28 de nov. de 2014

Papos de sexta: Opinião que importa

O que te motiva? Aplauso? Recompensa? Brinde? Acho que para cada assunto ou situação, tenho um estímulo diferente. No caso da literatura, o que me motiva a ler é me perder em novas histórias e me apaixonar de novo, e de novo, e de novo... Mas nem todo livro me motiva a escrever uma resenha.

Leio muito e leio sempre, mas não escrevo sobre tudo que leio porque 1) não tenho tempo e 2) porque alguns livros não me motivam a ir além de lê-los. Posso comentá-los em eventos e com os amigos, mas usar meu precioso tempo para sentar, pesquisar e escrever não é para qualquer obra.

Blogs literários se tornaram uma fonte de informação, de opinião e de pesquisa para leitores, o que eu acho ótimo! Mas trato os blogs como trato a crítica cinematográfica: procuro aqueles que têm a opinião similar a minha e aqueles que apresentam argumentos sólidos sobre a leitura (rezando para o primeiro ser o mesmo do segundo). Mas quando é hora de atualizar o meu blog – o cheirodelivro.com –, tenho um lema: o que eu gosto, quando eu posso.

Parece preguiça, mas juro que é estratégia! O que me motiva a resenhar é ter algo a dizer sobre o que li. Alguns livros me surpreenderam, outros me desafiaram, outros me enganaram e ainda tem aqueles que me sequestraram e se recusaram a pedir resgate! Mesmo quando estou pulando pela casa e louca para postar “Eu amei esse livro!” ou “Quero matar este autor!”, paro para me acalmar antes de sentar para escrever. Faço isso porque a minha opinião só vale se for embasada, se for apoiada em argumentos, em explicações que vão além de “muito bom” ou “detestei” e a sinopse do livro. Alguns livros rendem matérias grandes, outros são abordados em resenhas mais curtas, mas vários são apenas uma leitura. O que me move pode não mover outros e é por isso que escolho dar a minha opinião quando ela importa. Não quer dizer que estes livros não são bons ou válidos, longe disso! Mas só não me motivaram a compartilhar minha opinião.

Em época de internet, quando todos querem compartilhar tudo a todo o momento com todo mundo, é importante ter um filtro. Esse filtro não é somente para usarmos no que queremos ver e ler, mas também no que queremos produzir. Falar sobre tudo, gostar de tudo, ter tudo, ler tudo pode significar exatamente o oposto: uma opinião vazia.

E vocês? O que lhes motiva a escreverem uma resenha?

27 de nov. de 2014

Design et cetera: Capas Bregas: O Retorno

A gente nunca se cansa de falar do nosso passado. São tantas pérolas, tantas edições *luxuosas* que eu poderia fazer mil posts saudosistas.

Um dos meus passatempos favoritos é procurar capas antigas da Danielle Steel. Ela é praticamente a musa oficial da Record, já que editamos sua obra desde os anos 80.


Galope de amor é um dos clássicos da autora, mas essa é a melhor edição disparada. Tudo nesse layout é cativante, desde a bela tipografia usada no título até a perturbadora ideia de um cavalo galopando por um campo florido. Eu disse anteriormente que não havia nada mais brega do que um casal numa capa, mas acho que um casal em cima de um cavalo é pior.


Agora, como lidar com essa capa, gente? É de tão bom gosto... Um casal topless se pegando na areia. Coberto de cenoura-bronze. Não tem como dar errado, principalmente com essa bela e desenhada fonte do título.

Mas isso não seria um post brega sem as capas antigas do nosso Sidney Sheldon, né?


 Esse exemplar de Corrida pela herança é especial para mim. Li esse livro quando tinha 8 anos e me lembro de achar sensacional na época. Acho que não reparei na genialidade da capa.

Reparem: Um sujeito mal-desenhado e aparentemente morto. Um casal de loiros olhando para o leitor com uma cara chocada.  Um cara de terno apavorado olhando para o leitor. E Salvador Dali lá atrás. No centro e em posição de destaque: uma tv antiga mostrando a imagem de um elegante senhor. Medo.


