31 de jan. de 2014

Papos de sexta: Quando o Bullying é Virtual

Minha mãe sempre fala que nesses tempos de internet nos exibimos demais, que todo mundo sabe aonde fomos, aonde iremos, o que vestimos, o que compramos , com quem estamos... Basta uma foto, e estamos lá marcadas no Instagram, curtindo um status ou check in no foursquare. Um twitter público pode ser lido por tantas pessoas que nem imaginamos, e a cada retweet, a chance de alguém ver algo que você escreveu é ainda maior. Claro que isso é bacana quando queremos divulgar algo, mas quantas vezes já não postei uma coisa e me arrependi? Já deletei fotos de amigos que, depois de um tempo, percebi que não tinha mais nada a ver com a minha vida.

Mas nos acostumamos a viver assim. Não leio um livro sem postar no instagram — que, lógico, é devidamente sincronizado com Facebook e Twitter. Não vou mais ao cinema sem tirar foto do ingresso e colocar hashtags por todos os lados incluindo nome dos atores do filme e do cinema em que estou. E, como eu, você que está lendo essa coluna pode fazer o mesmo e nem se tocar que eu posso saber mais sobre a sua vida do que aquela sua tia idosa que não acessa a internet.

Só que vale pensar até onde vão as barreiras da exposição? Até onde é bacana mostrar o que você fez, o que comeu... E como saber se estamos exagerando na dose? Essa semana me questionei sobre isso porque amo escrever em blogs, adoro fazer amizades virtuais e dou muito valor às meninas que conheci através da paixão por livros; no Facebook, quase sempre aceito os convites de amizade de pessoas que acompanham os blogs para os quais escrevo e nunca vi problema nenhum em ter cada vez mais amigos, virtuais ou não.

Acontece que a gente se prepara para as curtidas, para os retweets, para os comentários positivos, mas é muito complicado quando uma pessoa te ataca gratuitamente. Como é isso? Eu explico, não é raro alguém entrar covardemente, como anônimo, e fala mal do post. Mas o pior é quando fala mal de mim como se me conhecesse, querendo me atingir. Muitas amigas disseram para eu esquecer, para não dar atenção, mas quando vi que acontecia com mais blogueiros, e eles também estavam se chateando com isso, resolvi me abrir. Gostaria de mostrar que todos nós já passamos ou podemos passar por situações como essas, e, como tudo na vida, há coisas que nos atingem mais, e outras, menos.

Nesse caso, eu me aborreci um bocado. O tal anônimo, além de criticar o texto, dizia que eu era uma pessoa sem talento (entre outras coisas que não divulgarei aqui, pois não cabe a mim usar palavras chulas). O que não entendo é o que leva as pessoas a fazerem isso. Críticas são sempre bem-vindas, você pode — e deve — dar mil e um argumentos se um blogueiro fala mal de um livro que você ama; mas nosso direito termina quando o do outro começa. Toda discussão literária é bem-vinda desde que seja construtiva, e não depreciativa.

Por isso gostaria de lembrar a vocês que mãe está sempre certa! Portanto, cheguei à conclusão de que também acho que me exponho demais, mas amo esse mundo digital e literário. Gosto desse contato, e não é porque alguns sem graça acham bacana diminuírem o que fazemos que devemos pensar em desistir. Isso vale para mim e, claro, para vocês ;) 

27 de jan. de 2014

Tons da Galera: E o Melhor Vestido vai para...

Comecinho de ano sempre significa uma coisa para as aficionadas por red carpet e vestidos que são puro luxo (quase sempre): está aberta a temporada de premiações do cinema e da TV!

