29 de jun. de 2015

Tons da Galera: Love wins

Sexta-feira passada, dia 26, testemunhamos mais um capítulo da História sendo escrito: a Suprema Corte americana aprovou o direto de pessoas do mesmo sexo se casarem pela Constituição, uma grande vitória para o movimento dos direitos homossexuais nos EUA.

O mundo da moda, é claro, não demorou a se pronunciar. As marcas, mídias e celebridades fashion usaram suas páginas de Facebook e Instagram para apoiar a decisão, e podemos dizer que foi a sexta-feira mais colorida e cheia de amor dos últimos tempos nas mídias sociais (estávamos precisando, né não?).


Valentino, Rachel Zoe, Nars, Instyle: algumas dos primeiros posts comemorando a notícia

De modelos, como a britânica Cara Delevingne, que havia falado sobre sua sexualidade e seu namoro com a cantora St. Vincent à edição da revista "Vogue" dos Estados Unidos de julho ("Levou muito tempo para eu aceitar a ideia, até que, aos 20 anos, eu me apaixonasse por uma garota e reconhecesse que tinha de aceitar isso"), a grandes publicações como Vogue e Instyle, blogs como o de Rachel Zoe, marcas de beleza como Nars e de moda como DVF e Valentino, todos comemoraram a vitória do amor.

A aposta é que o assunto ainda vá render muito. Segundo notícia do site FashionMag nesta segunda-feira, a marca de cosméticos Lush, conhecida pela ética e engajamento em causas como meio-ambiente e direitos humanos (a marca inclusive não testa em animais e vende aqui no Brasil pela internet, oba!), traz uma campanha que promete movimentar as redes. Com a pergunta: "E se o seu amor fosse ilegal?", a empresa incentiva seus clientes a publicarem selfies em prol da igualdade com a hashtag #GayIsOk. A campanha da Lush começou na quinta-feira e vai até o dia 5 de julho, e pretende arrecadar 250 mil libras. Parte do dinheiro será convertida para entidade All Out, ativista da causa e outra quantia para grupos LGBTs inscritos através do All Out.

Apesar do engajamento, a marca não poderá vender o sabonete vedete da campanha (que sai por R$17,20) em pelo menos 100 das suas lojas, pois em alguns países ainda é crime ser gay. O caminho a ser trilhado, como se vê, ainda é longo, e por essas e outras a Tons da Galera quis estender o colorido e as belas manifestações de solidariedade do fim de semana para essa segunda-feira com imagens de apenas algumas das muitas e muitas homenagens a essa conquista. Love wins!


Vogue, DVF e o sabonete da Lush: Gay is OK.



26 de jun. de 2015

Papos de sexta: Quando o Não faz parte do SIM!


Meg Cabot mais uma vez serve de inspiração para minha coluna. Ah, ela, sempre ela. A reportagem da Cosmopolitan desse mês contando como ela se tornou uma autora de sucesso me fez parar e pensar na vida.

A autora, que já vendeu milhões de exemplares mundo afora, trabalhou por volta de dez anos em outra área para hoje poder viver só de escrita. Esse tema no Brasil é quase um tabu. Em um país com alto índice de desemprego, como dizer aos seus pais que você vai ser escritora? Como largar uma carreira bem-sucedida na área em que se formou para ganhar menos porque se descobriu feliz no meio das letras e quer respirar isso? Muitos dos autores que entrevisto para o meu blog (A Menina que Comprava Livros) contam que o dia a dia deles ainda se divide entre a profissão que os sustenta e a paixão pela escrita. Muitos estão há anos na estrada, mas ainda não deixaram de publicar livros independentes e sonham em ver nas livrarias seus livros ao lado dos gigantes nacionais e internacionais da literatura.

Há os que já conseguiram “ chegar lá”, hoje tem seus livros publicados em grandes editoras e já podem pagar suas contas com a venda dos exemplares. Quando me relatam isso, o sorriso fica maior que o rosto e esse é a prova do sonho realizado. Mas, como toda profissão, há os que tiveram sucesso e os que ainda não. Pode bater o desânimo, olhar para o exemplar e dizer que talvez ele não seja tão bom assim, mas quem julga isso? Antes de chegar ao leitor, o livro passa por muitas mãos e, certamente, a própria Meg Cabot também achou que venderia uns livros para família e só. E aposto que vibrou ao vê-lo na lista dos mais vendidos.

