Lembro bem como foi. Era horário
de almoço, vários problemas esperando solução no trabalho, e eu resolvi sair
uns 10 minutos antes para almoçar. 2012, mas não lembro o mês exato. Passando
pela famosa Cinelândia — centro do Rio — rolava a feirinha de livros que
acontece ali de tempos em tempos. Parei na minha barraca preferida, onde
conhecia todos: a da Record. Entre centenas de livros superbaratos — coisa de 5
a 10 reais — eu o vi, peguei, li a sinopse e uma senhora do meu lado disse para
eu levar que eu iria amar. Foi o que fiz. Na volta para casa naquele mesmo dia,
o metrô demorando, a plataforma cheia, sentei no banco para aguardar um trem
mais vazio, e então, com o livro ali, eu o abri. Comecei a ler e acho que cheguei
pelo menos na página 50, quando me dei conta de que o trem não estava mais
cheio e de que eu poderia ter embarcado. Na verdade, minha viagem tinha
iniciado fora do vagão, Emma Donaghue, uma até então desconhecida autora me
tocou na primeira página, eu precisar terminar aquele livro, o que de fato era
o tal do Quarto? O que era a vida de Jack e de sua mãe?
Terminei o livro horas depois, de
madrugada, postei em todas as redes sociais o quanto estava encantada, como uma
criança protagonista de uma história, ao mesmo tempo tão forte e tão ingênua,
tanto da parte da mãe quanto da do menino, me ganhara. Sempre que podia,
recomendava o livro, mas poucas pessoas o tinham lido, pelo menos as que eu
conhecia. Optei por conversar com pessoas no blog e com outros que tinham feito
a resenha no Skoob, e vi o quanto o livro e as palavras da autora nos deixavam
desconcertados.
Em 2013 ela veio ao Brasil, para
Bienal do livro do Rio, na mesma hora que ela estaria autografando eu
apresentaria um evento, um único dia, e eu não conseguiria vê-la. Pedi ao
marido de uma amiga para pegar meu autógrafo, pelo menos assim ficaria menos
triste. No final do evento que eu apresentei corri para o estande do Grupo
Editorial Record e vi os cabelos ruivos de Emma lá em cima. Com a ajuda dos
lindos da editora, eu a vi, falei com ela, agradeci pela história e lhe dei um
abraço. Simpática, ela me agradeceu.
Esse ano, quando o filme O Quarto
de Jack foi lançado nos cinemas, eu corri para ver, e já assisti duas vezes,
assim como reli o livro outras três. Para mim foi maravihoso ver que tudo que
imaginei virou filme; o ator que faz Jack é perfeito, parece de verdade o
menino de apenas 5 anos que narra o filme. E a
mãe? Aposto que ganha o Oscar, isso porque também concorre como Melhor
filme, já pensaram se ele ganha a estatueta?
O fato de ter virado filme me
deixou feliz porque permitiu que mais pessoas tenham interesse pela história
que eu sempre amei, mas que poucos conheciam quando eu falava. Somente esse mês
mais de 20 pessoas me procuraram para falar que viram o filme e lembraram de mim, isso não é
mágico? Minha boca de urna funcionou!
Para completar, a resenha do
livro em meu blog bateu todas as visualizações do mês! Fiquei extremamente
satisfeita de ver como o filme angariou interesse para o livro, e em saber os detalhes sensacionais de uma história que tinha tudo para
ser triste, mas, com o talento da autora, virou algo lindo e sensível, uma
paixão e a demonstração de como é intenso o amor ‘entre mãe e filho.
Por favor, leiam <3 p="">