“Cory Doctorow é coeditor do blog sobre tecnologia
Boing Boing e ex-diretor da Electronic Frontier Foundation da Europa, uma
organização que defende a liberdade na rede. Ele escreve colunas para as revistas Make, Information
Week, e para o Guardian online. Ganhou o Locus três vezes, foi indicado
aos prêmios Hugo e Nebula, foi vencedor do Campbell e indicado como uma das 25
pessoas mais influentes da web pela Forbes, e como um Jovem Líder Mundial pelo
Fórum Econômico Mundial. É autor, ainda, de O pequeno irmão, e espera que você
use a tecnologia para mudar o mundo.”
Essa é biografia de Cory Doctorow em seu mais recente
romance lançado pela Galera, Cinema Pirata, que acaba de sair nos Estados
Unidos. Polêmico? É pouco. Cory se autoproclama um ativista pela liberdade na
internet e perguntou aos que assistiam sua palestra na Fliporto, em Recife,
qual seria a diferença entre “comprar um livro e emprestar para alguém” e “comprar
um ebook e emprestar para alguém”? E por que você pode levar seu livro impresso
para casa, pro trabalho ou pra escola, mas não pode colocar o ebook que comprou
no seu tablet, celular e e-reader? Cory é contra a DRM (Digital Rights
Management) e a favor do copyleft, que não tem nada a ver com domínio público, e todos os seus livros têm licença
Creative Commons - para fins não comerciais uma obra pode ser distribuída.
Suas opiniões sobre propriedade intelectual podem até
parecer exageradas para nós, brasileiros, que ainda estamos dando os primeiros
passos no mercado digital. Mas o ebook veio pra ficar e com ele todas as
questões levantadas por Cory. Na trama de Cinema Pirata, um adolescente que
vive de baixar frames de filmes na internet para criar seus próprios filmes
recebe o maior de todos os castigos: ficar sem internet. Neste mundo a
pirataria é combatida com um fanatismo assustador, mas há ainda os que acreditam na liberdade da informação. Há os que são capazes
de tudo para defendê-la... Como Doctorow.
Não tem como ler
um pouquinho sobre o autor e sua obra sem pensar: Quais são afinal os
limites da internet, uma rede que na teoria foi criada para ser livre? Faz
cinco dias que me despedi de Cory, em Recife, e ainda estou pensando nisso,
pendendo cada hora para um lado, mas certa de que o mundo precisa de muitos
Corys para fazer a gente pensar mais e melhor.
Um beijo da Ana
(p.s. Cory é também muito simpático, tem um filha de quatro anos e sempre vai na ComicCon - ah, ele adorou picanha!)
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