2 de ago. de 2013

Papos de Sexta: Como passei a não mais odiar Cassandra Clare

Para apresentar o Clube do Livro Saraiva do Rio de Janeiro, eu preciso ler muitos livros, muito rápido. Adoro demais essa maratona literária, mas nem sempre é fácil deixar de lado uma lista de livros que está aguardando para ser lida para dar preferência aos que serão abordados no Clube. Para a edição de agosto, como o tema é Steampunk, busquei livros que tenham essa ambientação, e, entre eles, está a série As Peças Infernais, de Cassandra Clare. Problema? Nenhum, tirando o fato de que eu não gosto de Cassandra Clare.
Prontofalei. É verdade! Sou da época do fandom de Harry Potter quando o seu nome era apenas sinônimo de uma escritora de fanfics conhecida e muito, digamos, complicada e nada simpática. Até aí, ok, coisa de fandom, mas então ela lançou “Cidade dos ossos” e eu comprei para saber como era Cassandra a autora e não a fanfiqueira. E odiei. Achei a Clary uma mala, o Jace um garotinho mimado e todo o universo “sugado” de Hogwarts e da Terra Média, com apenas toques diferentes. Sim, eu sou observadora demais e muito, muito chata, principalmente quando me dão razão para ser. E esse meu “hate saudável” pela autora já foi motivo de muitas brincadeiras, principalmente com sua fã número um e colunista do blog da Galera Record, Tita Mirra. Em sua primeira participação por aqui, Tita escreveu sobre uma coluna  sobre Jace e me ganhou. Só gosto dele quando o vejo pelos olhos dela. Vai entender.
Continuando... Por causa do Clube do Livro Saraiva – e pelo apelo dos leitores que dele participam – tive que dar a Cassandra Clare uma nova chance. Tita me disse que As Peças Infernais é mais legal do que Os Instrumentos Mortais, e lá fui eu, ainda que não convencida, ler Anjo mecânico. A minha ideia era ler rapidinho, só para saber a história mesmo e comentar no Clube. Mas me peguei gostando de Tessa, odiando Jessamine, apaixonada por Will e Jem e querendo muito saber o que acontece no próximo. Ou seja, preciso admitir que Cassandra Clare se provou autora nessa série de livros, e com louvor. Claro que ela tem um check-list básico para ambas as sagas:
  • Protagonista fofa, porém sem noção, que se encontra como pivô dos problemas;
  • Interesse amoroso lindo, forte, mas com rompantes de garoto-enxaqueca;
  • Segundo gatinho gentil, fofo, “friendzoned” para sempre, mas tão cativante quanto o primeiro gatinho;
  • Personagem linda e invejável, mas que é uma MALA e todo mundo odeia, mesmo ela sendo do bem.
E outras coisinhas mais.
Mas em As Peças Infernais, Cassandra realmente soube mostrar sua habilidade com enredo e isso me fez aplaudi-la. O livro é uma viagem repleta de curvas, retornos, obstáculos e prende a atenção do início ao fim, ficando melhor a cada página. São vários pequenos enredos que se unem em um principal de forma coerente e surpreendente. O livro tem elementos Steampunk, mas de forma bem light, o suficiente para adicionar charme à trama e ambientação, mas nada com muita parafernália. 

Mas, qual a razão dessa coluna, já que não vou resenhar o livro (e para saber mais, vocês terão que ir ao Clube. *insira risada maléfica aqui*)? Em Anjo mecânico, vi o talento da autora e não tenho problema algum em dizer que mordi minha língua. A razão desta coluna é exatamente esta: vencer mais um preconceito (ou melhor, “pré” conceito).

Quantas vezes deixamos de aproveitar algo bacana porque temos um pré conceito/preconceito? Gostar de Anjo mecânico não me faz gostar da pessoa que Cassandra foi (porque ela pode não ser mais a mesma), mas me fez ver suas qualidades como autora, algo que não admirava antes. 

