Oi gente, tudo bem? Não sei se
vocês sabem, mas semana passada a Galera esteve na Feira do Livro Infantil em
Bolonha e eu tive o prazer de comparecer pelo segundo ano consecutivo. Ao
contrário da Bienal, que é uma feira voltada para o leitor, a Feira de Bolonha
é um evento de negócios onde agentes literários e editores do mundo inteiro
se reúnem para vender e comprar direitos autorais de publicação de livros para
jovens. Além disso, é um espaço onde ilustradores podem divulgar seus trabalhos
para as editoras.
Mas como funciona exatamente? Não
se preocupem, preparei uma explicação sensacional para ilustrar EXATAMENTE como
é a rotina nessa feira literária.
Quando eu falo que vou para
Bolonha a trabalho, as pessoas formam essa imagem mental:
Mas a realidade é bem diferente.
O dia começa cedo, 9h da manhã eu e Ana Lima (editora executiva e musa da
Galera) estamos na primeira reunião. As reuniões duram 30 minutos apenas e a
última costuma acabar às 18h30. Não há pausas para almoço. Entre uma reunião e
outra, podemos ser encontradas na seguinte situação:
Como as reuniões são curtas e são
muitos livros a serem apresentados, os agentes fazem uma explicação concisa de
cada título, usando referências culturais para explicar do que se trata a obra.
Chamamos isso de “pitch” e o pitch costuma misturar coisas muito loucas como:
“Esse livro é um Harry Potter
encontra Lagoa Azul”
“Clube da Luta encontra A Bela e a Fera”
“Garotas Malvadas encontra Walking Dead com um pouco de
Esqueceram de Mim”
Anotamos tudo em um caderno (que
vai ficando cada vez mais ilegível à medida que a feira progride) e pedimos o
pdf daqueles livros que nos pareceram mais interessantes para avaliação.
Geralmente, avaliamos o livro nas semanas seguintes da feira, mas tem sempre
aqueles títulos que são destaques e quando há interesse de várias editoras
brasileiras, o livro pode entrar em leilão:
Às vezes, quando o livro parece
MUITO bom, podemos fazer uma oferta alta para tirar o livro da mesa, isto é,
impedir que entre em leilão e outras editoras possam levá-lo. Essa oferta
chama-se preempt e acontece mais ou
menos assim:
Por exemplo, nessa feira, fizemos
uma preempt e levamos o livro George, sobre um menino transgênero. A obra foi editada pelo próprio David Levithan.
Após a última reunião, voltamos
rapidamente para o hotel para tomar banho. Mas os compromissos não acabam por
aí. De noite tem sempre um jantar com autores, editores e agentes. É legal,
pois assim todos se conhecem melhor e temos a oportunidade de saber estratégias
de marketing, projetos para capas e eventos que outras editoras do mundo
promovem para autores que nós também publicamos aqui no Brasil. E claro, um
vinhozinho ajuda a tornar tudo isso mais divertido ainda.
No final de uma semana caótica, voltamos para casa com um
mar de pdfs para ler.
E é assim que encontramos os títulos queridos que os
leitores da Galera tanto amam <3 p="">3>
Um comentário:
Adorei!!!! Além do post ser divertido, muito legal entender um pouco mais sobre como as feiras funcionam.
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