Nada dura para sempre, inclusive os projetos gráficos. Se bem que esse aqui é quase imortal. Três enfermeiras gigantes dominam uma cidade. Abaixo delas, dois prédios, médicos realizando uma cirurgia, uma lancha e um sujeito de sobretudo tentam escapar. Eu não sei sobre vocês, mas duvido que eles consigam fugir.

Vale dizer que, apesar dessas capas retratarem a breguice aguda dos anos 80, as histórias são super contemporâneas e a Record refez TODO o projeto gráfico de ambos autores. Olha que divo que ficou:




20 de nov. de 2014

Galera entre letras: Os melhores de 2014 e o que 2015 reserva (1ª PARTE)

Bom, uma das certezas que o fim de ano traz são as listas de “melhores do ano” que, ao mesmo tempo que fazem um tipo de revisão das tendências do ano, apontam o que o futuro reserva. E vocês não achavam que eu ia deixar de dar meu pitaco nessa história, né?

Confesso que não li muito este ano. Quero dizer, eu li, mas poderia ter lido bem mais (alguém mais acha isso em relação às próprias leituras ou eu sou mesmo a única crazy book lady solta por aí?).

De qualquer forma, de uma lista inicial de dez livros que li e gostei, separei três para apresentar a vocês. Nem todos foram publicados em 2014, mas só agora que eu consegui ler. Nem todos esses foram (ou vão) ser publicados no Brasil, mas fica a dica pra quem lê em inglês ou sente curiosidade em saber o que anda saindo lá fora.

O primeiro livro é o mais antigo (foi publicado em 2012): THE GIRL WITH BORROWED WINGS [numa tradução literal: A GAROTA COM ASAS EMPRESTADAS, que provavelmente não seria o título em português...].

Imaginem CREPÚSCULO nas Arábias (brincadeirinha!). O livro da Rinsai Rossetti (o primeiro dela!) conta a história de Frenenqer, uma garota de 17 anos que mora com o pai no deserto, e cuja vida muda ao conhecer Sangris, um rapaz transmorfo.

Bom, até aí seria apenas uma história de amor com pitadas de fantasia (à la CREPÚSCULO), mas, logo no começo do livro, ficamos sabendo que Frenenqer foi “fabricada” pelo pai. E isso nem é um segredo, como nos conta a própria garota: “Sou diferente da maioria das outras pessoas porque meu começo não foi no corpo da minha mãe, mas na mente do meu pai. Ele me inventou, sabe.” (A tradução é livre e é minha mesmo.)

De todo modo, apesar de Frenenqer ter sido inventada pelo pai, é somente ao longo do livro que nós REALMENTE vamos saber QUEM ela é (para além de todos os conflitos familiares, dos problemas na escola etc. etc.)

A ambientação do livro também é muito interessante porque a história se passa no Oriente Médio – coisa rara nos livros YA –, mas, ao mesmo tempo, a Rinsai põe, lado a lado, elementos high-tech convivendo com a tradicional imagem de oásis e desertos.

E, além disso tudo, ainda é uma história de amor que envolve um transmorfo!


O outro livro que selecionei é de uma autora de quem já li alguns outros livros: A.S. King. Bom, pra começo de conversa, a A.S. King é amiga do David Levithan (o que por si só já mostra como ela é incrível! rs), mas óbvio que não é só isso. O livro que selecionei, REALITY BOY [O GAROTO DO REALITY] conta a história de Gerald Faust, um garoto que cresceu num tipo de reality show [lembra um pouco o filme O SHOW DE TRUMAN, sabe?], mas que, ao contrário de Truman consegue romper com isso. Além de uma crítica à “virtualidade” do mundo no qual vivemos, REALITY BOY trata de relacionamentos (entre pais e filhos, entre amigos). Faust tem explosões violentas de raiva com a família (a quem ele culpa por seus problemas), mas também com aquelas pessoas que ele acha que ama.

Mas o livro não é pessimista. Ao contrário, A.S. King (como em todos os livros dela) mostra que conflitos fazem parte das nossas vidas e que o amadurecimento ocorre justamente quando aprendemos a lidar com eles. Porque, no fim das contas, não dá pra mudar o que fizeram com a gente no passado, mas dá pra fazer as coisas de modo diferente no futuro. E, a exemplo de THE GIRL WITH BORROWED WINGS, as primeiras frases já garantem que a leitura será marcante:

“Eu sou o garoto que você viu na TV.

