A fila de carros e ônibus ainda não tomou a frente do primeiro prédio. Enquanto o carro é estacionado, enquanto os passageiros descem do coletivo, os olhos estão vidrados na porta de entrada. Eles não piscam. O prédio é imenso e todos sabem o que ele abriga. A cada passo dado – devagar no início e quase uma corrida à medida que a porta se aproxima -, a ansiedade no peito de cada um se torna quase tangível.
Dentro, somos abrigados do sol, mas não do calor, que domina o local. Mas o sorriso estampado no rosto é tão largo, o frio na barriga é tão bem-vindo, que o calor passa a ser integrante do ambiente, mais um elemento que caracteriza a experiência e que, por mais que desejássemos ser atenuado, não invalida a situação.
Ao passar pela catraca da entrada, os olhos sobem ao teto e os lábios se partem em um silencioso “Uau!”. Espaços lindos, convidativos e não demora muito para nos atrapalharmos. Será que devo sacar o bloco de autógrafos, a máquina fotográfica ou a carteira primeiro? A cada passo, um rosto conhecido, um abraço apertado e vários “você já pegou a senha para tal evento?”, “a fulana já está na fila. Vamos tentar sentar juntas?” e “segura a minha bolsa porque preciso correr naquele estande a-go-ra!”.
Fila. Fila para todos os lados, mas isso também faz parte da experiência. Muitas vezes é uma das melhores partes, pois amizades são feitas nas filas, pessoas se reencontram, confraternizam. Já presenciei – e fa-to que vou presenciar novamente – até aniversários serem comemorados na fila. E rola uma estratégia! Um grupo guarda lugar enquanto outro compra comida. E nada de saladinha! Para aguentar o dia todo, tem que ter sustância! A dieta fica suspensa e dá lugar a alimentos mais ... digamos ... fortes. Água é preciosa nesse evento e deve ser consumida durante o dia todo. Afinal, o calor é grande e ter queda de pressão ou desidratação significa perder um autógrafo.
De repente, ouve-se uma gritaria! É ele! É ela! AimeuDeusvoumorreragora! Carrinhos de golfe passam rapidinho, dirigidos por pessoas rindo horrores e não acreditando que uma pessoa pode causar tanto alarde. Gritaria, correria, mas sempre um ajudando o outro. Nada de empurra-empurra! Então ele ou ela saca uma caneta e .... todos gritam mais ainda!
Não, não é o Rock in Rio. É a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que começou ontem e que já habita o nosso calendário desde o final da última. Lá, ou você escreve ou você lê. Ninguém dubla ou se apoia em dançarinos. É você e o autor e só. Todos amamos as palavras e é por elas que enfrentamos trânsito, calor, filas. O único elemento inebriante é o entusiasmo. As estrelas são autores, que usam as próprias palavras para descrever o que nós – às vezes, tão longe deles – sentimos.
Espero encontrar todos por lá! Curtam os estandes (que estão LINDOS!), comprem muitos livros, tirem muitas fotos, façam amizades, tietem seus autores preferidos, conheçam autores novos e se deixem levar pelo conhecimento, aventura, romance, suspense e até pela auto-ajuda! Aqui, todos os livros ajudam. Espero vocês lá!
*Frini Georgakopoulos mediará a Conexão Jovem com Lauren Kate e não consegue parar de sorrir por causa disso. :)
7 comentários:
LINDO!!!!! É realmente MUITO emocionante! TO MUITO dolorida depois da montagem lá do stand e do maldito display de Cowboys & Aliens (que vcs vão ver, rs), mas valeu MUITO a pena e me sinto honrada de fazer parte de um evento como esse! ;) Yay! MEGA FELIZ!
E parabéns pela coluna, Frinoca! LINDO TEXTO!!
Bjão!
Vivi
Mais uma vez sensacional!! Aua paixão por livros é contagiante!!! Bjs!
Thalita
Ahhhhhhh, queria TANTO estar aí!!!!!
Lindo texto ,amei parabens !!! Mas uma pena que não irei em nem 1 diazinho sequer .
Lindo texto Frini, lindo mesmo. Me sinto como você e tiro das suas palavras as minhas. Amanhã estarei lá (e em vários outros dias também, claro) e já sinto borboletas do estômago por causa disso. rs
Só não concordei com um frase do texto que diz: "Lá, ou você escreve ou você lê." Eu leio e também escrevo e estou juntando coragem para publicar algum dos meus livrinhos quem sabe na próxima Bienal(?).
Espero encontrá-la lá e ter coragem de me apresentar (eu sou super corajosa né? rsrs).
Bjusss
Viciados Pela Leitura
Frini
Seus textos sempre maravilhosos! Bem eu senti já dois dias essa emoção mas a maratona merece um belo Dorflex no final! E o incrível..é cansativo demais mas amamos e voltamos quantas vezes for necessário! é assim mesmo , pode vir calor, pode ficar frio ( hoje tava de bater queixo no ponto do ônibus!) mas o sorriso vendo as fotos e os autógrafos nos lindos mas pesados livros estavam lá compensando qq contra tempo!
Bjos e espero te ver lá, senti dua falta!
Frini, estou aqui comentando 00:13 já no sábado, dia que irei conhecer a XV versão da Bienal. Passei o dia todo sonhando com esse momento. As mãos suando, co roação batendo forte, aquele sorriso estampado no rosto e aquele momento que você conhece o escritor e diz: "Eu te amo!" Acho que você representou super bem o nosso sentimento pela Bienal. Quando muitos estão enchendo a cara durante o dia, nós cultivamos a cultura. Viva os livros! Essa Bienal será maravilhosa e como você já disse, sempre acontece aquela ajuda entre amigos. Estou contando as horas e acho que não dormirei direito. Nos vemos amanhã, diva!
Simplesmente amei o texto! Está de parabéns!
Beijos ;*
Ana Carolina
http://loucospor-livros.blogspot.com
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