13 de jun. de 2012

Galera Pop - Sombras da Noite

Sombras da Noite marca a oitava colaboração entre Tim Burton, o diretor, e Johnny Depp, seu astro em papéis memoráveis como Edward Mãos-de-Tesoura. O filme é baseado em uma novela vespertina de sucesso nos Estados Unidos, exibida entre 1966 e 1971 (um ano antes de este amigo de vocês nascer, galera). Ela foi salva da má audiência por conta do personagem Barnabas Collins, um vampiro de 200 anos de idade, apresentado no capítulo 200 — e que, a partir daí, pulou de coadjuvante para protagonista da atração, cada vez mais mergulhada no sobrenatural. A novela andava na corda bamba entre terror e comédia, mesmo risco que Tim Burton corre aqui, com bons momentos no humor, mas com aquele terror frouxo que depende de efeitos especiais e, por isso mesmo, mais deslumbra do que assusta.

Barnabas é um vampiro que, ao rejeitar o amor da bruxa Angelique (Eva Green, de Casino Royale), é enterrado em um caixão no ano de 1776. Retirado do solo acidentalmente em 1972, reencontra o clã Collins quase falido e sua antiga inimiga ainda viva. Barnabas reassume o controle da família e decide acertar as contas com a bruxa, enquanto tenta tirar um atraso de dois séculos de diferenças culturais.

Tanto o início da história de Collins, com a criação do seu império de negócios e a construção de sua magnífica mansão gótica, quanto esse reajuste aos tempos modernos (de 30 anos atrás) são os melhores momentos de Sombras da Noite. É ali que Tim Burton mostra a exuberância de sempre em cenários, figurinos, maquiagem e fotografia. No humor, Depp raramente erra, e aqui o vampiro perdido no tempo é uma figura que ele aproveita muito bem, como na cena em que se revolta com uma TV ao tentar descobrir onde está a “pequena cantora” (era um show dos Carpenters sendo exibido).

Porém, tirando a apresentação inicial da trama e os momentos de Depp perdido no tempo, Sombras da Noite não tem o que contar — o filme se arrasta quando tenta estabelecer uma história, e Tim Burton, que não é diretor de comédias, deixa toda a responsabilidade cômica nos ombros do astro. E, do meio para o final, o problema da falta de história se arrasta, personagens são esquecidos ou pouco aproveitados, e o encerramento é uma enfadonha “luta final” com tantos efeitos especiais repetitivos e cenas sem inspiração que o espectador se pergunta se aquele sangue bom do início do filme não se esgotou e secou ao término da exibição.

O trailer e outras informações estão no site oficial

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André Gordirro, 39 anos, carioca, tricolor, escreve sobre cinema há 18 anos. Passou pelas redações da Revista Manchete, Veja Rio, e foi colaborador da Revista SET por dez anos. Atualmente colabora com a Revista Preview e GQ Brasil. Leva a vida vendo filmes, viajando pelo mundo para entrevistar astros e diretores de cinema e, claro, traduzindo para a Galera Record. Nas horas vagas, consegue (tenta...) ler gibis da Marvel, jogar videogames e escrever o primeiro romance (que um dia sai!).



3 comentários:

flordecacto disse...

Nossa, que profissão mais linda!
Também quero!

Téh Moura disse...

Tem Johnny Depp, é do Tim Burton... precisa de mais motivos para ver?

Téh Moura - www.aminhadimensao.blogspot.com

Ana Beatriz disse...

Eu não achei o o filme se arrasta, foi tudo perfeito ! Um filme de Tim Burtun com o Johnny Depp e Helena não tinha como não ser ! E o Johnny como sempre fazendo o filme ficar um pouco cômico, PERFEITO *_*