30 de mar. de 2012

Papos de Sexta – As meninas soltam o verbo

Toda sexta-feira, o blog da Galera Record conta com um texto de suas quatro colunistas – Frini Georgakopoulos, Pâmela Gonçalves, Raffaela Fustagno e Viviane Maurey. Quando o mês têm cinco semanas, apresentamos o texto de uma blogueira convidada, que sempre dá um show. Mas decidimos variar em março. Nossas quatro colunistas têm personalidades bem diferentes, mas o mesmo amor pelos livros. Então, para conhecê-las melhor, as meninas se entrevistaram e o resultado você lê agora. 


Desde criança você já tinha o desejo de se tornar o que é hoje? Se não, quais foram as profissões que passaram pela sua cabeça?

Raffa: Não, eu sonhava ser jornalista, tanto que me formei nisso e nem sabia que a área de Relações Internacionais existia. Ainda tenho um carinho grande pelo Jornalismo mas RI é minha grande paixão e amo no que trabalho. 

Frini: Sempre quis ser atriz. Na época de escolher a faculdade, fiz Jornalismo de manhã e Artes Cênicas à noite, porque minha família insistiu que, se eu fosse fazer teatro, precisava de um plano B. O plano B se tornou meu plano A, porque, sinceramente, não tive paciência para correr atrás de testes. E com Jornalismo, a vida fluiu. Não sabia que tinha cabeça de jornalista até estar no meio da matéria e raciocinar em pautas. É orgânico pra mim e isso foi uma surpresa. Trabalho em comunicação empresarial hoje, mas estou sempre pensando em alguma entrevista. Minha cabeça não desliga! Reclamo de ter sempre muita coisa para escrever, mas, na verdade, quando não tenho, descanso uns dois dias e começo a catar mais coisa de novo. É vício!

Vivi: Mais ou menos. Eu queria ser cantora... já pensei em outras profissões também, principalmente cinema, mas nunca levei tão a sério como eu levava a paixão por cantar. Eu era muito nova ainda quando decidi que queria escrever livros... mas só agora tive a oportunidade de me dedicar.

Pam: Nossa, eu cresci mudando de profissão. Já quis ser professora, bióloga, jornalista, designer, analista de sistemas, atriz... e hoje, faço faculdade de Publicidade e Propaganda. Sendo que eu parei o curso de Sistemas de Informação no 5º Semestre.


Pam pergunta para Raffa: Qual situação mais inusitada que você já passou ao conhecer um ídolo/famoso (seja escritor, ator...)?

Raffa: Já levei muito não, mas principalmente de atores né. Mas a situação mais inusitada foi quando eu tinha 13 anos, faltei aula para ficar na porta do hotel o dia todo porque o Aerosmith estava nele. Aproveitei que a garagem do hotel estava aberta e me escondi com uma amiga. Era a garagem de cargas e eu ouvi que eles sairiam por ali. Calculo que eu fiquei no meio do lixo, deitada atrás de um caminhão deitada por mais de cinco horas! Quando eles finalmente saíram, eu tava muito mal cheirosa! Eles acenaram, o Steven Tyler deu um tapinha na minha cabeça e eu nem lembrei de tirar fotos! Quando me toquei, eles estavam de costas, tirei mesmo assim, a emoção dele encostar em mim eu lembro até hoje! Mas hoje em dia não faria isso de novo! (risos)


Se tivesse que listar as 3 coisas mais legais que o mundo literário lhe trouxe quais seriam?

Vivi: Amigos – definitivamente -, aprendizado/amadurecimento, tendo em vista a profissão que escolhi, e memórias inesquecíveis! *brega mode on*

Pam:  Amigos, oportunidades e experiências maravilhosas. 

Raffa: Amigas, eventos literários e fazer parte dessa coluna :)

Frini: Amigos, oportunidades de crescimento profissional e pessoal, habilidade para ler nas entrelinhas.


Frini pergunta para Vivi: Como está sendo a sua rotina de escritora? Deu medo na hora de largar tudo para correr atrás de um sonho?

