Recentemente, a dupla responsável pela Dolce & Gabbana, Domenico Dolce e Stefano Gabbana, ex-amantes e hoje apenas sócios, causou um verdadeiro escândalo ao declarar que “A vida tem o seu curso natural, há coisas que não devem ser alteradas. E uma delas é a família”, acrescentando que essa tal família deve ser composta de um pai e uma mãe, e não 2 pais gays. Não bastasse, ainda disseram que filhos de tais famílias são “bebês sintéticos”. Por que alguém na posição da dupla diria isso é um mistério, considerando que atenção não falta à marca, sempre elogiada por suas coleções, e já alvo dos tabloides em outros escândalos, incluindo um de sonegação fiscal há alguns anos. Mas foi o suficiente para causar rebuliço e forte reação de seus clientes famosos. O primeiro foi Elton John, que convocou um boicote aos produtos da marca pelo seu Instagram e jurou nunca mais usar nada da grife. Ricky Martin, Sharon Stone e até dona Madonna, garota propaganda e amiga fiel da dupla, se juntaram ao coro. Que feio, D & G!
No entanto, o mundinho fashion está cheio de escândalos, e, se nos basearmos nos do passado recente, a história ainda vai render muito pano para manga.
Outra marca que fez feio foi a Abercrombie & Fitch, quando vazaram comentários de seu CEO, Mike Jeffries, admitindo que a A&F só queria americanos brancos e “cool” usando suas roupas. O fato do tamanho G nas lojas corresponder a um PP de outras já invocara críticas cruéis, e aliado aos comentários infelizes de Jeffries, a marca perdeu MUITO mercado e dinheiro, e agora tenta mudar sua fama.
A Calvin Klein é outra que sempre apostou num bom e velho rebuliço para vender. De Brooke Shields ao 15 anos posando num anúncio com a frase “Não existe nada entre eu e meu jeans Calvin”, a Marky Mark de cueca num anúncio gigantesco em Times Square, talvez uma de suas campanhas mais controversas tenha sido as de seus perfumes e jeans da primeira metade dos anos 1990, quando usavam modelos esqueléticas cheias de olheiras, popularizando o então chamado look “heroin chic”.
Ano passado a espanhola Zara, já alvo de controvérsia quando descoberta por usar trabalho escravo em facções no meu, no seu, no nosso Brasil, deixou passar (como?), uma camisa que lembrava o uniforme dos judeus nos campos de concentração nazistas.
Karl Lagerfeld e sua língua afiada já foi também alvo de críticas ao chamar a cantora Adele de gorda, e afirmando que “ninguém quer ver mulheres curvilíneas numa passarela”. Ex-obeso ele próprio, Karl não se desculpou e ainda disse mais tarde que, como Adele perdeu oito quilos depois de sua direta, “acho que minha mensagem não lhe fez tão mal assim”.
Em 2011, John Galliano, na época à frente da Dior e gênio incontestável da moda, foi filmado fazendo comentários antissemitas num café de Paris, aparentemente bêbado. Com declarações como “Eu amo Hitler”, assim que o vídeo vazou Galliano foi demitido da Dior e perdeu sua própria marca homônima, retirando-se da vida pública e se internando numa clínica de reabilitação para vício em álcool e drogas. Apesar do apoio de amigas e clientes fieis, como Kate Moss e Naomi Campbell, Galliano ainda tenta voltar ao mundinho, mesmo sofrendo represálias e ameaças de boicote assim que algum veículo associa seu nome a uma nova empreitada.
Falando em Kate e Naomi, as duas também não são estranhas a um bom bafão. Naomi já foi diversas vezes acusada de agressão a mais de uma de suas assistentes pessoais, sua governanta, empregada, amiga e dois policiais (!). Atirar celulares na cabeça de pessoas parece ser seu modo operandi favorito, e, mesmo cumprindo ordens judiciais e frequentando aulas para controle de raiva, recentemente Naomi foi banida para sempre da companhia aérea British Airways por cuspir em funcionários após uma discussão.
Já Kate foi flagrada em 2005, quando namorava o cantor Pete Doherty, usando cocaína, o que a fez perder contratos milionários com H&M, Burberry e Chanel. Moss foi para rehab, deu a volta por cima, e voltou a ser top requisitada inclusive por essas mesmas marcas, e hoje mantém um relativo low profile em sua vida pessoal.
Outra linda top dos anos 1990, Karen Mulder, após internações em hospitais psiquiátricos e tentativas de suicídio, declarou ao vivo na TV francesa que, no início da carreira, ainda adolescente, foi estuprada por diversos nomes famosos como donos e executivos de sua agência, e até pelo príncipe Albert de Mônaco. Em 2009 Mulder foi mais uma vez hospitalizada por agredir seu cirurgião plástico, que a deixou irreconhecível.
Nesse tom, o fotógrafo cult Terry Richardson, por sua vez, foi acusado mais de uma vez por modelos iniciantes por comportar-se de forma sexualmente inapropriada nas suas sessões, e de assédio sexual em troca de promessas de tornar as new faces famosas.
Já a ex-editora da Vogue Francesa, Carine Roitfeld perdeu esse posto após supostamente enviar peças exclusivas, como uma jaqueta de milhares de dólares da Balmain, para seus amigos de fast fashion copiarem. As alegações nunca foram comprovadas, o fato é que Carine saiu da Vogue mas sua reputação não foi muito abalada.
Com isso tudo nas últimas três décadas, ou a moda se adequa a esses tempos politicamente corretos, ou continuamos assistindo. Passe a pipoca.
Em sentido horário, alguns dos bafônicos: D&G e a represália de Elton John no Instagram, screencap da gravação de Galliano, Naomi estilosa até cumprindo ordens judiciais, Karen Mulder (no meio) e seu antes e depois, o flagra de Kate Moss, Terry Richardson com uma modelo, e campanha heroin chic da Calvin Klein.
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