Com tantas ferramentas novas e com os e-books pipocando, é mais fácil se autopublicar, mas a gente sabe que o sonho mesmo é chegar às livrarias e ver aquela fila te esperando, com leitores dizendo que amaram seu livro. É comprar o jornal e ler que seu livro está na lista dos mais vendidos. Infelizmente, como tudo na vida, há mais ofertas que demanda. Nem sempre o escritor sonhador vira uma Meg Cabot. Em um contexto brasileiro, entendo que algumas das musas dos aspirantes a autor (e poderia citar as que conheço de perto: Paula Pimenta, Patricia Barboza, Carina Rissi e Marina Carvalho) deem um impulso ainda maior a esses que sonham. É como se, ao vê-las, quem quer chegar lá dissesse: “eu também posso, eu também quero”. E todas elas, mesmo depois de tantas e imensas filas para conhecê-las, parecem às vezes não acreditar que as senhas acabaram, que os leitores viraram fãs e que as selfies pipocam quando chega a vez de ser atendida.

Por essas e outras que acho Meg Cabot inspiradora, com suas entrevistas, com seus livros sensacionais e com sua garra.


A vida é feita de muitos “nãos” até chegar a um “sim”! J  

25 de jun. de 2015

Galera entre letras: Quem disse que contos de fadas são coisa de criança?

No qual eu falo sobre contos de fadas. Nem sempre a vida é cor-de-rosa pros personagens...

Outro dia saiu uma matéria muito interessante sobre contos de fadas que combatem a visão preconceituosa de que eles seriam (apenas ou sempre) historinhas pra crianças, ou de que contos de fadas incentivam — ou reforçam — preconceitos (sobretudo, os de gênero), ou, ainda, que pregam a passividade e a submissão. Nada mais errado do que dizer isso (e nas próximas colunas eu vou provar pra vocês!)
Mas até lá — e já que as férias estão chegando — que tal a gente conhecer (ou se lembrar de) contos de fadas com “algo mais”?! Desta vez, vou mostrar três livros escritos originalmente em inglês, e, na próxima coluna, vamos falar de livros escritos em português (aceito dicas de quem tiver!).

O primeiro livro é de uma das minhas autoras preferidas, JANE YOLEN. Ela já teve alguns livros infantis traduzidos para o português, mas até agora não vi nenhum de seus contos de fadas publicados por aqui. O livro Not One Damsel in Distress: World Folktales for Strong Girls [algo como Aqui Não Tem Donzelas em Perigo: Folclore Mundial para Garotas Fortes] já agrada só pelo título. Tem como não amar?! E a Jane Yolen é uma contadora de histórias maravilhosa, que volta e meia é comparada ao próprio Hans Christian Andersen.
Aqui Não Tem Donzelas em Perigo é uma coletânea de histórias do mundo todo (sobretudo, europeias) que mostra uma outra versão dos contos de fadas, na qual o girl power é elevado à enésima potência! É um livro fininho, e eu considero uma ótima introdução ao estilo da autora, que escreveu um dos meus recontos preferidos, Briar Rose, uma versão da Bela Adormecida que une os contos de fadas a um tema muito triste e sério: o holocausto e a ascensão do Nazismo na Alemanha.

O segundo livro que eu quero indicar é de um autor bem conhecido também — GREGORY MAGUIRE —, que ficou muito famoso por escrever continuações das histórias do Mágico de Oz. O livro mais famoso é Wicked, que virou até musical! O Gregory tem alguns livros publicados por aqui, mas Confessions of An Ugly Stepsister [numa tradução livre, Confissões da Irmã Adotiva Feia] ainda é inédito. E vale a pena ler! Será que “a irmã adotiva” do título fez você se lembrar de alguém? Bom, se você pensou nas irmãs da Cinderela, acertou!  O livro reconta a história da bela Cinderela sob o ponto de vista da irmã adotiva e feinha. E também fala de como é conviver com irmãos, filhos de pais diferentes. O mais interessante do livro é a chance de refletir sobre as aparências e sobre as relações familiares.