A preparação por parte dos stylists para as tão caóticas semanas começa muito antes, quando eles vão aos desfiles das semanas de moda (a de Paris está rolando agora) para logo depois  correr para os bastidores de cada desfile e puxar muito saco para conseguir com os estilistas as opções mais incríveis e que tenham mais a ver com seus clientes. Depois é insistir por telefone o envio das mesmas com o marketing da marca (quando muitas vezes descobrem que outro stylist já fisgou A peça desejo),  enfrentar o transporte das peças (muitas vezes através de meio mundo e com todos os percalços que transportes aéreos envolvem), provas de roupa com a cliente (cruzando os dedos para que ela goste de algum e não mude de ideia em cima da hora... o que é certo de acontecer), ajustes no bendito vestido, que a essa altura já inspira mais ódio que amor no stylist, e a correria para arranjar os sapatos, joias e acessórios perfeitos, e finalmente, no dia do evento, é hora de ajudar a celebridade a se arrumar (e, quando se tem mais de uma cliente comparecendo, o que também sempre é o caso, se multiplicar para atender a todas ou mandar seus melhores assistentes), o que pode (vai) trazer inúmeros imprevistos (sempre). 

Para as celebs, são semanas passando fome para no dia as bonitas muitas vezes já estarem se maquiando às dez da manhã e assim permanecerem imóveis praticamente sem comer nem beber (só de canudinho por causa do batom!) até a hora do evento, quando vão recebendo os ajustes finais no carro a caminho da premiação, como Heidi Klum, aqui embaixo.


Esse ano o Globo de Ouro já deu o que falar em matéria de acertos e erros fashion, e entre eles não poderia faltar a onipresente Jennifer Lawrence que, minutos depois de aparecer com o Dior branco de detalhes pretos, já era tema de memes e imitações em todas as redes sociais. Anônimos (e quem ainda é nos dias de hoje?) posaram vestindo lençóis amarrados com silver tape ou tiras pretas, e reproduziram em tempo recorde versões petite para seus gatos e cachorros. As comparações com a roupa improvisada da Pequena Sereia Ariel e até bolo de casamento eram inevitáveis.


A stylist de Jennifer, diga-se de passagem, é a talentosíssima e toda poderosa Rachel Zoe, o que nos faz pensar que esse erro fashion não foi exatamente impensado. Afinal, quem fica para a história são as muito bem vestidas ou desastres clássicos como os de Kim Basinger e Cher, na foto abaixo (ah, os anos 80...), então quem sabe com JLaw esse ano, Zoe não tenha conseguido nada que fizesse jus à fama da moça e tenha resolvido então optar pela polêmica? Se o objetivo era burburinho, ponto para a dupla. Mal podemos esperar por mais pérolas como essas, e pela reação da internet, que tornou tudo ainda mais divertido!


23 de jan. de 2014

Galera entre letras: O amor acima de tudo

Na coluna passada, eu falei um pouco sobre “Frozen”, o filme da Disney que foi inspirado no conto “A Rainha da Neve”, de Hans Christian Andersen, e prometi que hoje falaria mais da história que o inspirou.

Quem já leu os contos de fada de Hans Christian Andersen sabe muito bem que nem sempre eles têm finais felizes (ou, como eu gosto de dizer, “abertamente felizes”) e “A Rainha da Neve” não é uma exceção à regra.

O conto narra a história de dois amigos que são criados juntos feito irmãos: Kay e Gerda. A estrutura do conto é complexa; na verdade, são sete micro-histórias que narram os fatos que envolvem o rapto de Kay pela Rainha da Neve. E, a exemplo do filme da Disney, não é uma história apenas para crianças.

O fato de não ser uma história alegre (já repararam que praticamente nenhum conto de fadas é pura e simplesmente alegre, e que é cheio de metáforas que precisam, muitas vezes, ser explicadas aos pequenos?!) reforça essa ideia, justamente porque a função original desses contos (tanto os do Andersen quanto os dos Irmãos Grimm) é a de alertar e ensinar sobre certos fatos da vida. Os contos de fadas seriam, entre outras coisas, “lições” para que quem ouvisse soubesse, por exemplo, diferenciar o certo do errado e não historinhas apenas para entreter.