Lembra o garotinho esquisito que cagou na mesa de carvalho manchada, na cozinha dos pais, quando eles confiscaram o Game Boy? Lembra como a câmera habilmente escondeu suas partes íntimas com o centro de mesa com a margarida e o girassol artificiais e reluzentes?

Era eu. Gerald. O mais novo dos três. O único garoto. Fora de controle.” (Outra tradução livre.)


E, last but not least, separei o livro de uma das autoras mais fofas dos últimos tempos, que conheci justamente quando comecei a colaborar com a Galera Record: SER FELIZ É ASSIM, da Jennifer E. Smith (traduzido pela Daniela Dias). Eu já tinha lido (e morrido de chorar!, confesso) A PROBABILIDADE ESTATÍSTICA DO AMOR À PRIMEIRA VISTA e logo que SER FELIZ É ASSIM foi publicado eu quis ler.

Bom, o que mais gosto na Jennifer E. Smith é a capacidade de criar histórias a partir de coisas “aparentemente” bobas (tipo, um atraso de quatro minutos na hora de pegar o avião, um e-mail enviado pra pessoa errada) e mostrar como essas coisinhas podem mudar a vida de alguém. E eu gosto muito de como ela constrói os personagens porque eles são bastante críveis (e vocês já repararam como ela é ótima nos diálogos?).


Já deu pra ver que ando com uma tendência mais “realista” ou “realista fantástica” nas minhas leituras e acho que essa vai continuar sendo uma das tendências pra 2015. No próximo artigo, vou falar dos livros cuja publicação aguardo ansiosamente.

Até lá e boas leituras!

17 de nov. de 2014

Tons da Galera: São Paulo Fashion Week

Com a constatação oficial que o Fashion Rio rodou, pelo menos para edições de inverno (e, creio eu, que em breve as de verão irão pelo mesmo caminho), ficamos com a firme e forte São Paulo Fashion Week como nossa semana de moda oficial.

Entre os destaques, a irreverente Amapô, fez uma auto-homenagem a seus 10 anos. A marca fez uma releitura dos grandes hits de suas coleções. Referências dos anos 1970, 1980 e 1990, com modelagem grande e pedrarias e metais no estilo "ostentação".

Já a Acquastudio apostou no cima festa e "Neobarroco" com brocados, jacquards, rendas e bordados com pedraria e aplicações de flores, tons claros e dourado.

A TNG estreou no SPFW, também comemorando aniversário, 30 anos da marca, e apostou em jeans elaborado e alfaiataria moderna. A coleção foi inspirada nas roupas dos trabalhadores de minas do início do século XIX, com com novas técnicas como lavagem de resina e barro, e desgaste transparente, além das aplicações de bordados com fios tweed e patchwork com diferentes tipos de denim. Macacões e jardineiras, saias mídis e longas, parcas capas, calças skinny, trench coats e casacos, tons de areia, marrom, marinho e índigo.

Outro destaque foi a Ellus 2nd Floor inspirada pela cultura local da Islândia, com padrões em malhas jacquard com motivos invernais de paisagens montanhosas, flores congeladas, e uma cartela de cores em tons de azul, branco e vermelho. Materiais como o neoprene jeans, lã e tricô também estiveram presentes.
TNG, Amapô, Acquastudio e Ellus 2nd Floor
Falando em tricô, a Doisélles, conhecida por seu trabalho social — tricô e crochê feitos por detentos de penitenciárias de Juiz de Fora e da grande Belo Horizonte — também marcou presença. Ela levou sua trama para o inverno 2015 da Iódice, que esteve de volta ao evento. Ao todo foram produzidas 20 peças de tricô. O grupo formado por oitos presos da penitenciária Professor Ariovaldo de Campos Pires faz parte do projeto Flor de Lótus, criado em 2009 pela estilista com o intuito de ensinar aos detentos as duas técnicas para incluí-los socialmente.

Vale a pena ver o documentário dessa iniciativa aqui.

Tendo acabado de voltar de NY, onde todas as vitrines já exibem as suas coleções de outono/inverno, foi legal perceber que nossas grifes não estão copiando o que está sendo feito lá fora, tudo que vi aqui na SPFW foi bem diferente e autêntico, uma excelente notícia para o nosso mercado!