Vivi: Ish, se eu me empolgar para responder essa pergunta, não vai caber na internet tantas palavras (risos!). Resumindo, minha rotina de trabalho é essa: escrevo de manhã (5 a 10 páginas por dia) e trabalho à tarde com os freelas de revisão, copidesque, orelhas e textos de capa (que além de pagarem minhas contas, eu aprendo cada vez mais). Também faço exercícios diários: me obrigo a escrever sobre várias outras coisas que não tenham nada a ver com o livro (isso faz bem!) e é por isso que eu tenho meu blog; projetos como “Palavra do dia”, entre outros. Quando não consigo trabalhar de casa (nem sempre é possível quando se mora com a família ainda), procuro refúgio num café perto de casa e o trabalho flui que é uma beleza. É só ficar longe da internet por uns minutos que eu consigo produzir. ;) Se deu medo largar tudo? Com certeza! Ainda dá, constantemente. Cada dia é mais um de produção e menos um que eu poderia estar no mercado de trabalho fazendo meu nome e garantindo o meu futuro. Um sonho pode custar caro, muito caro, mas estou disposta a pagar para ver.


Qual o livro que mais te tocou e por quê? 

Raffa: O livro que despertou minha paixão pela leitura foi " Olhai os lírios do campo" de Erico Veríssimo. Foi paixão a primeira lida, a história linda mexeu demais comigo e a partir dele eu nunca mais parei de ler.

Vivi: Essa é difícil. São tantos e em épocas tão diferentes... Hobbit foi extremamente importante, pois li quando tinha 12 anos e foi o meu primeiro livro de ficção fantástica. Fronteiras do Universo marcou uma época turbulenta e que eu precisava muito de ‘magia’, rs, e foi o que tive ao ler os três livros da trilogia de Philip Pullman. Senhor dos Anéis, é claro, e Harry Potter. Fui tocada por esses, principalmente. 

Pam: É difícil responder, pois vários livros marcaram diferentes épocas por diversos motivos. Harry Potter marcou minha adolescência. Mas o livro mais tocante atualmente é Jogos Vorazes. Li em uma época que eu estava formando o caráter adulto, deixando para trás a despreocupação, para focar no meu futuro e o que eu seria daqui pra frente. O livro me fez dar a devida importância a assuntos que eu tinha conhecimento, mas não via o motivo de me preocupar até então.

Frini: Tenho um trio de livros que amo demais. São eles “O Apanhador no Campo de Centeio” ( “Catcher in the Rye”, de J D Salinger), “O Sol É para Todos” (“To Kill a Mockingbird”, de Harper Lee) e “Duas Vidas, Dois Destinos” (“Jacob Have I Loved”, de Katherine Paterson). Li os três na escola e os amei intensamente por razões diferentes. E Harry Potter, claro! 
 

Pam pergunta para Frini: Como você começou a mediar eventos literários e como foi mediar um na Bienal do Livro do Rio de Janeiro?

Frini: Descobri que curtia mediar eventos com Harry Potter. Comecei fazendo parte de uma organização que montava eventos de lançamentos de livros e DVDs da saga. Na época, não era normal ter eventos para lançamentos de livros assim, então criamos os nossos levando em consideração o que gostaríamos de fazer. Deu certo e escalamos para eventos maiores. Minhas palestras agradaram e eu curti conversar sobre livros. Quando li Crepúsculo, integrei a organização de eventos sobre a saga no Rio e conheci a galera da Saraiva e das editoras. Aí começaram a me chamar para apresentar eventos de outros livros e isso foi escalando até o Clube do Livro Saraiva Rio de Janeiro surgir. Deu certo e a fórmula está sendo repetida em várias unidades no País. Tenho muito orgulho disso! Já a Bienal foi a cereja no topo do bolo! O pessoal da Galera Record me indicou para mediar a Conexão Jovem com Lauren Kate. Já havia entrevistado Lauren para a Folha de S. Paulo e estava muito empolgada com a oportunidade da Bienal. O evento foi incrível! A Lauren é um amor, o pessoal da Galera e da Fagga foram muito maneiros e para mim foi uma experiência sensacional! Mediar um evento na Bienal foi realmente um sonho realizado. Espero que o pessoal tenha curtido o suficiente para me chamar de novo


Se você pudesse fazer uma pergunta para algum autor (a) já falecido (a) para quem e qual seria? 

Raffa: Faria para Margaret Mitchell , autora de " E o vento levou". Perguntaria se na vida real ela gostaria de ter tido um marido apaixonado como o capitão Rhett Butler. 

Frini: William Shakespeare. “Sr. Shakespeare, como é o seu processo de criação e de desenvolvimento, qual o seu trabalho/peça preferida, por quê cada personagem tem uma falha trágica e como as escolhe para cada situação, tinha ideia de que milhões de pessoas, séculos após sua morte, adorariam e estudariam o seu trabalho?” O quê? Se não tem ponto de interrogação até o final - e você falar muito rápido isso - é uma pergunta só. 

