Eu tinha uns 11 anos quando os conheci. Naquela época era o
máximo assistir MTV, e eu
nem imaginava que iria ao meu
primeiro show de Rock, até porque
meu sonho até então era ir ao
show de uma banda chamada New Kids on the Block. Eles também estariam no mesmo festival, mas, naquele ano, meu pai estaria trabalhando com uma banda que eu nem conhecia. Apesar disso, no jornal só se falava deles: Guns n´Roses.
Se você não se lembra do New Kids basta dizer que eles eram o que os Backstreet Boys, o N´sync, ou o One Direction, foram ou são no quesito "as mina pira". Eu nem lembro direito como meu pai me
convenceu a ir com ele no ensaio. Estava um sol escaldante, e eu lá no palco via meu pai trabalhar horas e horas. Lembro de um ruivo passando em um roupão de banho, de uns caras tatuados... depois de uma hora de ensaio eu nem lembrava mais o que era
um "Step by Step" (música mais famosa do New Kids). Eu estava fissurada por aquela banda e aguentei firme e
forte até o show, que terminou de madrugada. Infelizmente, na hora do show da banda, menores não podiam estar no palco, então meu pai chamou
minha tia para ficar comigo nas cadeiras do estádio enquanto ele continuava lá
monitorando.
Desse dia em diante eu não queria saber de outra
coisa: eram CDs comprados, livros e pôsteres por todo o quarto, todos bem caros porque eram importados. Meus pais ficaram impressionados em como eu comecei a tirar notas boas no inglês: eu me esforçava para entender as letras e ler as biografias,
então não poupava nos estudos com as letras do Guns n' Roses.
No ano seguinte eles viriam ao Brasil de novo, e eu queria muito ir ao show. Chorei muito quando minha mãe disse que não me levaria de
jeito nenhum. Foi então que em um almoço de domingo, no qual sempre comíamos na casa de meu falecido
avô, ele apareceu na sala com uma camiseta muito apertada
da banda, uma bandana na cabeça, um anel de caveira que mal dava nos seus dedos gordos e um ingresso na mão dizendo que amava a banda e que ia levar uma pessoa especial no show com ele.
Eu chorava muito e choro até hoje com saudades do meu avô e
desse seu ato. Fui ao show com a esposa dele e claro que foi mágico.
Passados os anos a banda ficou um bom tempo sem vir ao
Brasil, e os integrantes foram mudando um a um. O retorno deles ao
país só aconteceria em 2001! Jamais deixei de ouvir as músicas deles. Fazem parte da minha vida.
A cada fora do ex eu ouvia "Don´t Cry", todo namoro que começava eu já sonhava em entrar na igreja
com "November Rain" e, quando estava com raiva, eu colocava nas alturas "You could be mine". Se a vida da gente tem trilha sonora a minha era
essa.
Em 2010, 2011 e agora em 2014 eles voltaram ao país; já
assisti a todos os 6 shows deles. Nunca consegui chegar perto do rebelde
vocalista que não curte muito contato com os fãs, mas sempre que sei o hotel vou
atrás dos demais membros e é sempre tão emocionante ser recebida por eles! Cada
autógrafo, cada sorriso perguntando o nome ou qual minha música preferida... é
como se eu estivesse nas nuvens. Sabe aquelas coisas que acontecem que preciso
me beliscar?
Essa coluna não foi falando de livro - apesar de ter mais de
10 livros deles! rs - mas sim da banda que amo, daquela que, mesmo passado o
tempo, é só eu ouvir que me sinto com 11 anos outra vez. Se você é fã de alguém
assim, sabe do que estou falando. Esse texto é em homenagem a todos os
integrantes da banda chamada de "mais perigosa do mundo" sejam os atuais ou exs,
porque todos moram no meu coração <3>