Quem leu “A Pequena Sereia”, do próprio Andersen, sabe muito bem que a história está longe de ter um “final feliz”, ao contrário do filme da Disney que também foi inspirado nele. Pois é, não é a primeira vez que a Disney adapta um conto do Andersen, embora com “Frozen” seja a primeira vez, na minha opinião que o filme foge do padrão tradicional do “felizes para sempre”. Ok, tudo termina bem no fim das contas, mas não temos um príncipe salvando uma (futura) princesa das garras do Mal. Aliás, para começo de conversa, das protagonistas de “Frozen”, é Anna a princesa que salva a rainha Elsa!

Bom, como eu estava dizendo, o conto “A Rainha da Neve” apresenta a história de Kay e Gerda. Kay é levado para bem longe no trenó da Rainha da Neve (o menino é atingido por uma lasca de um espelho que distorce a visão das pessoas e faz com que ele queira se afastar de Gerda para passar mais tempo na rua, aprontando com os outros meninos).

Se, de início, Gerda não tem esperança de rever Kay, aconselhada pela luz do sol e por pardais falantes, a menina parte atrás do melhor amigo. Nesse ponto, a jornada de Anna em busca da irmã Elsa e o fato de que, no fundo do coração, ela nunca desiste de trazer a irmã de volta à cidade lembra muito a jornada de Gerda na tentativa de salvar Kay. Gerda passa por uma série de lugares e enfrenta o frio do Norte da Europa, sem nunca desistir. 

E o fato de mesmo na adversidade, a pequena Gerda não se entregar lembra também a postura do próprio Hans Christian Andersen que, apesar da infância muito pobre, teve a oportunidade de estudar e se tornar um escritor famoso.

  
A temática do “amor acima de tudo”, que é, de certa forma, o que faz Gerda insistir na sua busca pelo amigo também inspirou belas ilustrações para o conto e algumas das minhas favoritas foram feitas por Katherine Beverley e Elizabeth Ellender, nos anos de 1920.


Boas leituras e até a próxima coluna!


Minibio:

Ana Resende trabalha como preparadora de originais e tradutora, e é colaboradora da Galera Record, entre outras editoras. Workaholic assumida, sua leitura favorita ainda são os contos de fadas.



Facebook: hoelterlein

17 de jan. de 2014

Papos de sexta: Dicas para quem quer falar de livros na internet

Ah, internet, sua linda! Na minha opinião, ela é a grande responsável por disseminar o gosto pela leitura entre os jovens. Afinal, esse é quase o nosso habitat natural, não? Hahaha. Eu sempre dou crédito à internet por esse boom da literatura, não cheguei a ler nenhum estudo e nem sei se tem alguma estatística, isso é só um pensamento meu e que muitas pessoas também têm.

Há cada vez mais pessoas interessadas no assunto e também com vontade de compartilhar suas experiências. Sabe aquela coisa de não ter com quem falar sobre isso na “vida real”? Então, para a maioria das pessoas que criou um espaço na internet para discutir sobre livros, esse era o motivo real, inclusive o meu.

Diariamente eu recebo perguntas de como a pessoa também poderia ter o seu cantinho para falar de livros. Por isso o meu texto do Papos de Sexta deste mês vai ser mais didático, hahaha.

Lembrando que a internet é um mar de criativos, a qualquer momento pode ser criada uma forma melhor de fazer isso, ok? Vou citar apenas as formas mais comuns e mais “fáceis”.

