Que
ia ter histeria todo mundo sabia (quem não lembra daquele vídeo clássico numa
liquidação de Alexander Wang em que de repente tudo ficou de graça?). A
surpresa maior foi a globalização desta histeria verdadeiramente coletiva: Nova
York, Dubai, Istambul, Paris — em quase todas as H&Ms do mundo o lançamento
da coleção cápsula com a Balmain fez o aniversário recente de uma rede de
supermercados carioca parecer brincadeira de criança.
Horas de desespero
Em
Sidney, os consumistas esperaram horas debaixo de chuva. Paris vendeu tudo em
menos de 3 horas. Em Londres, teve gente dormindo na porta da loja para um
primeiro lugar na fila. A confusão foi tanta na hora de abertura de uma das
filiais inglesas, que a polícia teve que fechar a loja. O site para compra
virtual não aguentou a quantidade de acessos e saiu do ar, e filas dobraram
quarteirões. Muitos fashionistas estavam ali para finalmente poderem ter uma
pecinha da marca francesa. Porém, para muitos essa aventura já virou negócio:
algumas horas depois um vestido que saía por 349 libras na loja
estava no eBay sendo vendido por 6 mil libras com 19 lances já às quatro da
tarde.
Como
explicar? Olivier Rousteing, atual estilista da marca, é um gênio do marketing,
e conseguiu, fazendo Kardashians e Gigis Hadids do Instagram usarem suas roupas
e irem à suas festas, transformar a Balmain numa marca jovem e sonho de
consumo. Muita gente torceu o nariz para tamanha modernização de uma marca
antiga que vestia gente como Ava Gardner e Brigitte Bardot, mas a questão é que
Olivier falou muito bem a língua que move essa indústria: a língua dinheiro, e
ele não parece prestes a abandonar o barco – como fizeram Raf Simmons da Dior e
Albert Elbaz, da Lanvin — tão cedo.
Balmain ontem e hoje.
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