No próximo post, as novidades pescadas em NY!

Até mais!

13 de nov. de 2014

Design et cetera: Capas Middle Grade

Há um pouco mais de um ano, a gente atualizou um selo exclusivo para nossos livros Middle Grade: Galera Junior.

Pra quem não sabe, Middle Grade é o termo que usamos para leitores com idades entre 8 a 14 anos. Aquela fase em que a criança sai dos infantis e passa a escolher os próprios livros. São títulos que podem ou não ter ilustrações no miolo (geralmente em preto e branco) e costumam ter histórias bem-humoradas.
 É um segmento muito importante, justamente por estar entre os infantis e os jovens adultos, e merece um tratamento gráfico especial. Aqui na Galera, temos váaaaaarios títulos superfofos e engraçados, e separei alguns deles para analisarmos por aqui.

Um dos favoritos da gente é a série Sr. Gum. Teoricamente, é para o público Middle Grade, mas é tão tão engraçado que quando trabalhamos nele, temos ataques de risadas histéricas aqui no escritório.


As ilustrações são do David Tazzyman, e o traço meio despretensioso  reflete bem o teor humorístico dos livros.


Outra queridinha nossa é a série Otolina, escrito e ilustrado pelo premiadíssimo Chris Riddell.



Riddell sempre se inspirou muito Alice no país das maravilhas e seu estilo reflete isso.

Um nacional muito maneiro que acabamos de lançar é: O palhaço está em greve, de Marco Túlio-Costa. O livro é uma metáfora para o Brasil, haha, e as ilustrações do Rafael Nobre dão vida para a história.



Eu não poderia deixar de falar do Fator Nerd. Apesar de ser Middle Grade, é um livro tão sensacional, engraçado e cheio de referências nerds, que na verdade não tem idade.

  
E para finalizar, outro Middle Grade que pode agradar a um público mais velho é O peculiar. O livro é uma fantasia gótica steampunk com elementos de mistério e é outro queridinho aqui da editoria. Um fato curioso é que o autor, Stefan Bachman, tinha apenas 17 anos quando escreveu. A capa capta bem os elementos de fantasia/steampunk presentes na história.



7 de nov. de 2014

Papos de sexta: o livro que te pertence

Sempre defendi que não existe quem não goste de ler; existe é quem ainda não tenha encontrado o livro certo. E sei que, se você chegou até aqui – o blog de uma editora –, é porque certamente você já encontrou o seu. Ou melhor, os seus.

Não me lembro de como era minha vida antes de não gostar de ler. Sim, acreditem, já fui dessas. Mas então uma professora me mandou ler um livro para a elaboração de um trabalho. O prazo? Uma semana. Com 11 anos na época, pensei que a mulher era maluca. Como assim ela queria que eu lesse um livro – esse treco chato! – e ainda apresentasse um trabalho sobre ele?

Mas foi graças a essa professora que eu comecei a amar a leitura. O livro em questão era Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo. Não só o li em menos de uma semana como apresentei um trabalho com mínimo de duas páginas com mais de dez. Sim, me empolgo facilmente. Aquela professora foi a culpada por me fazer encontrar com o livro certo, o início de uma paixão que – ainda bem – não tem fim.

Não gosto de quando as pessoas criticam o que o outro está lendo; quando dizem que “esse tipo de literatura não acrescenta em nada”. Ah, seus bobos, é claro que acrescenta. Um leitor voraz não para em um livro só; ele sempre quer mais! É como a Magali com melancia: é insaciável, não tem limites. Seja do livro que julgaram não ser literatura para os clássicos, ou das biografias para as distopias. O leitor sabe onde e como começou, mas não faz ideia e nem quer saber onde vai parar. O que ele quer, afinal, é ler.


Hoje em dia não faço a menor ideia de quantos livros já li. Perco-me facilmente no Skoob, mas de acordo com sua contagem foram 510 (e eu acho que foram mais, rs). Jamais poderia imaginar antes dos 11 anos que teria o prazer que tenho hoje ao falar de livros; de ter amigos que amam falar de livros; de ter muitos livros para ler e mesmo assim continuar comprando um novo todo final de semana.

Sim, os livros mudam a vida.

