Novembro passou, e com ele mais um National Novel
Writing Month — ou NaNoWriMo. Faz 5 anos que eu participo do desafio — e já escrevi sobre ele
aqui no blog — mas nunca
chego perto das 50 mil palavras em um mês.
O meu histórico é (des)motivação suficiente para deixar o Nano de lado. No
ano passado, por exemplo, escrevi em apenas um dos trinta dias! E ando tão atarefada (razão da minha ausência do blog no mês de outubro e novembro) que pensei em não participar da edição de
2015. Mas comecei a ler os Pep Talks — aqueles textos de incentivo aos escritores e
aspirantes — dos outros anos, e
foi o empurrão que eu precisava!
Com exceção dos posts (aqui e no meu blog) e dos pareceres literários, eu quase não escrevi
durante o ano, e estava me fazendo falta. Sou uma apaixonada pelas palavras, mas também procrastinadora de
carteirinha e estou tentando dar um basta no hábito de adiar projetos, seja
para a próxima segunda-feira ou para o ano seguinte. Então, selecionei uma das tantas histórias que
comecei e abandonei nos últimos anos (outro problema crônico) e me inscrevi no Nano 2015, ciente de que não cumpriria a meta de novo —
e dando a mínima para isso! rs
Desta vez, me comprometi a escrever 500 palavras por dia — todos os dias. Foi minha promessa de Nano
Novo, que pretendo manter daqui
pra frente. A maior dificuldade foi me ater à ideia inicial, pois novas ideias
pipocavam o tempo todo (eu disse que era um problema crônico), mas recorri aos
Pep Talks e encontrei algumas dicas bem interessantes.
Eu não teria passado das
15 mil palavras, algo inédito para mim, se não fossem esses pequenos
incentivos, então selecionei alguns trechos favoritos — se foi útil para mim,
pode ser útil para mais alguém :)
"A maioria dos escritores está muito ocupada para escrever. Alguns têm inclusive outro
emprego integral que nada tem a ver com a escrita, mas ainda assim eles escrevem. Em vez de arranjar tempo para
escrever, faça o tempo acontecer.” — Kami Garcia
“Não existem bons romances e romances ruins. Existem romances finalizados e romances que ainda precisam de mais trabalho. Lembre-se, você não está
escrevendo um bom romance agora, você está escrevendo um bom
rascunho. Mais tarde, você vai ter tempo
para alterar o início, mudar o final ou o meio. Mais tarde, você vai ter tempo para cortar, polir e melhorar. Por agora,
confie
no processo e escreva.” — Holly Black
“A
técnica mais importante para progredir é escrever dez palavras. Não importa se você está empacado, se seu dia está completamente
abarrotado, ou se você está longe de seu computador — carregue uma caderneta e escreva uma frase enquanto estiver esperando na fila do café. Pense nisso como um gancho
ou isca. Mesmo que, por dias seguidos, você não consiga
pensar em nada além das dez palavras, enquanto você tiver que pensar na história o suficiente para escrever
dez palavras, as chances são de que mais palavras virão.” — Naomi Novak
“Terminar algo é se decepcionar. Por definição, romances abandonados são mais promissores do que os concluídos. Nesse ponto, você
provavelmente já percebeu que é quase impossível escrever um bom romance em um mês. Eu estou nessa há algum tempo e
ainda não escrevi um livro em menos de três anos. Todos nós abrigamos esperanças secretas de que um romance
magnífico cairá do céu, mas quase universalmente, o processo de escrever é lento, difícil e totalmente sem glamour. Então, por que terminar o que você começou? Porque
quando estiver pronto, você será grato pela experiência.” — John Green
“Estou convencida de que há
dois tipos de bloqueio
criativo. O primeiro tipo é provavelmente o mais comum.