BLOGS
É uma das formas mais antigas para quem tem o interesse de compartilhar algum assunto. Os blogs nasceram há MUITOS anos e estão aí até hoje. Você pode criar o seu blog em ferramentas gratuitas como Blogspot ou Tumblr, ou então comprar a hospedagem e domínio e utilizar a plataforma Wordpress. Mas sinceramente? Recomendo que quem estiver começando não gaste dinheiro com isso, você apenas quer compartilhar sua opinião, invista nos seus livros e não no seu blog por enquanto. Se você ver que quer realmente, aí já pode pensar J

VLOGS
Os canais do youtube estão em alta para qualquer tipo de assunto. Eu, particularmente, curto bem mais fazer vídeos ultimamente, só não faço por questão de estrutura e tempo, mas é uma delícia gravar vídeos, editar e postar. O mais legal é que não dá tanto trabalho para criar o espaço, você vai gastar mais tempo é criando conteúdo mesmo. Mas ó, recomendo viu? Eu tinha muita vergonha de gravar vídeo, mas hoje nem ligo (desde que eu esteja sozinha, é claro) e isso estimulou ainda mais a minha forma de me expressar.

SKOOB OU GOODREADS
Se você não é muito a fim de criar um espaço, não tem muito tempo para mantê-lo e tudo mais, eu recomendo que você faça uma conta em redes sociais direcionadas para leitores. O Skoob é um site brasileiro, enquanto o Goodreads é gringo. Eu uso os dois hoje em dia.
Nesses sites você pode tanto criar um perfil, montar sua estante, adicionar amigos e, é claro, participar de grupos específicos sobre assuntos que você curte em livros.

Enfim... a internet está aí e é um lugar maravilhoso para pesquisar e conhecer coisas novas. Você não tem mais o limite geográfico para dar a desculpa que não tem com quem falar sobre livros J

Eu sei que o assunto pode estar meio batido para algumas pessoas que já estão envolvidas nesse meio todo, mas aposto que tem muitas pessoas mais novas que acabaram de conhecer esse mundo. Então, sejam bem-vindos e boas leituras!

PS: Infelizmente este é o meu último texto aqui no blog da Galera Record. Gostaria de deixar um muito obrigada a todos que me acompanharam até aqui e não deixem de continuar lendo as meninas, ok? Beeeijo!

16 de jan. de 2014

Design et cetera: Ano novo, capas novas

Oi gente, tudo bem? Como vocês podem imaginar, 2014 chegou cheio de capas novas aqui na Galera. E com as logos novas, é só lindeza, não é mesmo?

A primeira que quero mostrar para vocês é a do livro da Lauren Kate, A traição de Natalie Hargrove. Trata-se do primeiríssimo romance escrito pela autora. O livro conta a história da bela e cruel Natalie, cuja obsessão em ser Rainha do Baile a leva a cometer um crime hediondo. Perturbada com o que foi capaz de fazer, nossa personagem agora precisa esconder as provas, com a ajuda de seu fiel namorado.

Então, agora que vocês conhecem a história, deem uma olhada na capa original:


Antes que vocês me perguntem, não, o rapaz NÃO foi decapitado. Mas olhando para a capa gringa, fica sempre essa  dúvida, não é mesmo?

Quando fomos fazer a nossa versão dessa capa, mantivemos duas coisas em mente:
1) Não decapitar nenhum personagem
2) Conseguir fazer um projeto gráfico que lembre as outras capas da autora SEM dar a entender que a história é sobrenatural.

Abaixo, a nossa versão:


Linda, poética e trabalhada no drama, vocês concordam? Hehehe

Agora, para a segunda capa do dia, temos o livro Desejo, da Alessandra Bullen. O livro conta a história de Olivia, que anda inconsolável desde que sua irmã gêmea morreu. Até o dia em que ela encontra um vestido muito especial, capaz de realizar desejos. Através desse incrível vestido, Olivia finalmente consegue estar com Violet novamente. Incrível, né? De todos os milagres que um vestido pode fazer por alguém, esse certamente é inesperado :)

Bom, antes de mais nada, essa é a capa original:


Confesso que acho a capa original bonitinha, mesmo sendo um pouco clichê essa coisa da irmã morta desaparecendo nas estrelas, mas resolvemos mudar um pouco a proposta e fizemos esse layout aqui, ó:


E ai, o que acharam?

Por último, para encerrar, a nossa adaptação da capa do hit The 100, livro sci-fi irado que agora virou série na MTV. Por motivos óbvios, compramos essa arte do proprietário original.


