Sou saudosista, recordo com carinho do tempo em que comprava ingressos
para Bienal na hora, chegava um pouco depois da hora que os portões abriam, ou
a tarde, e, quando pegava o jornal de informações, via quem estaria na Bienal
autografando naquele dia. Acho que comprava os livros na hora mesmo, pois não
me lembro de levar mala ou mochila para conseguir carregá-los para serem
autografados e mais uma penca que foram comprados.
Mas sempre tem o lado ruim dessas coisas, porque eu não tinha amigos
literários, minha companhia era algum namorado mala, que dava uma volta e já
queria comer, ou meus pais, que logo sentavam dizendo que estava muito cheio e
os livros, caros.
Se você é bem mais novo que eu provavelmente só irá lembrar de tudo que
passamos hoje em dia. Aquele frio na barriga que começa um ano antes, a tensão
de saber quem internacional virá para a próxima Bienal, todo o planejamento de
estar no Riocentro — um local que é longe para 98% do público — horas antes do
portão abrir, pois senão impossível conseguir um autógrafo ou foto com seu
autor favorito.
O problema é que não é só chegar cedo e ficar horas na fila para conseguir
uma senha, o grande empecilho é a largura dos pavilhões e o matar-ou-morrer até
se chegar no estande que deseja.
Exagero? Não, se você acha isso certamente nunca ficou na fila para
obter aquele pedaço de papel precioso que te dá direito ao sonho: segundos na
frente do escritor, uma foto para posteridade e um autógrafo para olhar para
sempre.
Esse ano, quando avisaram que certo autor campeão de vendagem de livros
teria somente 300 senhas, já desanimei! Só no dia que ele foi haviam 95 mil
pessoas no evento! Cerca de 5 mil delas chegaram cedo e queriam um autógrafo
dele. Portões quebrados, sapatos no chão, meninas desmaiadas e pessoal da
organização levando dentadas para conseguirem lhe roubar o desejado crachá.
Retrospectiva Beatles? Rock in Rio já começou? Não, um escritor! Nunca poderia
imaginar que veria essa cena!
Rafa e Carina Rissi |
Por um lado acho o máximo, escritor ser pop star, ter que andar com
segurança na Bienal, até Maurício de Sousa e Ziraldo não conseguiam dar um
passo sem gritos de histeria! Não que eles não mereçam, mas em anos de Bienal a
cada edição que passa os gritos são maiores.
Em 2009 fiquei 5 horas na fila para ter a senha de Meg Cabot e faria
tudo de novo, mas mesmo naquele ano acho que a entrada foi mais light do que
esse ano.
Esse ano consegui todos os autógrafos que queria, no estande da Record
achei muito legal a autora Carina Rissi — uma fofa! — ter uma fila de mais de 6
horas a esperando! Eu mesma fiquei muito tempo para ser atendida e adorei
conhecê-la!
Também fui feliz ao conhecer Emma Donoghue, autora de O quarto, de uma simpatia ímpar. Eu
cheguei atrasada porque estava em um evento, e ela já havia subido para área
reservada, mas com a ajuda dos lindos da editora que perguntaram se ela poderia
me atender, ela abriu o sorrisão, disse que sim e pronto: virei mais fã!
Chegar perto de alguém que escreveu aquela história que te tocou é uma
alegria sem palavras. E sim, esse texto é para dizer que mesmo cansada, em 2015
ficarei na fila novamente para ver quem gosto, porque, no final, toda
trabalhada no Dorflex, ainda acho que vale a pena ! ;)
Rafa tietando Emma Donahue |
11 comentários:
Vc é fã profissional, Raffa! rs
Eu tietei menos esse ano pq estava trabalhando, mas adorei conhecer todos os autores que passaram pelo estande do Grupo Record, especialmente o fofo do Corey May, que autografou meus games e hq de Assassin's Creed <3
Bjs, lindona!