Vivi: Para Tolkien, é claro. A pergunta seria ‘Balrogs têm asas?’. 

Pam: Para o Machado de Assis: "Afinal, Sr. Assis, Capitu traiu ou não traiu Bentinho?"


Qual autor você já teve a chance de ver de perto e mais te marcou e qual você faria de tudo para ter um segundo ao lado? 

Raffa: Meg Cabot, Anne Rice e Cecily Von Ziegesar foram inesquecíveis acho que não consigo escolher só uma! Um segundo ao lado só penso em um nome: Stephen King! 

Pam: Tive poucas chances de ver autores por morar no interior de SC. A melhor experiência foi o convite da Galera Record para o café com a Lauren Kate, assim bem de pertinho e com várias pessoas que eu admiro. Foi muito legal! Eu faria de tudo para ter um segundo ao lado de J.K. Rowling, sem dúvidas (ó, clichê). 

Vivi: Bernard Cornwell, na Bienal de 2009 – RJ. Não consegui senha para a palestra dele e fiquei arrasada. Mesmo assim, esperei na fila como quem não queria nada até ouvir o nome dele sendo pronunciado; foi quando saí correndo para o início da fila, me esgueirei por entre as pessoas e fiquei cara a cara com o autor, a menos de dois metros de mim, no máximo. Eu tinha uma câmera na mão, uma câmera que não era minha, e pensei rápido. “Mr. Cornwell!” chamei. Quando ele olhou perguntei se eu podia tirar uma foto dele e ele sorriu sacudindo a cabeça. Que anjinho! Mega fofo! Tirei a foto e nunca vou me esquecer daquele momento. E o autor que eu daria tudo para ter conhecido e ter ao meu lado para que eu pudesse fazer três perguntinhas sequer, rs, é J. R. R. Tolkien, meu ídolo e professor (mesmo que ele nunca venha a saber). Vivo seria Philip Pullman. 

Frini: Graças ao trabalho e ao fan(atismo), já pude ver vários autores de perto. Não sei dizer qual mais me marcou, porque cada um foi especial de sua própria maneira. Mas acho que tenho um empate entre Lauren Kate e L J. Smith. A primeira me marcou por ter tido a oportunidade de conversar mais com ela – e até hoje – sobre livros, escrita, entrelinhas e por razão da Bienal. Já a segunda, foi ainda mais intensa, porque, depois de entrevistá-la duas vezes por telefone, viramos confidentes, trocamos ideias, nos ajudamos. Não é sempre que você é chamada de “irmã em espírito” por alguém que admira e isso me marcou muito. E adoraria ter alguns momentos próximo de J. K. Rowling


E você? Quer perguntar algo para uma das meninas? Deixe seu comentário e solte o verbo (mas com moderação) :)

28 de mar. de 2012

Divulgadas as primeiras fotos da série Os diários de Carrie

É MUITA emoção, Galera! Saíram as primeiras imagens da AnnaSophia Robb encarnando a divamusalindamaravilhosa da Carrie Bradshaw em seus anos dourados. As gravações começaram na última sexta-feira, dia 23, em Nova York (duh, onde mais??) ~todas chorando Chanel nº 5~






23 de mar. de 2012

Papos de sexta - É coisa de fã..., por @vivimaurey

·        Fazer tatuagem aos 17 anos em homenagem ao autor predileto e ter que pedir autorização pro pai em Porto Alegre (pai esse com quem você não trocava uma palavra sequer há anos);
·        Ver um chapéu marrom e/ou chicote e não conseguir deixar de pensar em Indiana Jones;
·        Andar de skate e se imaginar naquele skate flutuante que o Marty McFly anda em De Volta Para o Futuro II;
·       Sair por aí entrando em mansões do Jardim Botânico com um grupo de amigos e se imaginar em busca de um tesouro como em Goonies;
·        Falar coisas do tipo: That’s what I’m Tolkien About ou ‘You shall not pass’ sempre que a ocasião permite (e às vezes até quando não permite);
·        Sentir vontade de chorar toda vez que escuta o tema de Harry Potter seja no celular, na televisão ou na voz de alguém;
·        Imitar o Jack Sparrow sempre que der na telha;
·        Querer muito conhecer a Escócia e gritar ‘Freeeeedooooom’ ao sair do avião e pisar no aeroporto;
·        Entender todas as piadas de Big Bang Theory (além de fã tem que ser nerd :P);
·        Prender a respiração sempre que Darth Vader diz pro Luke ‘Luke, I am your father’, mesmo já tendo visto a mesma cena trilhões de vezes;
·        Ter um gato e chamá-lo de Fofucho só porque ama um personagem da Disney que usa esse nome no filme Lilo & Stitch;
·        Chorar toda vez que o Mufasa morre em Rei Leão;
·        Virar a noite lendo Fronteiras do Universo, pois não teria como esperar nem mais um segundo para terminar;
·       Assistir pelo menos uma vez ao ano todos os clássicos favoritos da Disney;
·       Discutir calorosamente sobre um assunto e não se importar com que os outros pensem , independente de onde esteja;
·        Gritar ROMA VICTOOOOR por nenhuma razão específica;
·        Gostar de uma coisa mesmo sabendo o quanto ela é ruim;
·        Gritar até não poder mais e até todo mundo ouvir o quanto você é fã.