A nossa versão é quaaaaase igual, mas fica bem mais linda com a logo da Galera, né?


15 de jan. de 2014

Do cinema para a TV

Antes de mais nada: FELIZ ANO NOVO! Ok, o ano já está quase acabando, mas, como essa é a primeira vez que falo com vocês esse ano, estou perdoada, certo?
Boa sorte para cumprirem as resoluções e muitos episódios legais para gente assistir. E se não for pedir demais, cancelem algumas séries porque está difícil acompanhar tudo...

Há um tempo venho observando um padrão nas séries, até já tinha pensado em escrever sobre isso, mas foi uma nota divulgada ontem (e outra semana passada) que me deu o impulso. Tem muito filme migrando para a TV!! O que costumava acontecer antes era uma série virar filme depois de ser encerrada. Todo mundo curtia e se despedia com chave de ouro da atração. Mas desde Hannibal comecei a prestar atenção nessa tendência nova, pelo que parece as coisas se inverteram e o que tem de filmes virando seriado não tem fim!


Gotham

Começando pelas notas que eu citei ali: Batman vai virar seriado! Sim, sim, o homem morcego já apareceu na tv antes, em mais de uma versão. Mas o sucesso louco mesmo é das telonas, sei lá quantas versões – e com uma nova vindo por aí – não foram suficientes. 

Gotham vai ser uma espécie de “Smallville” (achei cara de pau esse nome, mas fazer o que?!) e mostrar a história do Bruce desde os 12 anos até o momento que ele vira o Batman. Para quem é fã, é uma ótima pedida. Eu não vejo muita graça porque não curto, mas quero ver o que vai ser isso.

Rosemary’s Baby


A outra nota que eu disse anteriormente é sobre essa minissérie. O Bebê de Rosemary, um dos clássicos do cinema de terror, também vai ganhar versão para tv. Seria complicado fazer uma série, mas como esses roteiristas inventam até demais, impossível não era. Por sorte, não pretendem distorcer tanto o filme do Roman Polanski e vão ser só dois episódios mesmo. Mal posso esperar sou #fanzoca do filme. Até já escolheram a atriz que vai interpretar a Rosemary, a Zoe Saldana.

Um Drink Do Inferno (From Dusk Till Dawn)

Agora senta que essa notícia é babado: Um Drink no Inferno estreia em março! A notícia sobre a produção da série, baseada no filme do Tarantino e Robert Rodriguez, não é das mais novas. Mas aí o programa já estar para estrear me surpreendeu!

Outra novidade legal é que a série vai ser lançada em uma nova emissora a cabo, a El Rey (do próprio Robert Rodriguez). Acho chique e espero que o canal novo traga várias coisas interessantes para nós. E se possível, que From Dusk Till Dawn seja uma das novidades imperdíveis.
Já até saiu o trailer.

Sleepy Hollow, Hannibal e Bates Motel

Nenhuma novidade por aqui, só para ilustrar mesmo como essa moda de “série do filme” está com tudo. Outra que ganhou versão para tv ano passado foi Sleepy Hollow (ou A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça). Muita gente conhece a história através do filme de 1999, com Johnny Depp e Cristina Ricci. Aparentemente não foi o bastante, desde setembro a FOX tem apresentado Tom Mison como Ichabod Crane. E o show é um sucesso, um mês após a estreia, a série já teve confirmada a segunda temporada (que eu preciso assistir o quanto antes).

Hannibal e Bates Motel são minhas queridinhas, e já fiz post aqui e aqui.
E você? O que acha dessa “tendência” de filmes virando séries? Curte?

xoxo

Nanda

13 de jan. de 2014

Tons da Galera: O vestido de 40 anos

O bafafá do fim de semana no mundo da moda definitivamente foi Journey of a Dress, a exposição homenagem aos 40 anos do famoso wrap dress (por aqui também chamado de vestido envelope), de Diane Von Furstenberg, uma das mulheres mais amadas e respeitadas do mundinho fashion. 


