3 de dez. de 2015

Galera entre Letras: O que vem por aí… ou: O que esperar da literatura juvenil, YA e NA em 2016

Dezembro é mês de Natal, retrospectivas e expectativas, né? E como não poderia deixar de ser, vou falar das minhas expectativas para 2016 em relação à literatura juvenil, Young Adult e New Adult. E também falar um pouquinho dos livros que li e gostei.

Como em 2015, “diversidade” e “representatividade” são as palavras de ordem aqui. Mais personagens de gênero, cor, religião etc. diversos e mais autores de gênero, cor, religião etc. diversos também. E nisso a Galera Record sai na frente: não só tem livros com personagens gays, lésbicas, trans, pretos, brancos, orientais, vampiros, licantropes etc. como tem até um personagem como A, de Todo Dia, que pula de corpo em corpo todos os dias! E vocês já sabem que A volta por aqui, né? Mal posso esperar!

Mais que uma tendência, “diversidade” e “representatividade” são uma necessidade. Se a literatura reflete, de alguma forma, o mundo, então, tem que dar conta das nossas diferenças também. E não importa se a história é de fantasia ou se tem uma pegada mais “realista”; o importante é a gente poder se reconhecer e identificar com os personagens ou com as situações narradas.

E por isso é tão bom ter autores como Alex Gino, David Levithan e tantos outros por aqui, que contam histórias para todos… sem rótulos.

Além disso, eu espero ver mais autoras publicando histórias em todos os subgêneros, até em livros inspirados por jogos eletrônicos e jogos tipo D&D. Aliás, vocês sabiam que já na década de 1980, o RPG era superinclusivo? Olha que legal a propaganda deles com duas meninas jogando!


Um dos livros mais legais que eu li neste ano foi justamente um livro baseado em RPG, escrito pelo tradutor e autor-amigo-da-Galera André Gordirro. O livro tem ótimos personagens femininos, e o André já anunciou que os próximos volumes da trilogia vão trazer outros personagens femininos e mais guerreiras também. Pra quem não lembra, ele falou sobre o livro aqui na entrevista com autores da Bienal.

Outra tendência muito legal são os thrillers sci-fi jovem adulto ou novo adulto. O meu livro preferido em 2015 foi Brilhantes, do Marcus Sakey. Pra quem gosta de ficção científica e aventura, é um prato cheio. Brilhantes também tem personagens femininas muito bem elaboradas, sabe? E — que isso fique só entre nós — o segundo livro consegue ser melhor ainda! As protagonistas são bem diferentes entre si, e o Marcus deu bastante destaque às duas no segundo livro, aprofundando, inclusive, a relação delas com o protagonista. Sem mencionar que o livro trata de um tema que, infelizmente, continua a ser notícia: o terrorismo. O terceiro e último volume da trilogia sai em janeiro nos EUA.



Além disso, eu acho que a gente vai continuar lendo livros baseados em contos de fadas e contos de fadas mais sombrios, não tão parecidos com os contos clássicos da Disney. Aliás, em sua origem, os contos de fadas não eram pra historinhas pra crianças. Ao contrário! Acho que essa volta às origens é bem interessante, sobretudo, para o público juvenil e YA conhecer os contos como eles realmente foram escritos, mas eu também gosto muito das adaptações. Queria muito ver meus contos favoritos — A Bela e a Fera, e O Barba Azul — ganhando uma nova roupagem, sobretudo, porque são contos que também discutem a questão dos gêneros, o preconceito e a violência contra a mulher.

Essas são as minhas apostas e as minhas expectativas pra 2016. Quais são as de vocês?

Boas leituras e até a próxima!

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