4 de dez. de 2015

Papos de sexta: NaNo Novo



Novembro passou, e com ele mais um National Novel Writing Month ou NaNoWriMo. Faz 5 anos que eu participo do desafio e já escrevi sobre ele aqui no blog mas nunca chego perto das 50 mil palavras em um mês.

O meu histórico é (des)motivação suficiente para deixar o Nano de lado. No ano passado, por exemplo, escrevi em apenas um dos trinta dias! E ando tão atarefada (razão da minha ausência do blog no mês de outubro e novembro) que pensei em não participar da edição de 2015. Mas comecei a ler os Pep Talks — aqueles textos de incentivo aos escritores e aspirantes — dos outros anos, e foi o empurrão que eu precisava!

Com exceção dos posts (aqui e no meu blog) e dos pareceres literários, eu quase não escrevi durante o ano, e estava me fazendo falta. Sou uma apaixonada pelas palavras, mas também procrastinadora de carteirinha e estou tentando dar um basta no hábito de adiar projetos, seja para a próxima segunda-feira ou para o ano seguinte. Então, selecionei uma das tantas histórias que comecei e abandonei nos últimos anos (outro problema crônico) e me inscrevi no Nano 2015, ciente de que não cumpriria a meta de novo e dando a mínima para isso! rs

Desta vez, me comprometi a escrever 500 palavras por dia todos os dias. Foi minha promessa de Nano Novo, que pretendo manter daqui pra frente. A maior dificuldade foi me ater à ideia inicial, pois novas ideias pipocavam o tempo todo (eu disse que era um problema crônico), mas recorri aos Pep Talks e encontrei algumas dicas bem interessantes.

Eu não teria passado das 15 mil palavras, algo inédito para mim, se não fossem esses pequenos incentivos, então selecionei alguns trechos favoritos — se foi útil para mim, pode ser útil para mais alguém :)

"A maioria dos escritores está muito ocupada para escrever. Alguns têm inclusive outro emprego integral que nada tem a ver com a escrita, mas ainda assim eles escrevem. Em vez de arranjar tempo para escrever, faça o tempo acontecer.” — Kami Garcia

o existem bons romances e romances ruins. Existem romances finalizados e romances que ainda precisam de mais trabalho. Lembre-se, você não está escrevendo um bom romance agora, você está escrevendo um bom rascunho. Mais tarde, você vai ter tempo para alterar o início, mudar o final ou o meio. Mais tarde, você vai ter tempo para cortar, polir e melhorar. Por agora, confie no processo e escreva.” — Holly Black

A técnica mais importante para progredir é escrever dez palavras. Não importa se você está empacado, se seu dia está completamente abarrotado, ou se você está longe de seu computador — carregue uma caderneta e escreva uma frase enquanto estiver esperando na fila do café. Pense nisso como um gancho ou isca. Mesmo que, por dias seguidos, você não consiga pensar em nada além das dez palavras, enquanto você tiver que pensar na história o suficiente para escrever dez palavras, as chances são de que mais palavras virão.” — Naomi Novak

“Terminar algo é se decepcionar. Por definição, romances abandonados são mais promissores do que os concluídos. Nesse ponto, você provavelmente já percebeu que é quase impossível escrever um bom romance em um mês. Eu estou nessa há algum tempo e ainda não escrevi um livro em menos de três anos. Todos nós abrigamos esperanças secretas de que um romance magnífico cairá do céu, mas quase universalmente, o processo de escrever é lento, difícil e totalmente sem glamour. Então, por que terminar o que você começou? Porque quando estiver pronto, você será grato pela experiência.” — John Green
  
Estou convencida de que há dois tipos de bloqueio criativo. O primeiro tipo é provavelmente o mais comum. É o bloqueio da procrastinação, do tédio ou apenas preguiça. É o bloqueio da natureza humana, em outras palavras. Você sabe o que precisa fazer. Você só não quer realmente fazer isso. Então, como combater o tipo 1? Escrevendo! É por isso que as metas (como a do NaNoWriMo) funcionam.

O segundo tipo de bloqueio, por outro lado, é um problema muito maior e mais assustador. Ele acontece quando você honestamente não sabe o que fazer. Tudo soa banal. O enredo é chato. O livro está... empacado. Para o tipo 2, eu recomendo fazer o oposto do tipo 1. Isto é, fique longe do computador. Vai correr. Tire um cochilo. Assista a um filme. Se afaste do seu livro e de seus personagens, e deixe o subconsciente tomar conta.

O tipo 1 deve ser enfrentado, o tipo 2 deve ser contornado. E seu trabalho como escritor é reconhecer cada um deles quando acontecerem. Porque eles vão acontecer se você se tornar um escritor. Eles vão acontecer muito.” — Ally Carter

Escrever é como construir uma parede. É uma busca contínua pela palavra que vai caber no texto, em sua mente, na página. Trama e personagem e metáfora e estilo, todos tornam-se secundários às palavras. O construtor ergue sua parede um tijolo de cada vez. Se ele não construir, o muro não vai existir. Ele olha para sua pilha de tijolos, pega aquele que parece atender melhor ao seu propósito, e o coloca no lugar. A busca pela palavra não fica mais fácil, mas ninguém vai escrever sua história por você.” — Neil Gaiman

"É assim que começa. Logo você está fazendo esboços dos personagens. Em seguida, alguns diálogos. Depois cenas inteiras. E então já era. Você desistiu inteiramente do projeto em andamento e começou a trabalhar integralmente nessa nova história. O problema em fazer isso é que, naturalmente, a nova história sempre parece melhor do que aquela em que você tem trabalhado por mais tempo. A nova história tem uma aura de frescor. Mas quanto tempo até que outra ideia venha, abanando seus personagens atraentes para você, e você decida abandonar tudo por ela? Quantas palavras você terá então? Não o suficiente para um livro inteiro. E o lance é: se você continuar fazendo isso, nunca terá o suficiente.” — Meg Cabot

Acontece com cada cada escritor que eu conheço. O conjunto original de ideias quase nunca sustenta o processo de escrita até o fim. Geralmente, essas ideias acabam por ser muito simples. Então o que fazer para continuar?

O primeiro passo é perceber que não é apenas um problema dos escritores. É um fato engraçado sobre os seres humanos: nós sempre pensamos de maneira muito simples. O universo é sempre maior, mais confuso e mais complicado do que esperamos que seja. O mundo real é cheio de detalhes complexos, e sempre que você pensa ter a manha sobre algo, ele fica ainda mais complexo. Às vezes, chegar ao final de um romance exige lembrar simplesmente que o mundo é mais complicado do que pensamos, e depois enfiar algumas dessas complicações na história.” — Scott Westerfeld

As pessoas frequentemente me pedem dicas para escritores, e eu digo a mesma coisa todas as vezes: a única maneira de se tornar um escritor é escrevendo. Igualmente importante à prática da escrita é a habilidade de desativar as vozes que lhe dizem que escrever é impraticável ou muito difícil ou fora do seu alcance de alguma forma. É tão importante escrever rascunhos rápidos, rascunhos ruins, rascunhos fracassados, quanto escrever os bem-sucedidos. O que você aprende é escrever sem medo. E vamos ser honestos, o medo é o que impede a maioria das pessoas de escrever, mesmo quando elas desejam desesperadamente.” — Lauren Oliver

Eu adoro receber conselhos de outros autores, essas pessoas que eu tanto admiro, e isso o NaNoWriMo tem de montão. Tem mais alguém sonhando em se tornar escritor por aqui? 

Compartilhem suas dicas e experiências comigo ;)

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