O vestido, símbolo da liberação feminina nos anos 70, foi inspirado pelo divórcio da estilista, que explica: “Geralmente o conto de fadas termina com a heroína se casando com o príncipe. Mas o meu começou assim que o casamento terminou”. Agora a gente explica: após seu divórcio do príncipe Von Furstenberg, no início dos anos 1970, Diane resolveu, em vez de viver de pensão, sobreviver sozinha, e daí inventou o wrap dress.


Habituée do Studio 54, Diane revolucionou a modelagem dos vestidos ao criar a peça, geralmente estampada e de jersey, tão confortável e elegante. Para Diane, uma mulher à frente do seu tempo, a criação representa liberdade, poder e confiança.

Nomes pouca coisa (só que não) como Gwyneth Paltrow, Demi Moore, Uma Thurman, Anna Wintour e Rachel Zoe fizeram questão de prestigiar a estilista tão conhecida pelo seu jeito ‘joie de vivre’.
Madonna e Michelle Obama também são fãs. Cybil Shephard usou em Taxi Driver e Amy Adams também, no prestes a ser lançado, American Hustle. Andy Warhol fotografou.


O wrap dress pode não ser o pretinho básico, mas é item obrigatório do armário de toda mulher, com poder de deixar qualquer tipo de corpo sexy e classudo. Assim como sua inventora.

A exposição vai até abril em Los Angeles.

9 de jan. de 2014

Galera Pop: Ajuste de contas


No distante 1976, Rocky – Um Lutador e Touro Indomável se enfrentaram nas telas: dois dramas centrados na vida de pugilistas, o fictício Rocky Balboa (Sylvester Stallone) e o biografado Jake LaMotta (Robert De Niro). Inspirado nessas icônicas interpretações, e no envelhecimento dos astros (De Niro está com 70 anos; Stallone, com 67), a comédia Ajuste de Contas coloca os dois atores no ringue em uma comédia que, apesar de parecer oportunista por beber na memória de grandes filmes, na verdade é uma carinhosa homenagem aos seus inspiradores. Faz rir muito e emociona, apelando para a nostalgia e carisma da dupla.

Stallone é Henry “Razor” Sharp, que participou de duas grandes lutas nos anos 80 contra Billy “The Kid” McDonnen (De Niro). Cada um teve uma vitória, mas, às vésperas da “negra”, Sharp surpreendeu o mundo e decidiu se aposentar do boxe, deixando o oponente a ver navios, sem ter a chance de resolver o empate. A animosidade entre a dupla só cresceu durante 30 anos, até que um produtor picareta (Kevin Hart) resolve promover a luta adiada há tanto tempo; só que agora Sharp e McDonnen são apenas dois geriátricos ex-lutadores, com os problemas de saúde típicos da terceira idade. No bolo, entram o ex-treinador de Sharp (Alan Arkin, fazendo o mesmo papel de velho inconveniente e rabugento de Pequena Miss Sunshine outra vez) e uma deslumbrante Kim Bassinger, com 60 anos e ainda capaz dar inveja à meia Hollywood.

As piadas são todas calcadas na turra entre os dois velhinhos e no absurdo de colocá-los para lutar boxe; Stallone e De Niro estão claramente se divertindo e bebendo na fonte da própria nostalgia. Há um drameco familiar (longo e previsível) que dá estofo narrativo até que a grande revanche em si ocorra, mas é uma trama inofensiva e atuada dentro dos limites de interpretação de Stallone e da autoparódia que De Niro se tornou há anos. Quem brilha mesmo é o par improvável formado por Kevin Hart e Alan Arkin, que trocam farpas politicamente incorretas e parecem mais cheios de vida do que os próprios protagonistas. Dá vontade de que eles tivessem um filme próprio. Quando soa o gongo de Ajuste de Contas, quem vence são as boas risadas dadas com velhos amigos de tantos anos de cinema, que agora se permitem rir da idade a que chegaram.