Quantas vezes cobramos de autores e outros artistas e personalidades que sejam perfeitos, porque, para nós, sua obra é? “Puxa, adoro o livro dela, mas ela é antipática”. E daí? Sua antipatia não invalida seu talento. Seria ótimo se fosse a pessoa mais fofa do mundo, mas e daí se não for? E não falo somente de Cassandra, pois nem a conheço, mas de todos e qualquer um de nós. Se não somos perfeitos e odiamos que nos cobrem isso, por que julgamos os outros? O que faz a nossa opinião ser lei? Aliás, uma curiosidade: nossa opinião muda e isso é lindo! Não somos árvores, nem prédios, fixos em um lugar! Somos seres pensantes (graças a Deus), que buscam cada vez mais informações, mais conhecimento e isso deve nos fazer questionar o mundo e a nós mesmos. 

Graças ao Clube do Livro Saraiva, aprendi a vencer vários preconceitos literários, me abri a novos gêneros literários e descobri livros incríveis por essa razão. Espero que, com dicas e informações passadas durante o Clube, também ajude outros a vencerem preconceitos, sejam eles literários ou não. 

Depois de ler Anjo mecânico e agora, lendo Príncipe mecânico, ao pensar em Cassandra Clare como autora, não reviro mais olhos, mas sorrio. Tente fazer o mesmo com outros autores, atores, colegas. Só quem perde com o preconceito somos nós.





12 comentários:

Unknown disse...

Olha, eu comecei a ler As peças Infernais antes dos Instrumentos Mortais e me apaixonei pelos livros. Quando fui ler Instrumentos, eu gostei mas não tanto quanto as Peças. Essa série me conquistou principalmente pelo ar Steampunk, com a ambientação em Londres e tudo. Eu particularmente gosto de tramas de outro século, talvez por isso. Mas acho a Cassandra Clare uma ótima escritora. Ela soube montar uma trama boa e incluir elementos que conquistam. O que me preocupa são os fãs da serie que chegam a ser chatos demais nesse negócio de "Clary e Jace", friendzone e etc. prevejo uma febre maluca igual o que aconteceu com Crepusculo.. E pra mim, isso não é legal, minha opinião. Só peço que muitos não julguem o trabalho dela por causa de alguns... Enfim. é isso!

Andréia Rosa disse...

Frini,
Me senti obrigada a comentar na sua coluna, primeiro que trata de um tema bem legal desse pré conceito que temos das coisas e acabamos "perdendo algo" por não conhecer ou já ter uma idéia pronta sem aceitar mudanças.
Agora...
Também estou ODIANDO cidade dos ossos, gente que história CHATA, com protagonistas chatos, enredo chato e parece que ela faz menção da maioria da história baseada em Hogwarts. Só estou lendo, para fazer um paralelo livro e filme.
Mais amei a coluna.

Beijos

umdois disse...

Eu amo a Cassie.Os primeiros livros que li foram da série As peças Infernais e eu me apaixonei.Ao ler Cidade dos Ossos fiquei decepcionada pois a escrita dela não chega nem perto de Anjo Mecânico,mas eu li a sequência e Os Instrumentos Mortais ganhou meu coração.Eu recomendo, a série é muito legal,cheia de ação,drama e fantasia.

Luiza disse...

Ohhh sou suspeita pois sou fã da Cassandra RSRSR AMO os livros dela, mas adorei o que escreveu de "vencer vários preconceitos literários"
Bjs
http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

Luiza disse...

Olha sou suspeita pois virei fã da Cassandra RSRS mas gostei da postagem muito legal o que você explicou dos "preconceitos literários" Bjs
http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

Ana disse...

ainda não comecei a ler esse, mas já está na minha estante... e sobre a coluna, vencer os "pre" conceitos é muito bom!!! Foi assim comigo com Augusto Cury, e hoje acho ele um autor bem legal e muito simpático com os leitores!
Fico muiiiiito triste de não poder ir ao Clube, vou chegar ao Rio dia 29... snif.. snif...
bjooooo

Raffafust disse...