O último livro que eu queria indicar é de um dos meus autores favoritos de todos os tempos, GRAHAM JOYCE, e é um ótimo livro pra quem não curte tanto assim a ideia de fadas-madrinhas ajudando mocinhas indefesas, ou de príncipes que casualmente encontram princesas adormecidas na floresta. Some Kind of Fairy Tale [numa tradução livre, Meio que um Conto de Fadas] é uma história curiosa, mas que também faz pensar: a protagonista do livro some durante 20 anos (o livro mostra um pouco do que acontece com a família, de como é lidar com a perda de alguém, por isso tem uma pegada bem realista), mas o problema é que, depois de 20 anos, ela volta (literalmente batendo à porta da casa dos pais) e com a mesma aparência que tinha ao desaparecer! O que é que pode ter acontecido com ela? E quais são as consequências de seu retorno (que, obviamente, vai mexer um bocado com os familiares e até com o ex-namorado)? Essas são as perguntas que a gente se faz ao ler o livro e nem sempre as respostas agradam.



E quem gostou dessa ideia de recontar os contos de fadas pode dar uma olhadinha numa coluna antiga, na qual traduzi “seis contos de fadas para a mulher moderna”, da Renee Lupica.


Por hoje é só. Espero que vocês gostem das dicas. E até a próxima! 

19 de jun. de 2015

Papos de sexta: Toda forma de amor

Junho, o mês dos namorados, chegou com polêmica. Uma propagando do Boticário dividiu opiniões ao mostrar três casais se preparando para presentear um ao outro no Dia dos Namorados com produtos da marca. Um homem e uma mulher, dois homens e duas mulheres protagonizaram o comercial que foi embalado com a trilha sonora de Lulu Santos em “Toda forma de amor”.

O que mais achei interessante na polêmica acionada pelo comercial foi o fato do debate ter sido gerado. Só aí, o Boticário já mandou muito bem. Vender perfumes e produtos para pagar as contas é essencial, mas vital foi acionar a discussão sobre um tema que poderia ser menos polêmico se apenas tivéssemos respeito um pelo outro.

A galera do Grupo Editorial Record tem muito orgulho de promover livros que levantam a bandeira do respeito. E eu tenho muito orgulho de ser uma parte disso, mesmo que indiretamente. E é lindo saber que não somos os únicos. Existem diversos autores e autoras pelo mundo escrevendo cenas românticas lindas que não contam com “beijo gay”, mas com beijos; que não retratam “casais homossexuais”, mas casais apaixonados.

Livros como Dois garotos se beijando (David Levithan) e  George (Alex Gino) são necessários não somente porque são bem escritos, mas porque trazem assuntos atuais e que precisam ser abordados. Acho que a partir do momento que o rótulo “gay” cair, o preconceito vai começar a tropeçar também.

Por falar em George, no mesmo mês que o comercial saiu, Bruce Jenner – padrasto das Kardashians – se assumiu trans. Agora seu nome é Caitlyn Jenner e mais questões foram levantadas sobre a galera transexual. É importante entender que existe uma diferença entre orientação sexual e identidade de gênero. Enquanto o primeiro é sobre por quem nos sentimos atraídos, o segundo é sobre como nos sentimos sobre nós. Ou seja, um homem pode gostar de mulher, mas não se sentir bem no seu próprio corpo masculino e querer se tornar uma mulher. (Galera mais entendida do assunto, corrijam se eu estiver errada, ok?)

Imagina não se sentir bem em sua própria pele. Agora imagina passar por isso enquanto pessoas de mente pequena te julgam e caçoam abertamente, faltando com todo o tipo de respeito. Complicado, né? Agora imagina que existem milhares de pessoas que passam por isso, que vivem isso todo santo dia. 

Infelizmente, nem todos serão aceitos como Caitlyn está sendo, nem terão os recursos que ela tem para fazer sua transformação. Nem todos serão abertamente felizes como os casais no comercial do Boticário. Mas e se cada um de nós, independente da orientação ou identidade, praticasse ter mais tolerância com o que é diferente, ter respeito por tudo e todos? Não faria a vida de todos muito mais fácil?

Claro que a polêmica está longe de acabar, mas pelo menos está sendo debatida, lida, comentada. Gerações diferentes estão sentando juntas para abordar a realidade: hoje em dia, com a informação na palma da mão, não deveríamos ser julgados por quem queremos ser ou amar. Nem deveríamos julgar.


