Vocês sabem o que é poetry slam? Eu não fazia ideia, mas quando li o romance de estreia
de Colleen Hoover fiquei encantada.
Diferente dos tradicionais saraus, os slams são eventos de poesia onde
prevalece a competição. Vão desde noites de “Microfone Aberto”, onde qualquer
um pode se inscrever na hora e recitar poesias próprias ou de outros autores,
até concursos como o “National Poetry Slam”, que reúne os maiores talentos dos
Estados Unidos e Canadá.
Nos slams,
os poetas apresentam seus textos — sozinhos ou em equipes — e são avaliados
pela forma e o conteúdo de suas performances, por um júri composto de pessoas
da plateia. Os candidatos geralmente apresentam textos ensaiados, mas os
finalistas devem improvisar a partir de sugestões do público. Nada fácil! rs
O pioneiro nessa modalidade foi o trabalhador da
construção civil e poeta Marc Smith, que realizou uma série de leituras em um
clube de jazz de Chicago, em 1986. O poetry
slam se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos e ganhou notoriedade em Nova York , ao integrar o
programa de um conceituado café cultural. As competições se intensificaram, até
que em 1990 ocorreu o primeiro “National Slam”.
Considerado um dos mais importantes movimentos da
década de 90, o slam resgatou a
tradição oral e reafirmou a poesia como arte performática. Existem algumas
traduções possíveis para o termo, batida
é uma delas e remete à influência da cultura hip-hop. Os dois movimentos
surgiram no mesmo período e muitas performances guardam semelhanças com o rap
até hoje.
O poetry slam
vem crescendo em toda a América, inclusive no Brasil, mas existe o pessoal do
contra. Os acadêmicos acreditam que submeter a poesia à competição é
enfraquecê-la, e que não devemos levar o slam
a sério. Eu penso que ele pode aproximar as pessoas da poesia, torná-la mais
acessível.
O movimento foi bem recebido pelos jovens, que
enxergam no slam uma força de
democratização. Essa geração de poetas é politizada, seus textos frequentemente
abordam preconceitos e injustiças, bem como outros tópicos atuais.
Nesse momento em que a liberdade de expressão está
ameaçada, essa pode ser uma forma interessante de protestar e manifestar sua
opinião. Sem violência, mas com bastante emoção :)
PS: Uma busca rápida no YouTube revela milhares de
vídeos de poetry slam. Katie Makkai e
Sierra DeMulder são duas das minhas slammers
favoritas, mas eu não poderia deixar de fora o vídeo em que Marty Schoenleber
apresenta um dos poemas de “Métrica”. Não tem legenda, mas basta consultar a
tradução em um exemplar do livro. O nome do poema é Lake :)
3 comentários:
Oi Tita
Nem sabia que existia isso O.o
Mas achei muito legal!
Quem sabe a moda não pegue por aqui? Por sinal,estou louca para ler esse livro desde que vc me indicou ;)
Beijos
Super torço para essa moda pegar :) E leia o livro, mas prepare os lencinhos de papel! rs Bjs!
Atrasada, mas cheguei! Não curto muito poesia, mas admiro demais os bons poetas - sejam eles clássicos ou contemporâneos. Acho tão difícil colocar os sentimentos em forma de poesia, mas acho louvável quem consegue. E não deixar ser uma coisa antiga, chata, é essencial para a cultura de hoje, de amanhã e e de sempre. Curti a coluna, Tita! :)
beijocas
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