Fala sério, não importa o quão cansativo seja, nós não resistimos a uma fila hahaha
Costumo dizer que a Bienal é meu Rock In Rio, e claro, melhor ainda porque não só chegamos perto de quem tanto adoramos, como podemos abraçá-los e ter nossa foto e autógrafo.
Lindo post Raffa, adorei mesmo.
E QUE VENHA 2015 ♥
Beijos,
Mariana
magialiteraria.net
Realmente amiga, agora Bienal para conseguir o tão desejado autógrafo, não tem jeito... Temos que passar pela fila. É cansativo, mas depois que temos o livro autografado, a fotinho... Vale à pena.
Bjs
http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/
É... Bienal virou uma maratona... Só os fortes entende... Os fortes e fãs fiéis de leituras deliciosas... Sei que parece loucura, mas sei que depois fica aquele gostinho de quero mais e que se precisasse fariamos tudo novamente!
Olá, Raffa. Tudo bem?
Adorei sua postagem.
Eu fiquei boquiaberta com o tumulto para o "tal" autor.
Você esqueceu de dizer no seu post que até vômitos tinha perto do estande da editora ):
Eu desisti da fila exatamente por isso! Eu não aguentei ver aquele cenário de "horror" hahahaha.
Sobre a Emma, eu fiquei muito triste. Eu queria tanto conhecê-la. Falam que o livro dela é muito divo, e livros divos são demais!!! hahahaha
Eu sinto que eu fiz tanta coisa, mas ao mesmo tempo parece que eu não aproveitei nada nessa Bienal. ):
Vou me programar ainda mais para a próxima :)
Abraços!! :)
Oi, Raffa!
Mais um excelente texto seu! Sempre fico encantada de como você consegue passar toda a emoção através das palavras. Acho que nunca te contei mas comecei a seguir o teu perfil por causa da tua garra em perseguir seus sonhos e conseguir todos os milhares de autografos e fotos que você sempre consegue. Acho isso inspirador. Porque nunca é fácil mas nem por isso você desiste e acompanhando essa sua maratona na Bienal nós vimos mais uma vez sua força. Já te falei me realizo por tabela com essas suas incursões ao mundo da fantasia seja ela literária, musical ou artística! \o/
Beeeeeeeeeijo
Eu não tenho esse pique de ficar horas na fila, mas acho o máximo quem tem. É muito lindo de ver. Acompanhei sua jornada esse ano na Bienal e adorei!
Parabéns!!!
Muito legal a sua postagem. Pois é, o dia mais tumultuado foi no dia 31, mas consegui alcançar as metas de autógrafo. E com certeza, a próxima Bienal estarei firme e forte a procura de senhas e claro em filas gigantes rs
No final tudo valeu muito a pena e agora o que fica são as fotos e a saudade daquele paraíso.
Bjs
Realmente sofremos muito com filas, espera, tensão, gritos histéricos, empurra empurra,... Mas tudo vale a pena para ter o autógrafo e a foto com os nossos queridos escritores. *-*
Na Bienal de 2015 também estarei lá novamente fazendo tudo de novo, pois a recompensa é boa demais!
Beijos,
Gabi Lima
Pois é, e quantas vezes eu sai correndo do colégio para chegar a tempo de conseguir senha? kkk'
Lembro de ja ter matado aula só para poder ir autografar um livro kkkk..
Amei seu texto amiga! Sempre arrasando!
Beijos.
Esse ano eu decidi ser a louca da Tietagem, mas, obviamente, não cheguei no nível Raffa ninja de ser, porque essa mulher consegue estar em três lugares ao mesmo tempo, só pode! E, olha, eu percebi que vida de fã ´´e mesmo uma tristeza, até a hora de ver o nosso autor amado bem de pertinho, e perceber que valeu a pena mesmo assim. sofri horrores para Nicholas Sparks, mas, olha, não me arrependo!
Postar um comentário