O trailer e outras informações estão no site da distribuidora

Galera entre letras: Fogo e Gelo

Não é novidade pra ninguém que eu adoro contos de fadas e, quando eu soube que a Disney ia produzir um longa-metragem inspirado no conto “A Rainha da Neve”, de Hans Christian Andersen, fiquei bastante empolgada. E pra falar a verdade, em se tratando de Disney, eu esperava mais uma versão de conto de fadas com uma história de amor, num roteiro previsível e bem tradicional.

Mas eu estava totalmente enganada! A minha surpresa foi tão grande que resolvi fazer alguns comentários sobre o filme (sem spoilers, juro!) e sobre o conto de Andersen que lhe deu origem, nos dois artigos do mês de janeiro.

Pra começo de conversa, “Frozen” não é propriamente um filme infantil. Embora haja personagens voltados para os pequenos, como é o caso de Sven, a rena, do boneco de neve, Olaf, e dos trolls, o filme trata de temas difíceis como a morte, os valores sociais e a liberdade de escolha.

Visualmente, é um espetáculo. A história de Andersen se passa na Escandinávia, bem no norte da Europa, e a Noruega foi o local que inspirou os cenários da animação. As cores estão superpresentes nas roupas dos personagens e se refletem lindamente em todo aquele gelo e neve. A riqueza de detalhes é tanta que é possível ver as sardas nos ombros da princesa Anna e o esfumado da maquiagem dos olhos da rainha Elsa.

E o modo como a personalidade das duas irmãs, Anna e Elsa, é caracterizada é impressionante: na composição da espevitada Anna, são usadas cores quentes nos cabelos e na pele (a princesa é ruiva e sardenta, e seu tom de pele tem um fundo bege), e nas roupas também, enquanto que Elsa, a irmã mais velha, tem cabelos louros quase brancos e sua pele é bem pálida e azulada. Aqui tem uma entrevista interessante com o casal de diretores, em que eles explicam um pouco sobre a composição das protagonistas e mencionam que, ao criá-las, pensaram em personalidades opostas, como fogo e gelo.

E há várias curiosidades no filme também. Não sei se foi proposital, mas a história de um dos personagens, Kristoff, remete à história de vida do autor do conto que inspirou o longa-metragem, Hans Christian Andersen. De infância muito pobre, Hans Andersen fez de tudo um pouco para sobreviver, até ser adotado por uma família rica da Dinamarca e ter a oportunidade de estudar e se tornar escritor.

O roteiro é muito bem amarrado e, desde o início, as múltiplas acepções da palavra “frozen”, que dá título ao filme, são mencionadas (em inglês, “frozen” tanto significa “congelado”, como “imobilizado, paralisado [por susto ou surpresa]”).


O curioso é que a tradicional oposição bem e mal dos filmes da Disney (pensem, por exemplo, num clássico como “O Rei Leão”... alguém tinha alguma dúvida de que Scar era o vilão? A voz, os trejeitos, a cicatriz deixavam bem claro quais eram suas motivações ali) desta vez não é tão evidente assim. Em “Frozen”, o vilão (ou vilões), embora esteja presente, não se destaca por sua aparência física. E, no fim das contas, a impressão que se tem é que todos os personagens têm traços bons e maus, e mesmo as protagonistas têm aspectos negativos, e suas ações resultam em coisas ruins.

Por isso, a princesa Anna e a rainha Elsa são uma dupla incrível. A escalação das atrizes tanto no original quanto na versão dublada (infelizmente, a Disney Brasil distribuiu apenas cópias dubladas no Rio de Janeiro) foi muito feliz e foi muito bem utilizada nos duetos. À alegria contagiante da princesa Anna opõe-se a contenção da rainha Elsa. A pequena Elsa é obrigada pelos pais a ocultar seu poder e a viver isolada, presa dentro de um quarto. O medo de se mostrar tal como é e de não ser aceita perdura até sua maioridade.

