral e ao frenesi das cenas de ação (algumas inspiradas, outras – especialmente uma troca de socos envolvendo Spock, agora alçado a action hero – longas demais e até desnecessárias). Só faltou o diretor e os roteiristas terem a coragem de embalar um tema audacioso com uma trama inédita.

Em tempo: J.J. Abrams entende a dicotomia Kirk/Spock (novamente, é uma pena que exclua o dr. McCoy da equação) quando faz um personagem aprender com o outro, quando faz Spock agir como Kirk em um momento de aperto, enquanto o capitão também cede à fria sensatez do vulcano em determinada situação. E para quem sabe ler nas entrelinhas, o diretor também brinca com o clima de bromance entre os dois, em cenas sutis como o ataque de ciuminho de Spock por Kirk ter uma nova oficial de ciências, ou quando Kirk e Uhura comentam como é difícil se relacionar com o vulcano. Vale dizer de novo: J.J. Abrams está com grande elenco na mão e bom domínio dos personagens. Deixe-os soltos que eles voam sozinhos. Não venha com resgate de baleias ou acordo de paz com os klingons em Star Trek III.


Mais informações no site oficial: http://www.startrekofilme.com.br/

10 de jun. de 2013

Curtinhas da Semana



NOVO TRAILER TOTAL WAR: ROME II
A Creative Assembly divulgou, nessa semana, um novo trailer do game Total War: Rome II. Confira aqui.










ENCONTRO ASSASSIN'S CREED
Essa semana rolou uma reunião de vários fãs de Assassin's Creed na geek.etc.br, da Livraria Cultura, em SP. O encontro reuniu mais de 70 fãs da série. Saiba como foi










NOVO TRAILER DE THE 100
A adaptação para a TV da nova série da Galera ,“The 100”, ganhou um novo trailer. Curtiu? Descubra.








O QUE REALMENTE ACONTECEU NO PERU
A Galera vai publicar As Crônicas de Bane! 
Corre no nosso site para saber mais.

Tons da Galera - Dia dos namorados

Dia dos Namorados chegando! Um dos maiores babados da semana envolveu um triângulo amoroso e uma lição aprendida: Nunca se meta com Naomi Campbell.

A inglesa encrenqueira, que agora apresenta o reality The Face, no qual tops são madrinhas de novas modelos, descobriu que justo sua pupila no programa, Luo Zilin, está saindo com seu ex-noivo (desde março deste ano, quando Luo já estava na vida de Naomi), o russo Vladimir Doronin. O burburinho é que Naomi anda ligando para todos que conhece no mundinho (o que não é pouca coisa) para boicotar a carreira da ex-protégé, que de cara já perdeu o contrato na agência, que alegou falta de “ética de trabalho”. Luo tem que agradecer por não ter tido um telefone atirado na sua cabeça, hábito recorrente de Naomi com aqueles que a provocam.
Mas para não estragar o clima de romance da semana, vamos falar dos casais da moda que deram certo?

1 - O mais hypado: Garance Doré e Scott Schumann

Ela, blogueira top, ele, fotógrafo e criador do blog Sartorialist. Dispensa apresentações. É apenas o casal mais prestigiado do mundo da moda na atualidade.

2 - O mais invejado: David Beckham e Victoria Beckham
Juntos desde 1997, o império dos dois só cresce, muito em parte devido às aventuras dos dois lindos no mundo da moda. David tem uma linha de underwear na H&M, que é sucesso desde seu lançamento. Victoria teve consagrada sua linha de roupas femininas e desfila na New York Fashion Week. Para completar, Romeo, um dos quatro filhos do casal, está arriscando como modelo e participou da campanha de primavera 2013 da Burberry. Nada mal…

3 - O mais à primeira vista: Richard Buckley e Tom Ford
Quando Tom Ford tinha 25 anos e ainda era um assistente de estilo foi buscar amostras no escritório da Women’s Wear Daily e topou no elevador com Richard Buckley, editor de moda da publicação naquela época. Foi amor à primeira vista e os dois estão juntos há mais de ¼ de século.

4 - O mais fofo: Ottavio Missoni e Rosita Missoni
Ottavio e Rosita Missoni se conheceram em 1948 nos jogos Olímpicos de Londres. Ele corria e desenhava os uniformes do time italiano, e ela era estudante. Depois de se casarem em 1953 abriram uma pequena lojinha de tricô chamada Missoni e o resto é história. A maison italiana adora fotografar campanhas com os fofos e com o restante da numerosa família.



5 - O mais excêntrico: Karl Lagerfeld e Choupette
Prestes a ter suas mais célebres e ácidas frases publicadas num livro (comentários como “Derrota. Você desistiu da vida, então saiu e comprou calças de moletom.”), Karl declarou recentemente que gostaria de se casar com sua gata, Choupette.
"Nunca pensei que me apaixonaria assim por uma gata", foi a última quote polêmica do alemão. Coisa para um segundo volume com suas pérolas de sabedoria não?



7 de jun. de 2013

Papos de Sexta : Livro bom, por Frini Georgakopoulos

Finalmente me acomodo. Ao meu redor, pessoas guardam volumes de todos os tamanhos, trocam de lugar e falam freneticamente ao celular antes de serem obrigadas — muito contra vontade — a terem que desligá—los. Mas meu foco é um : terminar as páginas que me esperam. 



