Não foi a primeira Copa na qual comecei desanimada, e não será a última. Mas aí vem aquela onde contagiante de pessoas de verde e amarelo; do prédio todo cantando o hino nacional. E quando você vê, lá está você, largando o livro que jurou terminar nos dias que saiu mais cedo do trabalho por causa dos jogos no Maracanã, vendo jogos do seu país. E também de times com os quais você não tem qualquer vínculo, mas, sabe-se lá porque, também torce (desde que não estejam jogando contra o Brasil, para deixar bem claro!).
Isso me faz lembrar da Copa de 90 (sim, a de 90! Eu tinha 10 anos!). Vi a Copa toda na casa de meu avô. Ele, como sempre, comprava tudo para mim: camisetas, bandeiras, cornetas, pulseiras, bonecos com a roupa da seleção... e nem era brasileiro. Mas como ele amava a Copa do Mundo!
Naquele ano tive minha primeira paixão, e não achem vocês que foi por um garotinho da escola! Me apaixonei por Claudio Paul Caniggia, jogador do time que o Brasil inteiro mais odiava: Argentina. Os cabelos louros, a pinta de astro do rock... Nossa, eu achava ele lindo! Meu avô estranhou quando pedi um pôster dele que vendia em uma banca de revistas importadas próxima a casa dele, mas acabou me dando.
Comprava jornal argentino também. Minha sorte é que por morar em Copacabana sempre tinha muitas publicações para os turistas; então comprava revistas, e tudo mais em que ele aparecesse. Gastava tudo que ganhava de mesada e meus pais estranharam quando em vez de gibis eu pedia revistas de futebol.
Foi então, no sofá da casa de meu avô, com a família toda reunida para ver o jogo do Brasil contra a Argentina, que aconteceu o que eu não queria: o Caniggia fez o gol que eliminou o Brasil. Virou quase um crime eu ter pôsteres dele no quarto, e até uma réplica da camisa que ele usava. Fiquei quieta, mas por dentro vibrei com a felicidade dele. Enquanto todos estavam tristes, eu sorria.
Com o tempo minha paixonite minguou, mas todas as vezes em que visitei a Argentina comprei algo dele, nem que fosse caneca com seu nome ou um postal com a foto.
Em 2012 eu soube que ele estava hospedado perto de onde moro. Desci como quem não queria nada e pensei: "Preciso ver o ídolo da minha infância de perto". Dito e feito. Esperei uns dez minutos na porta do hotel, e ele apareceu. Autografou um pôster meu e tirou muitas fotos comigo, sendo muito simpático. O sonho foi realizado um pouco tarde, mas o sorriso da menina de dez anos era o mesmo.
Enfim, essa coluna foi atípica, para comemorar a Copa, provar que a gente não escolhe de qual jogador gosta e que sempre temos uma história saudosista para contar dos campeonatos anteriores!
Esse ano nada de paixão por jogador. Apesar de apreciar o futebol argentino, meu foco é o Neymar, ou melhor, os gols que espero que ele faça para sorrir de orelha a orelha com mais um título. Boa Copa para todo mundo! ;)
2 comentários:
Raffa, te adoro, mas NO WAY torcer pela Argentina. AHAHHAAH! Nunca fui fã de futebol nem de jogadores, mas adoro Copa do Mundo porque eu amo a torcida. Amo ver os rostos, a vibração, a fraternidade. Adoro torcidas e é esse clima que me contagia. Boa Copa!
beijos
Quando somos jovens fazemos cada coisa que depois nem acreditamos...
Realmente, sempre temos alguma história para contar.
Vamos torcer!!!!! Pra frente Brasil!
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