A questão é: Não importa o quanto a gente goste, por quanto tempo e por meio de quais motivos nos tornamos fãs de alguma coisa. Também não adianta discutir e espernear para tentar provar que VOCÊ é o maior e melhor, pois todos nós somos fãs número 1! Todos os argumentos são válidos, portanto anulam um ao outro. Se você é fã de verdade de alguma coisa – seja ela qual for –, VOCÊ sabe disso e é isso que importa! 

16 de mar. de 2012

Papos de sexta: Ser feio não importa, por Rafaella Fustagno


Terminei de ler "Feios" de Scott Westerfeld. E ainda não consegui parar de pensar no tema do livro. Acho que o autor quis alfinetar de alguma forma a sociedade em que vivemos.  Quem já leu o livro sabe do que estou falando. Nele a personagem principal, Tally Youngblood, vive em um mundo onde o normal é ser feio só até os 16 anos, quando o governo paga uma cirurgia para você ficar lindo. Pensei nos prós e contras, confesso que me olhei no espelho, e vi ela lá, minha barriga. Essa coisa que eu odeio desde... sempre! Que me acompanha a vida toda, que gosta de se destacar e a quem eu carinhosamente  apelidei de "Pancinha" . Imaginei que, se vivesse em Vila Feia, Pancinha seria normal até eu completar 16, e então alguma espécie de mago do bisturi a tiraria de mim. Depois disso, e eu viveria em um mundo com pessoas lindas, sem barriga, com narizes perfeitos e cabelos eternamente com escova progressiva.
Não sei se gostei, porque aí todo mundo seria igual, não haveria mais feios e todos seriam....perfeitos? Mas perfeitos para quem? Quem mede o que é bonito ou feio? E se fosse verdade, a expressão "Quem ama o feio, bonito lhe parece" acabaria?
Sou chata, quis discutir o tema. Meu namorado estava vendo o jogo do time dele e eu escolhi a ótima hora para perguntar:
- Amor, o que você acha da minha barriga?
Claro que sem nem olhar para mim ele disse:
- Tá linda!
Exatamente assim, como sempre fala, esteja eu toda arrumada ou de calça jeans. Mas eu insisti:
- É que eu li um livro e pensei que se eu tivesse uma barriga chapada, e se todos tivessem a barriga assim, você acha que seria melhor? Um mundo sem pancinhas???
Fofamente ele me respondeu:
- Esses livros estão te deixando doida, né? Andou lendo livro de dieta aposto, algum anoréxico escreveu sobre como emagrecer e pronto. Você foi lá e comprou!
Desisti de fazê-lo entender. E aí lembrei de mais uma coisa: se fosse no mundo do livro, quem faz aniversário antes fica lindo primeiro, aí eu iria antes dele para o mundo sem Pancinhas já que sou mais velha. Ai, que horrível, eu linda e sozinha e ele lá, ainda feio e rodeado de feiosinhas!
Resolvi desencucar, fui para frente do espelho e imaginei: "Sou linda como Jennifer Aniston", mas caí na real e vi que ela não tem Pancinha. Então me imaginei Adele, cheinha e amada, cheia de fãs e fazendo um sucesso danado. Aí o sorriso veio no rosto.
E apesar de quase toda semana lembrar que tem algo em mim fora a barriga que gostaria de mudar, (sim, uma semana é o cabelo que não tá legal, na outra queria um nariz mais empinado...) vi que prefiro o mundo imperfeito. Afinal, nele podemos fazer sem neura um ajuste aqui e ali, sem chegar ao extremo da obrigatoriedade de sermos todos lindos.
Para mim o livro de Scott é mesmo para parar e pensar se não estamos viciados em estereótipos, se não é exagero o que a moda nos empurra sobre o manequim 36 ser o legal, mesmo quando o seu biotipo implora pelo 40! Vi tanta gente criticando a magreza exagerada da Angelina Jolie no Oscar e a toda malhada Demi Moore (que virou uma caverinha) que me pergunto: de quê adianta ser linda sem ter saúde? Se você luta contra sua natureza? Não sou contra as plásticas e dietas e acho bacana ter uma vida saudável em prol de um corpo sadio, mas acho, de verdade, que temos que nos amar genuinamente.
Depois de ler esse livro maravilhoso, que nos faz pensar intensamente no assunto, me olhei no espelho mais uma vez, só que sem encolher a barriga. Aí me achei linda. Até porque estava lá na estante uma das minhas autoras favoritas, com o livro que podia ser meu lema de vida: "Tamanho 42 não é gorda"! Respirei, peguei os 3 volumes da série e no último estava a resposta: "Tamanho não importa"! Sábio Scott, sábia Meg Cabot! ;) 