Oi Frini

Eu tenho todos os livros e ainda não li nenhum O.o não tenho nada contra ela, mas fui deixando, disse que leria quando ela viesse ao Brasil e como isso não aconteceu ainda, estão aqui na estante.
Depois da paixão da Tita e agora de vc ter gostado, confesso que me animei mais em ler

Beijos

Anônimo disse...

Frini sabe como chamar atenção do leitor! Bastou falar que não odeia mais a Cassandra que vim ver se era pegadinha, rs.

Eu gosto de Instrumentos Mortais. Não sou nem de longe fã como a Tita, mas gosto.

Aposto que a Tita ficou feliz com essa sua coluna!

Parabéns, Frini!

bjs

Carol disse...

Eu sou super fã tanto de Harry Potter, quanto dos Instrumentos Mortais.. e discordo desse seu ponto de vista, acho que a escritora conseguiu se distanciar de HP, por mais que tenha momentos que podem nos lembrar da história de J.K.Rowling, ainda acho que são bem diferentes. Cada uma com seu talento, e em meu ponto de vista, ambas maravilhosas!

Evellyn disse...

Frini! Amei sua coluna esta semana, vou explicar porquê.

Eu nunca fui de fandon nenhum, mas sempre soube que Cass lançou IM pois era conhecida nas fics de HP. Eu sempre tive vontade de ler, mas nada demais. Acabei lendo Principe antes e mesmo esperando não gostar acbei me surpreendendo positivamente e adorei! Mas aí, finalmente li Cidade para meu clube do livro 9e o filme que vem ai) e fiquei passada pq achei tudo de chatinho... Tipo, nem curti os personagens, o universo, a historia) achei tão 'esperada'. E a parte do universo é a mais estranha, pq super curti em Peças...
Enfim! Acho mesmo que os autores podem nos surpreender, dependo do que escrevem e acho otimo que vc tenha dado chance e gostado!
Confesso, se eu tivesse começado por Cidade, talvez nem quisesse ler Principe!

bjs
Hey Evellyn!

Evellyn disse...

Frini! Amei sua coluna esta semana, vou explicar porquê.

Eu nunca fui de fandon nenhum, mas sempre soube que Cass lançou IM pois era conhecida nas fics de HP. Eu sempre tive vontade de ler, mas nada demais. Acabei lendo Principe antes e mesmo esperando não gostar acbei me surpreendendo positivamente e adorei! Mas aí, finalmente li Cidade para meu clube do livro 9e o filme que vem ai) e fiquei passada pq achei tudo de chatinho... Tipo, nem curti os personagens, o universo, a historia) achei tão 'esperada'. E a parte do universo é a mais estranha, pq super curti em Peças...
Enfim! Acho mesmo que os autores podem nos surpreender, dependo do que escrevem e acho otimo que vc tenha dado chance e gostado!
Confesso, se eu tivesse começado por Cidade, talvez nem quisesse ler Principe!

bjs
Hey Evellyn!

Diana disse...

Curiosamente, não me surpreende tanto, porque APESAR de TUDO (e eu continuo não gostando dela, wtv); o MENOR problema da CC era criar bons enredos. O MAIOR problema dela era que a caracterização em Draco Triology está ALL OVER THE PLACE. Ou em qualquer lugar MENOS perto do que fazia sentido até GoF. Curiosa e até ridiculamente, o Draco de quem todo mundo sempre fala, é o MENOR dos problemas - e nem tô falando de memória antiga não, porque eu reli DD e DS mês passado e JESUS, QUEM É A HERMIONE? E O HARRY? E O RON? Isso complica porque faz de TODO o processo extremamente... esquisito de ler/se adaptar.
Possivelmente um dos grandes problemas da primeira série é O QUANTO de DT tem nela (tanto, tanto, zzzz) (embora eu não tenha lido tudo porque só o resumo dos livros já me vinha um zzz sério de repetição). Isso é claramente menos presente na triologia nova, o que provavelmente ajuda.

(e, ironicamente, eu não tenho SACO pra triangulos amorosos; o que me faz ter muita preguiça dela já que essa base VIVE se repetindo e rly, who cares?)