No tal comercial, não rolou o “beijo gay”, mas trocas de olhares repletas de carinho e cumplicidade. E abraços apertados. É, o mundo precisa de mais abraços.

11 de jun. de 2015

Galera entre letras: Quem tem Medo dos Irmãos Grimm?

No qual eu falo sobre contos de fadas e as peças que nossa memória nos prega...

Outro dia eu estava vendo algumas anotações de cursos antigos que fiz sobre contos de fadas e fiquei pensando sobre a minha motivação para estudá-los. Eu gosto de ler etc., mas por que estudar especificamente os contos de fadas e não outro subgênero da ficção fantástica? (Era esse tipo de pergunta que eu me fazia enquanto via as minhas anotações a caneta, em folhas amareladas pelo tempo.)
E aí eu me lembrei de uma frase do Neil Gaiman que eu adoro(eu não lembrava direito, por isso, fui procurar) do livro que eu mais gosto dele: Coraline, e que diz mais ou menos isso em português: “Os contos de fadas são mais do que verdadeiros --- não porque nos falem sobre a existência de dragões, mas porque nos dizem que dragões podem ser derrotados.”


Bom, pra quem gosta de frases motivacionais, eu acho que essa citação é uma frase e tanto! E o Gaiman dizia que tinha lido essa frase num outro autor britânico, chamado G. K. Chesterton (que escreveu um pouco sobre contos de fadas e até se arriscou numa distopia --- O Homem que Era Quinta-Feira. Um Pesadelo ---.) É dos meus autores preferidos, mas eu nunca tinha lido aquela frase dele, citada pelo Gaiman. Bastaram alguns minutos na Internet pra descobrir que o Gaiman citou a frase “meio de cabeça” e a modificou um pouco na hora de escrever no livro, embora mantivesse o “espírito” do texto original, porém --- mais importante até do que isso --- era o fato do Chesterton ser um dos autores preferidos do Terry Pratchett (autor de Pequenos Deuses, publicado pela Bertrand Brasil), e de o Terry até ter feito uma versão damesma frase do Gaiman,que foi publicada num artigo muito legal sobre “crianças e ficção fantástica”.
E como eu sou especialista em divagações, meu texto de hoje --- que deveria ser Quem Tem Medo dos Irmãos Grimm, pra falar um pouco do preconceito que as pessoas (erradamente) têm contra contos de fadas por considerarem uma leitura “inútil”, “escapista” ou “fantasiosa” --- começa justamente com dragões derrotados e vai se estender pelas próximas semanas, discutindo a partir de agora “pra que servem os contos de fadas?” (se é que eles REALMENTE precisam servir para alguma coisa).
E já que estamos falando de memória também, confesso que não me lembrava do texto do Pratchett, que mantém o espírito do texto original do G. K. Chesterton e reafirma a importância dos contos de fadas para a formação das crianças. (E o texto original do Chesterton? Onde está? Bom... isso aí vai ser papo pra outra semana!)

Quando as Crianças Leem Fantasia (1994)
A fantasia clássica pode apresentar o oculto às crianças, mas de maneira mais saudável do que seria o caso em nossa estranha sociedade. Se falam para você sobre vampiros, é bom que, ao mesmo tempo, falem sobre as estacas. 
[...].
Portanto, não vamos temer que as crianças leiam fantasia. Ela éo adubo da mente saudável. Estimula brotos de curiosidade, e há algumas evidências de que uma vida interna rica em fantasia é tão boa e necessária quanto o solo saudável para uma planta, pelas mesmas razões.
A fantasia é a dieta adequada para a alma em crescimento. Toda a vida humana está ali: um código moral, um sentido de ordem e, algumas vezes, criaturas verdes, grandes e poderosas, e com dentes. Há outros livros para leitura, e eu espero que as crianças que começam com a fantasia sigam em frente e os leiam. Eu fiz isso. Mas todo mundo tem que começar em algum lugar.
Um dos grandes contistas populares do início deste século foi G. K. Chesterton. Ele escrevia numa época em que os contos de fadas eram atacados pelas mesmas razões que os livros agora podem ser discretamente proibidos em algumas escolas por conter a palavra “bruxa” no título. Chesterton dizia: “A objeção aos contos de fadas é que eles dizem às crianças que dragões existem. Mas as crianças sempre souberam da existência de dragões. O que os contos de fadas ensinam às crianças é que se pode matar os dragões.”




