9 de mar. de 2012

Papos de sexta – Não julgue um livro pela capa, por Frini Georgakopoulos

Como o dia a dia no meu trabalho é insanamente corrido, procuro sempre carregar comigo o livro da vez para ler na hora do almoço. Sento no balcão de um restaurante perto do trabalho, almoço e leio ao mesmo tempo. Faço tanto isso que um dos rapazes que me atende pergunta sempre como está a leitura. Minhas respostas variam de “Ótima! Estou quase descobrindo quem é o assassino” até “Nossa, o casal principal TEM que ficar junto! Termino esse livro hoje, sem falta!”.  

Um dia, na semana passada, lá estava eu, comendo e lendo (uma obra jovem adulta escrita por um amigo meu, diga-se de passagem), quando uma pessoa conhecida sentou ao meu lado e se entortou toda para ver a capa do meu livro.


– Qué isso? – perguntou a “fofa”.

Confesso que minha vontade foi responder “Um livro. Para você, deve ser algo muito raro de se ver. Quer tocar?”. Mas fui fina e apenas virei a capa para que ela visse. Me arrependi.

–  Pô, tu num tá velha demais pra ler isso não?


– Qual livro você está lendo? – respondi diretamente, tentando controlar todas as outras respostas sarcásticas que me vieram à cabeça. Afinal, ela não entenderia e isso me deixaria ainda mais irritada.

Sabe qual foi a resposta da criatura? Um título de autoajuda! Quando soltei o nome da categoria do livro, ela ficou zangada e disse que não lia só autoajuda. Adorava livros psicografados também.

Quase explodi em fogos de artifício bem ali, no meio do restaurante! Eu sou velha demais para ler romances juvenis, mas não ter autoestima ou me amarrar em ouvir contos do além não tem problema, né? O ódio era muito, mas lembrei que sou fina (mesmo querendo esquecer) e apenas consenti. Em seguida, voltei ao que estava fazendo e continuei a leitura e o almoço, só que agora mais rápido para evitar que ela puxasse o assunto novamente.

Depois, em casa, enquanto terminava o livro, pensei sobre o que aconteceu e fiquei com mais raiva ainda. Ela não tinha o direito de me julgar pelo livro que eu estava lendo, mas eu também não tinha o direito de fazer o mesmo com ela. Lembrei de quando li “O Segredo” e “Violetas na Janela”. O primeiro veio em tempos que estava, sim, me sentindo para baixo. Já o segundo, li imediatamente após o falecimento da minha avó paterna. Em ambos os casos, esses livros me ajudaram demais e, por mais que não procure mais obras desses gêneros, me foram úteis quando precisei. O mesmo acontece com a literatura jovem adulta: pra mim, esses livros são como uma visita à minha adolescência, que eu amei (e que já comentei por aqui). Também amo romances sobrenaturais, porque juntm essa nostalgia com um toque sombrio que eu também adoro. E a lista continua ... 

Todo livro que leio é uma escolha consciente minha, feita para amparar o momento que estou vivendo. Às vezes quero sentir frio na barriga com um romance meloso entre um vampiro e uma menina mortal; em outro momento, quero voar nas costas de um hipogrifo e acreditar que a amizade e a lealdade salvam o mundo; em outros, ainda, quero esquecer dos apuros da vida real e pular de susto ao ler sobre criaturas que esperam o anoitecer para assombrar os vivos.

