19 de jul. de 2013

Papos de Sexta:H maiúsculo.

Quando eu era pequena, o meu super-herói favorito era o Super-Homem. E não era uma questão de preferência apenas, eu simplesmente não considerava os outros heróis tão super assim. Na minha cabeça, um super-herói nascia com superpoderes e ai de quem dissesse o contrário! rs
Então veio a adolescência e me rendi ao charme dos anti-heróis. Culpa dos hormônios — e do Han Solo < 3 .  Eu sei que muitas pessoas viveram algo parecido e não é difícil entender o apelo. Essa é a face mais humana do herói, e a ficção tira proveito dessa identificação. Basta ver os livros de sucesso nos últimos anos, protagonizados por bad boys, garotas desajustadas e tudo quanto é mau exemplo. 
Jung deve ter uma explicação para isso. Por que nos identificamos com os defeitos e não com as qualidades do herói? Por que valorizamos seus erros e não os acertos? Talvez seja o ímpeto de querer consertar o que está quebrado ou, no meu caso, de enxergar beleza na imperfeição. Ou talvez porque a jornada de um herói errante seja muito mais interessante.
Esses questionamentos me acompanharam até a poltrona do cinema, onde sentei para assistir ao “Homem de Aço”. Foi quando eu percebi que sentia falta do meu primeiro super-herói. Ou melhor, eu sentia falta do herói clássico. Alguém que me resgatasse do ceticismo e restituísse minha fé na humanidade, mesmo que ele próprio não fosse humano :)
Quem melhor do que o Super-Homem para me ensinar valores como justiça, bondade e humildade? Um alienígena cujos superpoderes o aproximam dos deuses, que poderia dominar a Terra, mas escolheu apenas defendê-la. Um herói muitas vezes mal compreendido, vítima daquele pensamento de que ser “bom” é o mesmo que ser “bobo” — vamos combinar, se alguém se aproveita da bondade alheia, o problema está nesse alguém e não no herói, simples assim.
Não pensem que deixei de gostar dos anti-heróis, longe disso! Eu passei a enxergar melhor o seu potencial. Lembre-se que o maior adversário do anti-herói é ele mesmo. O lado negro da Força é o lado de dentro, e talvez por isso ele seja tão egocêntrico.
O anti-herói olha para o próprio umbigo porque sabe que é ali que o vilão se esconde, mas ele pode ser mais altruísta. Qualquer um pode se tornar um herói com H maiúsculo, um Super-Herói — mesmo que não seja o Henry Cavill! rs Basta querer de verdade.
Eu continuo sem respostas para aquelas outras perguntas, mas voltei do cinema mais otimista. Depois do boom das distopias e ficção pós-apocalíptica, talvez a utopia seja a nova tendência. Talvez o retorno do herói clássico seja o prenúncio de tempos menos sombrios.
Talvez, talvez :)



2 comentários:

Unknown disse...

Dizer que gostei da sua coluna não seria justo. Justo seria dizer que somos anti-heróis tentando chegar um pouco mais para perto do H do que do anti. Nos identificamos com falhas e imperfeições por parecerem mais reais e estarem ao nosso redor em nossa busca pelo ideal (ou o mais próximo dele). E essa busca é constante e triste e tensa e deliciosa e, bem, e seu nome é vida. E sua coluna trouxe tudo isso e muito mais nas entrelinhas, nas diversas possíveis interpretações. Pronto. Acho que isso é mais justo, não? :)
Beijos

Tita Mirra disse...

Awn, assim eu choro! rs

Mas fico feliz de ter conseguido passar a ideia! Era isso mesmo :)

Bjs, lindona!