Então, sem aguardar a frasepreparar para a partida”, abro o livro e...


— É bom? — ouço a pergunta do meu lado e solto umnão acredito” mentalmente.

Vagarosamente, marco a página com o dedo e olho para a pessoa sentada à janela, ao meu lado: um jovem executivo com sotaque diferente do meu. Pensei em responder um singelosim” e rezar para ele entender a mensagem, mas ao olhar para o item em suas mãos, mudo de ideia e solto um sorriso zombeteiro, de quem quer instigar um debate.

— Defina “bom” —, respondo e o executivo abre um sorriso. Em segundos, o item que segurava é mostrado para mim com louvor, como se fosse um filho querido: um livro gigantesco que integra uma saga.

— Pra mim, esse é bom ele responde, querendo comparar a leitura.

— Pra você — afirmo e volto para o meu livro, olhando-o de rabo de olho. Vejo que seus olhos claros estão confusos por trás dos óculos de armação fina.

Não entendi  — ele responde  — Você não acha esse livro bom?

Volto-me para ele novamente, cruzando as mãos sobre o meu livro.

— Acho que você acha que sim. Mas o que é bom pra você pode não ser para mim — digo e ao ver o ponto de interrogação quase que tatuado na testa do homem, resolvo ajudá-lo a desvendar o mistério.

Por exemplo, sei que você gosta do livro que está lendo por ele ser repleto de batalhas ricamente descritas, personagens incríveis e muita, mas muita ação e sangue  — falo de supetão e vejo suas sobrancelhas subirem em espanto e afirmação.

— Sei disso porque homens são visuais e se a história for boa, prender a atenção e for descritiva o suficiente, é mais provável que vocês gostem —, e mais uma vez, ele faz que sim com a cabeça — E, claro, ele é muito bem escrito. Mas isso não é regra — continuo — por exemplo, mulheres são mais sensitivas e gostam de saber os sentimentos, o que os personagens estão vivenciando e pensando. Isso para nós é mais importante do que a descrição de locais e ações. Mas eu não gosto quando fica “mulherzinha” demais, como acredito que existam homens que também não aguentam descrições em excesso.

— Interessante. — Ele finalmente encontra sua voz para responder. — Mas então o que faz um livro ser bom?

Nossa, eu adoro esse. leram? — responde uma adolescente que estava ouvindo a conversa do assento ao lado do nosso, do outro lado do corredor. Ela vira a capa pra mim, e eu reprimo uma vontade de revirar os olhos: se para mim o que ele lia era bom, o que ela estava lendo era uma perda de tempo. Pra mim.

Minha namorada está lendo o segundo e eu... bom eu estou gostando que ela está lendo — responde o jovem executivo, com um olhar safado adorável. A adolescente solta uma risada gostosa, e eu rio junto.

Nossa, você está gostando desse livro? Eu tentei começar a ler, mas morro de medo dessas coisas — diz a aeromoça ao passar por nós e apontar para o livro em minhas mãos.

Para você, o que é um livro bom? — pergunto a ela.

O avião começa a taxiar e a tripulante precisa ocupar o seu lugar. Mas ela para perto de nós, pensa por uns dois segundos, fixa seus olhos castanhos e maquiados nos meus e responde com um sorriso no rosto:

— Pra mim, um livro bom precisa me fazer viajar sem sair do lugar — responde ela, e toma seu assento.

Enquanto o avião pega velocidade para decolar, não abrimos nossos respectivos livros para ler, nem falamos. Refletimos sobre as poucas palavras trocadas e, de rabo de olho, noto os sorrisos tímidos querendo aparecer nos lábios de meus companheiros leitores. Esse sorriso é exatamente igual ao meu.

 Assim que o avião nivela e os letreiros de atar cintos se apagam, a adolescente se vira para nós para continuar o papo, mas, sem aviso, na poltrona da minha frente, um garotinho aparece.

Oi. Você tá lendo o quê? — pergunta, sem rodeios. Eu, a menina e o rapaz mostramos as capas dos nossos livros para ele, que passa seus olhinhos pretos por cada um e desaparece de novoEm segundos, ele retorna com um livro enorme de capa amarela e que traz um dinossauro estampado — Tô lendo esse.

Nossa, que legal. E é bom?  — pergunto, e ele faz que sim com a cabeça  — Por que você gosta dele?

Porque os animais falam. Gosto quando eles falam. Queria que falassem de verdade — responde ele, e volta a sentar do lado da mãe, que o ajuda na leitura e está se divertindo com a conversa e a interação do filhote.

 —Eu li um livro em que animais falavam. MEGA chato. — A adolescente fala baixinho pra gente, e eu sabia que livro era esse. Envolvia uma bruxa e um guarda-roupa, e eu também não era muito .

Mas e pra você. O que faz um livro ser bom? — Ela pergunta pra mim, e me sinto fuzilada pelos olhares dela e do executivo, que estava com seu tijolo aberto na página que parou.

— Pra mim — respondi  — um bom livro é o que me faz pensar, sonhar e querer agir, tudo entre a primeira e a última página.

Precisa me fazer suspirar e querer cada vez maiscompleta a menina.

Precisa me distrair e ser muito bem escrito. — O jovem executivo responde.

E pra você?