Leio um pouco de tudo não só por ser culta, porque está na moda, porque quero, porque preciso, porque é o certo a fazer, mas por todas essas razões juntas e muitas outras. E não quero ser julgada ou definida por nenhuma delas. Julgar o que eu leio é o mesmo do que julgar um livro pela capa: você não sabe o que tem dentro, o que o fará virar as páginas, ou não. Quem nunca comprou um livro – ou pensou em comprar – apenas pela capa? Se você está pensando “Eu fiz isso”, não está sozinha. Mas você já descartou um livro pelo mesmo motivo? E uma pessoa? Acho que temos que prestar mais atenção às sinopses e arriscar mais, mesmo quando o exterior não aparente ser tão convidativo. Nossa ... chega! Tô parecendo livro de autoajuda. J

5 de mar. de 2012

Cadê os fãs de Assassin’s Creed?

Se você é fã, já deve estar sabendo que em Outubro a Ubisoft lançará um novo jogo, o Assassin’s Creed III. (Se não, veja aqui a notícia no nosso site!)

Para criar a expectativa em vocês, a Ubisoft divulgou o trailer do jogo, que agora também está no canal da Galera no Youtube.

Que tal? =D

E aindaaa, mostramos um vídeo enviado por um de nossos seguidores no Twitter (@babidewet) de um clipe super bem humorado, que tem o Assassin’s Creed como tema de um filme em Bollywood. Hahaha


Dá pra se divertir :)

Maaaas, para vocês não morreeeeeerem de ansiedade até Outubro esperando o jogo, a Galera vai lançar o 2º volume do livro, o Assassin’s Creed Irmandade. Já dá pra conferir o primeiro capítulo no nosso site

UhuuuL!

2 de mar. de 2012

Papos de sexta: Não foi a primeira vez e não será a última, por Garota It (Pâmela Gonçalves)


Olá, queridos leitores do blog da Galera Record! Como foi voltar à vida normal depois do Carnaval? Leram bastante nas férias?

A última pergunta parece inocente, mas não é. Quando cheguei em casa na terça-feira de Carnaval, fui me atualizar depois de passar dias sem internet novamente (lembram do isolamento?). Entre as coisas que bombaram na rede, e principalmente na blogosfera literária, o maior destaque foi para o texto de um grande portal criticando os espaços na internet dedicados aos livros: os blogs literários.

No texto, o grande alvo não era, talvez, os espaços em si, mas o que os blogueiros estavam lendo e promovendo neles. Segundo a crítica, é preferível que os jovens leitores de hoje não lessem mais, caso o conteúdo da leitura seja o que se publica atualmente. Não vim discutir o conteúdo dos blogs literários ou separar os bons dos ruins, mas sim mostrar o quão perigosa é a afirmação feita pelo portal. É preferível que os jovens não leiam? Que absurdo! Nunca vi tantos jovens lendo quanto vejo hoje. Ultrapassamos uma época em que até mesmo a leitura do manual do videogame era algo para se comemorar. Hoje, ler é legal!

Presencio uma geração que está mudando, e não é por causa da tecnologia que estamos deixando de ler. A tecnologia está do nosso lado. Através dela, eu mesma conheci diversas pessoas com os mesmos interesses lá no fórum da Galera Record. Foi pela internet que criei um espaço onde compartilho as diversas viagens que faço dentro dos livros. É na tela de cinema que muitos futuros leitores se encontram em uma história que foi adaptada da literatura. E de onde vêm essas grandes franquias que fazem sucesso e despertam vários leitores adormecidos..? Dos livros atuais.

Os livros não deixaram de ensinar valores e ter qualidade só porque foram publicados nos últimos anos. Pelo contrário, aprendi diversas coisas com eles. Apesar da linguagem fácil, as publicações recentes continuam tendo qualidade, continuam ensinando e deixando um legado.
Hoje temos a oportunidade de escolher ótimos livros em um grande leque de opções. E assim como antigamente, há os bons e ruins. A crítica esquece que nos diversos livros que ela classifica como ruins de forma generalizada, os jovens leitores têm uma porta de entrada para tantos outros títulos e gêneros que eles ignorariam. Os famosos clássicos, que são leituras choradas no ensino médio (confessem!), passam a ser vistos sob uma nova ótica por esses jovens leitores.

Nessa nova fase da literatura, observo algo positivo e inovador. Ainda temos muito que ver e ler pela frente!

Mas saibam: essa não é a primeira vez que livros Jovem-Adulto e os Chick-lits são alvo de críticas. E preparem-se: essa também não será a última. Uma pena.