10 de mai. de 2013

Papos de Sexta: O Patinho Feio, por Frini Georgakopoulos


Em busca de um tema para esta coluna, me foi sugerido comentar o primeiro clássico que li quando criança. Quando penso na leitura da minha infância, a primeira história que me vem à cabeça estava em uma edição enorme de contos de fadas. Ilustrado de forma clássica, o livro era a coisa mais linda e foi presente do meu pai. A ilustração que mais me marcou foi a de um belo cisne usando uma coroa dourada que ficava ao final da história “O Patinho Feio”.

Quando era pequena e minha mãe leu pra mim o conto, lembro de pensar “bem feito! Quem mandou tratar mal o patinho? Agora ele é lindão”. Anos mais tarde, já na faculdade de artes cênicas, um dos trabalhos de final de ano era adaptar um conto de fadas com histórias pessoais. Eu fiz um monólogo baseado no mesmo conto, mas o “moral da história” já era diferente pra mim. Coragem, autenticidade e personalidade estavam à frente da adaptação.

Já comentei esse tema – ou similares - aqui no blog porque acho que ele faz parte não somente da adolescência, mas da vida. É possível e até comum passar muito tempo e gastar muita energia tentando pertencer a um ambiente ou a um grupo que pode ser o nosso oposto. Na escola ou no trabalho, é normal sentir a necessidade de ter que se omitir para se enturmar, mas será que deveríamos?

Em “O Patinho Feio”, o protagonista é tratado mal não por ser feio, mas por ser diferente, por estar fora do padrão estabelecido e tentar de tudo para fazer parte dele. Ele era um cisne em meio a patos, uma beleza no meio de mediocridade, mas não queria ficar sozinho, queria ser igual. É normal passarmos anos nos sentindo patos e não cisnes... e nem sempre a maturidade chega com a idade. Demorou para eu entender que sou um cisne, que não preciso omitir partes que considero importantes e valiosas da minha personalidade para me encaixar em padrões pré-estabelecidos... por quem mesmo?

Demorou para eu encontrar a minha turma, e o melhor é que ela não é composta só por cisnes ou patos. E é por isso que eu a adoro e sempre cabe mais um. O mundo não é composto só por esses dois, mas é marcado por quem tem coragem de fazer a diferença. E para brilhar, para usar a coroa, o essencial é ter certeza e orgulho de quem você é, seja cisne ou pato. Para ser feliz, não é necessário ser o melhor, o maior, o mais incrível. Tudo que precisamos é nos aceitar, é estar bem na nossa própria pele, gostar de quem vemos no espelho.

Então está aqui o meu comentário sobre o primeiro clássico que li quando criança e que me marcou até hoje, “O Patinho Feio”. Para que tentar se encaixar se você nasceu para se destacar?

3 comentários:

Raffafust disse...

Frini

Super me identificando! Já fui muito patinho mas mais tarde a gente descobre que pode ser Cisne ou um lindo pato!
Nâo temos que ser iguais, que seguir padrões, temos que ser felizes.
Isso basta

beijos

Mari disse...

Descobrir que a gente não precisa se anular pra pertener a um grupo e ser feliz é uma das coisas mais difíceis, principalmente na adolescência. Passei anos querendo ser um pato, mas hoje acho que finalmente me aceitei como cisne hahahahahah
Parabéns pela coluna, Frini!
Beijos

Vivi Maurey disse...

Frinoca, amei a coluna!

Eu tive épocas e épocas, rs. Ainda não sei muito bem como me encaixo...
Mas isso sim é muito importante:

"Para ser feliz, não é necessário ser o melhor, o maior, o mais incrível. Tudo que precisamos é nos aceitar, é estar bem na nossa própria pele, gostar de quem vemos no espelho."

E estou satisfeita e feliz demais pq é assim que me sinto quando me olho no espelho. E é isso que importa mesmo. ;)

Bjão!