Chesterton, Pratchett, Gaiman: autores que sabem como matar os dragões.


5 de jun. de 2015

Papos de sexta: Beleza encontrada


Você já deixou de ler algum livro por preconceito com o autor, tema ou gênero? Eu quase cometi esse erro uma vez, mas antes de contar a minha história — e correr o risco de ser julgada por todos — eu vou adiantar o final: o livro tornou-se um dos meus favoritos ;)

Eu leio bastante e há bastante tempo, e tenho uma ideia do que me agrada ou não. Esse autoconhecimento tem dois lados: o bom é que eu tenho mais chances de acertar nas minhas escolhas, o ruim é que eu não arrisco tanto nas minhas leituras. E quando eu soube que Beleza Perdida era um romance motivacional — e me atrevo a dizer, um romance cristão — eu quase passei adiante.

Lembro que eu dei uma busca na palavra “Deus”, ao iniciar a leitura no Kindle, apenas para checar quantas vezes ela apareceria — 41 vezes, para quem ficou curioso —, e tive receio de que a autora fosse pregar a sua fé em vez de contar uma história. Mas era tanta gente elogiando o livro que eu decidi dar uma chance, e o resultado foi inesperado: eu amei o livro, tanto que recomendei para vários leitores — de todas as crenças e leitores sem crença alguma.

Beleza Perdida não restaurou minha fé na religião, mas restaurou minha fé na humanidade — e acredito que todos nós precisamos disso no mundo atual. Uma história de amor ao próximo, de acreditar em si mas confiar também no outro. Uma história de superação que ficará para sempre comigo!

Amy Harmon me mostrou a essência de um verdadeiro herói e me deixou pensando:  às vezes, os livros que não queremos ler são os que mais precisamos naquele momento. Vale investigar o porquê da resistência e, se infundada, dar uma chance a eles. A única coisa que temos a perder é tempo, mas corremos o risco de encontrar uma bela história — assim como eu encontrei ;)

1 de jun. de 2015

Tons da Galera: Cannes

Maio foi o mês do charmoso Festival de Cannes, que esse ano perdeu parte do encanto por causa de uma polêmica totalmente desnecessária. Parece que a organização do festival não anda muito atualizada e proibiu algumas mulheres de andar no tapete vermelho sem salto alto! Foi o bastante para o bafafá ser armado. Atrizes como Emily Blunt saíram em defesa dos flats, o Twitter e o mundo engrossaram o coro, e Thierry Frémaux, delegado geral do evento, pediu desculpas. Um mico, ou, no caso, faux pas.


As Elsas: Izabel, Naomi e Sienna entre as muitas que optaram pela paleta gelada. 

Quanto aos looks, em sua maioria foram corretos e glamorosos. Sienna Miller, uma das juradas, como sempre acertou com jovialidade dentro e fora dos eventos. Diane Kruger também acertou em cheio, e ao lado de Charlize Theron e Naomi Watts, as duas também sempre au concours, parece ter reforçado que Cannes 2015 foi das loiras elegantes e meio geladas, no melhor sentido Grace Kelly. Ou Elsa. Não sei se sou eu, mas parece que a paleta de cores de Frozen influenciou, e muito, as escolhas. Tons que se repetiram exaustivamente foram o gelo e o azul-claro, e nas coloridas (ou seriam Annas?), o amarelo e tons de magenta.


As Annas: Salma Hayek e Kendal Jenner de roxo e Charlize e Izabel de amarelo. 

Mais frescor veio por conta da já onipresente (mas não tanto quanto a irmã mais velha Kim) Kendal Jenner, voltando ao azul bem claro, num vestidinho do tom que também vestiu Diane Kruger e  que dá um novo significado para a sigla lbd: little blue dress. Com ar sessentinha.


O novo lbd, ou little blue dress em Kendal Jenner, Léa Seydoux e Diane Kruger. 

No tom Frozen que parece nunca se esgotar (não que estejamos reclamando), esperamos que o festival ano que vem adote o lema Let it Go e deixe as moçoilas usarem o sapato que bem entenderem.