Mas quem ainda não teve a vida mudada, aguarde. Tem um livro que te pertence. Não escrito por você, mas feito sob medida para que entre nesse mundo. Não desista! Como os grandes amores, o verdadeiro um dia chega. O seu está por aí, esperando para ser descoberto.

6 de nov. de 2014

Galera entre letras: A moral da história...

Sempre que ouço essa frase “qual é a moral da história?”, me lembro das fábulas que eu lia ou que liam para mim quando eu era pequena.

Era fácil saber quando o texto era uma fábula: as histórias sempre eram curtinhas e tinham animais como personagens. E era fácil identificar os papéis de cada um dos animais na história: coelhos eram vítimas inocentes dos predadores, corvos eram aves espertas, e raposas, animais matreiros que viviam querendo levar vantagem em cima dos outros.

E sempre que a história terminava, havia um tipo de resumo, que também funcionava como “lição de moral” e, em geral, mostrava as consequências das ações dos personagens da fábula e dizia pra não agirmos desse ou daquele jeito.



Aqui, as ilustrações lindas do Arthur Rackham, um ilustrador muito famoso, para as fábulas de ESOPO. As fábulas costumavam ter em seu título o nome de quem as havia reunido ou criado. As mais famosas são as do grego Esopo e do francês Jean de la Fontaine.


E o engraçado é que eu cresci achando que toda história tinha que ter uma “lição de moral”, que todo texto tinha que “servir pra alguma coisa”!

Hoje eu queria falar um pouquinho sobre essa questão: será que a literatura serve pra alguma coisa?, feito, por exemplo, uma cadeira, que serve pra sentar?

E, caso ela realmente sirva para alguma coisa, será que a finalidade da literatura é SEMPRE dar lições de moral?

A pergunta é bem polêmica e só pra vocês terem uma ideia, muita gente boa, de Oscar Wilde a J. K. Rowling, já meio que deu seu pitaco.

E o grande problema aqui é: se atribuo uma utilidade pra literatura, então, eu a limito. Imaginem a seguinte situação: uma história que SEMPRE tem que incluir uma lição de moral ou SEMPRE tem que dizer algo relevante (eu, pessoalmente, adoro histórias meio nonsense e uma das séries de televisão que eu mais gostei na vida era “sobre nada”... mas vamos voltar aos livros).

Se a literatura não tem uma finalidade dada previamente, então ela (e a criação literária) teria que ser livre e não estar submetida a parâmetro algum (o que é o contrário da ideia de uma “arte ou literatura engajada”).

Mas a ideia de “arte pela arte” (ou de “literatura pela literatura”) pode levar a alguns exageros e até fazer a literatura perder a conexão com o mundo real. E a literatura (assim como a arte em geral) necessariamente parte do mundo real para chegar a outra coisa. Eu costumo dizer que a literatura sempre ACRESCENTA alguma coisa ao mundo, o que pode ser um olhar novo sobre aspectos menos conhecidos do mundo real ou mesmo a criação de coisas que não vemos nele.

E vocês? O que é que vocês acham? Toda história tem que ter uma “lição de moral” ou ela não precisa assumir o compromisso de “transmitir ideias ou sentimentos apropriados” ao leitor?

4 de nov. de 2014

Tons da Galera: Alexander Wang para H&M

Chega nesse dia 06 a coleção de Alexander Wang para a sueca H&M, mais uma super aguardada colaboração entre grandes estilistas e redes de fast fashion. As expectativas são de muitas filas e puras loucuras, como o que aconteceu quando a Target lançou uma linha Missoni (clientes ao tapas na fila? Check. Gente revendendo a preços absurdos no eBay? Check.), e quando Karl Lagerfeld desenhou uma coleção para a H&M em 2004, a primeira dessas colaborações, que esgotou em menos de (pasme!) 20 horas (Karl é sempre o precursor, como já sabemos).

Alexander Wang é queridinho desde sempre, mais ainda agora à frente da Balenciaga. O tema da coleção para a H&M é esporte, e a marca apostou tanto na coleção que usou top models como Isabelli Fontana e Joan Smals na campanha e fez um mega desfile mês passado para aguçar ainda mais as curiosas consumistas.



Aguardemos uma chance de ter uma das peças através daquela amiga que mora fora, pelo eBay ou pelo Mercado Livre.