Os números musicais das duas também foram muito bem usados como recurso narrativo (o dueto logo no início mostra a passagem do tempo, da infância à juventude, das personagens). E um dos mais belos números musicais em animações da Disney é “Let it go” (em português, “Livre estou”), da rainha Elsa.

É muito bom ver as mocinhas tomando as rédeas da própria vida na animação da Disney. Cada uma à sua maneira, Anna e Elsa lutam para manter sua individualidade. E se há uma crítica aos casamentos fáceis, de contos de fadas (o que resulta num diálogo delicioso entra a princesa Anna e Kristoff), Anna sonha em encontrar o príncipe encantado e viver um grande e instantâneo amor (e, ok, ela pode viver isso, se for pra sua felicidade).

Por outro lado, Elsa sonha em ser livre e vai realizar este sonho sem ajuda de um príncipe, mas descobrindo o amor dentro de si: um amor sem objeto específico. Porque nem sempre os contos de fadas terminam com a princesa sendo feliz para sempre com seu príncipe encantado.


Minibio:

Ana Resende trabalha como preparadora de originais e tradutora, e é colaboradora da Galera Record, entre outras editoras. Workaholic assumida, sua leitura favorita ainda são os contos de fadas.

Facebook: hoelterlein

6 de jan. de 2014

Papos de sexta: Livros ou filmes?

Quando termina o ano a gente faz retrospectiva, e me parei contando - sim, eu sempre anoto! - quantos filmes e livros eu havia visto e lido em 2013. Para meu espanto foi o ano que mais li livros em toda a minha vida: 144! E filmes foram 165! Parei para pensar que quando me perguntarem de novo se tenho algum vício - e sempre me vem na cabeça se bebo ou fumo e respondo não! - agora vou ter que falar sim! Olhei no instagram e estavam lá, não tinha um único dia sem livro lido, uma semana inteira sem um filme visto, isso porque quando não os via dia de semana fazia maratona no cinema e em casa para colocar em dia esse vício.

Ok, sabemos que é um vício saudável, mas confesso que me espantei. Uma amiga minha disse que achava até pouco porque da timeline dela de todas as redes sociais só dava eu em fotos de ingressos e capas de filmes e livros.

Tive a quem puxar, meu pai desde sempre me colocou para ver filmes. Disse colocou porque meu pai é uma enciclopédia na área, daqueles que sabe tudo desde o ano em que o filme foi feito, ano em que o ator nasceu, que filmes o elenco inteiro atuou ou dirigiu... fui rodeada de filmes em casa e indo com ele todo final de semana no cinema que foi feita minha infância.

Mas e os livros? Meu pai gosta de ler, mas não ama quanto eu, minha mãe também é daquelas que lê 10 livros por ano. Gente, eu leio isso por mês. Na verdade, pelo que vi no ano que passou, a média foi 12! Nisso também puxei meu pai, ele sempre faz estatísticas de tudo e eu amo ficar contando as coisas - apesar de sempre ter fugido da matemática na escola e na universidade!

Aí ao comentar sobre os que mais gostei durante o ano passado uma pessoa que trabalha comigo me fez a difícil pergunta: que foi o que deu ideia a essa coluna. Ela me perguntou se tivesse que escolher entre um mundo sem filmes ou sem livros qual eu optaria?

Credo, que mundo triste. Pensei em responder livros, porque esse lance de eletricidade sempre me deixa com medo, vai que acaba a luz, vou ficar sem nenhum dos dois! Mas depois pensei o como seria chato viver sem filmes, por mais que a gente quando leia o livro imagine algum ator no papel principal é difícil não vê-lo mais como o ator que realmente o fez na telona.

Sabem o que respondi? Que nem quero imaginar, prefiro o Armageddon, que um tsunami me leve, não consigo viver assim não, preciso dos dois na minha vida. E de verdade? Um completa o outro! Como amo livros que viram filmes!

E você, do que gosta mais? Eu não soube escolher!