Minha mãe sempre fala que nesses tempos de internet nos exibimos demais,
que todo mundo sabe aonde fomos, aonde iremos, o que vestimos, o que compramos
, com quem estamos... Basta uma foto, e estamos lá marcadas no Instagram,
curtindo um status ou check in no foursquare. Um twitter público pode ser lido
por tantas pessoas que nem imaginamos, e a cada retweet, a chance de alguém ver
algo que você escreveu é ainda maior. Claro que isso é bacana quando queremos
divulgar algo, mas quantas vezes já não postei uma coisa e me arrependi? Já
deletei fotos de amigos que, depois de um tempo, percebi que não tinha mais
nada a ver com a minha vida.
Mas nos acostumamos a viver assim. Não leio um livro sem postar no
instagram — que, lógico, é devidamente sincronizado com Facebook e Twitter. Não
vou mais ao cinema sem tirar foto do ingresso e colocar hashtags por todos os
lados incluindo nome dos atores do filme e do cinema em que estou. E, como eu, você
que está lendo essa coluna pode fazer o mesmo e nem se tocar que eu posso saber
mais sobre a sua vida do que aquela sua tia idosa que não acessa a internet.
Só que vale pensar até onde vão as barreiras da exposição? Até onde é
bacana mostrar o que você fez, o que comeu... E como saber se estamos
exagerando na dose? Essa semana me questionei sobre isso porque amo escrever em
blogs, adoro fazer amizades virtuais e dou muito valor às meninas que conheci
através da paixão por livros; no Facebook, quase sempre aceito os convites de
amizade de pessoas que acompanham os blogs para os quais escrevo e nunca vi problema
nenhum em ter cada vez mais amigos, virtuais ou não.
Acontece que a gente se prepara para as curtidas, para os retweets, para
os comentários positivos, mas é muito complicado quando uma pessoa te ataca
gratuitamente. Como é isso? Eu explico, não é raro alguém entrar covardemente,
como anônimo, e fala mal do post. Mas o pior é quando fala mal de mim como se
me conhecesse, querendo me atingir. Muitas amigas disseram para eu esquecer,
para não dar atenção, mas quando vi que acontecia com mais blogueiros, e eles
também estavam se chateando com isso, resolvi me abrir. Gostaria de mostrar que
todos nós já passamos ou podemos passar por situações como essas, e, como tudo
na vida, há coisas que nos atingem mais, e outras, menos.
Nesse caso, eu me aborreci um bocado. O tal anônimo, além de criticar o
texto, dizia que eu era uma pessoa sem talento (entre outras coisas que não
divulgarei aqui, pois não cabe a mim usar palavras chulas). O que não entendo é
o que leva as pessoas a fazerem isso. Críticas são sempre bem-vindas, você pode
— e deve — dar mil e um argumentos se um blogueiro fala mal de um livro que
você ama; mas nosso direito termina quando o do outro começa. Toda discussão
literária é bem-vinda desde que seja construtiva, e não depreciativa.
Por isso gostaria de lembrar a vocês que mãe está sempre certa! Portanto,
cheguei à conclusão de que também acho que me exponho demais, mas amo esse
mundo digital e literário. Gosto desse contato, e não é porque alguns sem graça
acham bacana diminuírem o que fazemos que devemos pensar em desistir. Isso vale
para mim e, claro, para vocês ;)