É o bloqueio da procrastinação, do tédio ou apenas preguiça. É o bloqueio da natureza
humana, em outras palavras. Você sabe o que precisa fazer. Você só não quer realmente fazer isso. Então, como combater o tipo 1? Escrevendo! É por isso que as
metas (como a do NaNoWriMo) funcionam.
O segundo tipo de bloqueio, por outro lado, é um problema muito
maior e mais assustador. Ele acontece quando você honestamente não sabe o que fazer. Tudo
soa banal. O enredo é chato. O livro está... empacado. Para o tipo 2, eu recomendo fazer o oposto do tipo 1. Isto é, fique longe do computador.
Vai
correr. Tire um cochilo. Assista
a um filme. Se
afaste do seu livro e de seus personagens, e
deixe o subconsciente tomar conta.
O tipo 1 deve ser enfrentado,
o tipo 2 deve
ser contornado. E seu trabalho como escritor é reconhecer cada um deles quando acontecerem. Porque eles vão acontecer
se você se tornar um escritor. Eles vão acontecer muito.” — Ally Carter
“Escrever é como construir uma parede. É uma busca contínua pela palavra que vai
caber no texto, em sua mente, na página. Trama e personagem e metáfora e
estilo, todos tornam-se secundários às palavras. O construtor
ergue sua parede um tijolo de cada vez. Se ele não construir, o muro não vai existir. Ele olha para sua
pilha de tijolos, pega aquele que parece atender melhor ao seu propósito, e o coloca no lugar. A busca pela palavra não fica mais
fácil, mas ninguém vai escrever sua
história por você.” — Neil Gaiman
"É assim que começa. Logo você está fazendo
esboços dos personagens. Em seguida, alguns diálogos. Depois cenas inteiras. E
então já era. Você desistiu
inteiramente do projeto em andamento e
começou a trabalhar integralmente nessa nova história. O problema em fazer isso é que, naturalmente, a nova história sempre parece
melhor do que aquela
em que você tem trabalhado por mais tempo. A nova história tem uma aura de frescor. Mas quanto tempo
até que outra ideia venha, abanando seus personagens
atraentes para você, e você decida abandonar tudo por ela? Quantas
palavras você terá então? Não o suficiente para um livro inteiro. E o lance é: se você continuar fazendo isso, nunca terá o suficiente.” — Meg Cabot
“Acontece com cada cada escritor que eu conheço. O conjunto original de ideias quase nunca sustenta
o processo de escrita
até o fim. Geralmente, essas ideias acabam por ser muito
simples. Então o que fazer para continuar?
O primeiro passo é perceber que não é apenas um problema dos escritores. É um fato engraçado sobre os seres humanos:
nós sempre pensamos de
maneira muito simples. O universo é sempre maior, mais
confuso e mais complicado do que esperamos que seja. O mundo real é cheio de detalhes complexos, e
sempre que você pensa ter
a manha sobre algo, ele fica ainda mais complexo. Às vezes, chegar ao final de um romance exige lembrar simplesmente que o mundo
é mais complicado do que pensamos, e depois enfiar algumas dessas
complicações na história.” — Scott Westerfeld
“As pessoas frequentemente me pedem dicas para escritores, e eu digo a
mesma coisa todas as vezes: a única maneira de se tornar um escritor é escrevendo.
Igualmente importante à prática da escrita é a habilidade de desativar
as vozes que lhe dizem que escrever é impraticável ou muito difícil ou fora do seu alcance
de alguma forma. É tão importante escrever rascunhos rápidos, rascunhos ruins,
rascunhos fracassados, quanto escrever os bem-sucedidos. O que você aprende é escrever sem medo.
E vamos ser honestos, o medo é o que impede a maioria das pessoas de escrever,
mesmo quando elas desejam desesperadamente.” — Lauren Oliver
Eu adoro receber conselhos de outros autores,
essas pessoas que eu tanto admiro, e isso o NaNoWriMo tem de montão. Tem mais alguém sonhando em se tornar
escritor por aqui?
Compartilhem suas dicas e
experiências
comigo ;)
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