26 de jun. de 2015

Papos de sexta: Quando o Não faz parte do SIM!


Meg Cabot mais uma vez serve de inspiração para minha coluna. Ah, ela, sempre ela. A reportagem da Cosmopolitan desse mês contando como ela se tornou uma autora de sucesso me fez parar e pensar na vida.

A autora, que já vendeu milhões de exemplares mundo afora, trabalhou por volta de dez anos em outra área para hoje poder viver só de escrita. Esse tema no Brasil é quase um tabu. Em um país com alto índice de desemprego, como dizer aos seus pais que você vai ser escritora? Como largar uma carreira bem-sucedida na área em que se formou para ganhar menos porque se descobriu feliz no meio das letras e quer respirar isso? Muitos dos autores que entrevisto para o meu blog (A Menina que Comprava Livros) contam que o dia a dia deles ainda se divide entre a profissão que os sustenta e a paixão pela escrita. Muitos estão há anos na estrada, mas ainda não deixaram de publicar livros independentes e sonham em ver nas livrarias seus livros ao lado dos gigantes nacionais e internacionais da literatura.

Há os que já conseguiram “ chegar lá”, hoje tem seus livros publicados em grandes editoras e já podem pagar suas contas com a venda dos exemplares. Quando me relatam isso, o sorriso fica maior que o rosto e esse é a prova do sonho realizado. Mas, como toda profissão, há os que tiveram sucesso e os que ainda não. Pode bater o desânimo, olhar para o exemplar e dizer que talvez ele não seja tão bom assim, mas quem julga isso? Antes de chegar ao leitor, o livro passa por muitas mãos e, certamente, a própria Meg Cabot também achou que venderia uns livros para família e só. E aposto que vibrou ao vê-lo na lista dos mais vendidos.

Com tantas ferramentas novas e com os e-books pipocando, é mais fácil se autopublicar, mas a gente sabe que o sonho mesmo é chegar às livrarias e ver aquela fila te esperando, com leitores dizendo que amaram seu livro. É comprar o jornal e ler que seu livro está na lista dos mais vendidos. Infelizmente, como tudo na vida, há mais ofertas que demanda. Nem sempre o escritor sonhador vira uma Meg Cabot. Em um contexto brasileiro, entendo que algumas das musas dos aspirantes a autor (e poderia citar as que conheço de perto: Paula Pimenta, Patricia Barboza, Carina Rissi e Marina Carvalho) deem um impulso ainda maior a esses que sonham. É como se, ao vê-las, quem quer chegar lá dissesse: “eu também posso, eu também quero”. E todas elas, mesmo depois de tantas e imensas filas para conhecê-las, parecem às vezes não acreditar que as senhas acabaram, que os leitores viraram fãs e que as selfies pipocam quando chega a vez de ser atendida.

Por essas e outras que acho Meg Cabot inspiradora, com suas entrevistas, com seus livros sensacionais e com sua garra.


A vida é feita de muitos “nãos” até chegar a um “sim”! J  

4 comentários:

Luiza disse...

Oh Raffa, ficou bem fofa a postagem. Sou suspeita quando o assunto é Cabot, até brinco falando que sou uma "MEGa fã de Meg Cabot" RSRrrs Ela escreve muito bem e sei o quanto foi para ela complicado chegar ao sucesso, porque só para variar ouviu MUITO "Não" de grandes editoras, isso das que tiveram o trabalho e "delicadeza" de responder quando mandava seus originais de "Diário Da Princesa".
Bjs

Rubro Rosa disse...

Aprecio demais as letras da Meg. Não me recordo de quantos livros dela eu já tenha lido, sei que foram alguns. E sempre me admirei sorrindo ao ler. Pelo simples fato do bom humor que ela consegue imprimir junto com histórias nem sempre tão alegres e felizes.
Ser escritor é um dom. Saber desenhar as letras, formando uma estrada de sonhos, é dádiva que poucos tem.
E muitos autores nacionais e internacionais também, almejam chegar onde a diva chegou! E conseguirão..mesmo que muitos sonhadores se percam pelo caminho, teremos o prazer de desfrutar dos vencedores!
Beijo

Unknown disse...

Raffa, Meg realmente é inspiradora! E claro que vender muito o seu livro e viver de escrita não envolve somente talento, oportunidade e timing correto (e muito marketing!), mas conteúdo é o principal! Vejo muitos autores querendo a fama, mas cadê conteúdo? E muitos autores que têm muito a dizer, mas cadê a oportunidade de serem lidos? Assim como toda a arte, a escrita é um desafio e continuará sendo. Mas, na minha opinião, o que vale é não deixar o "não" desanimar, mas transformá-lo em combustível para continuar o caminho, até que essa jornada seja pavimentada com muitos "sim".
Boa semana!
Frini

Larissa Oliveira disse...

Realmente, a Meg é uma grande inspiração pra muita gente, e eu me incluo nessa lista. Todas as histórias que eu li dela foram super bem escritas e com um humor natural e agradável.
É uma pena que seja tão difícil autores se manterem trabalhando apenas como escritores no Brasil, mas com essa nova geração de adolescentes e jovens adultos que amam ler, tenho fé de que isso mude.
Beijinhos