No filme, um asteroide chamado Matilda vai colidir com a Terra em alguns dias, e a última tentativa de modificar essa rota de colisão falha. Esse é o fim da humanidade. Todos aqueles planos para o futuro são tão inúteis agora quanto os feriados em dia de domingo. A realidade do fim dos dias é tão cruel, que é mais fácil continuar as vidas como se nada fosse diferente; como se a ficha ainda não tivesse caído. Afinal, fazer tudo o que você sempre quis antes de morrer pode ser impossível. As companhias aéreas não estão mais disponibilizando voos, os telefones estão se desligando, tudo perde o sinal, aos poucos, e aquela sua ideia maravilhosa de visitar o Egito e a Grécia no fim dos dias fica, a cada segundo, mais distante. Nem gasolina nos postos se acha mais. Só diesel.
O que você faria se soubesse que só te restam duas semanas de vida? É a pergunta a qual todos são submetidos, durante o filme. Mas, na verdade, o único grande questionamento da história é bem mais simples que isso. Com quem você quer passar os últimos dias de sua vida? Se você souber responder, talvez acredite que as pessoas não morram sozinhas, afinal :)
Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo (Seeking a Friend for the End of the World, 2012) é trágico e parece bem dramático — e é! risos —, mas o tom é de comédia e diverte do início ao fim. Não tem como não se identificar com a riqueza de cada um dos personagens. Todos eles têm seus questionamentos sobre a morte, sobre o fim do mundo e o fato de saberem que vão morrer em tal hora de tal dia. Alguns vão querer continuar vivendo como se nada fosse acontecer, indo ao trabalho e voltando para casa, mantendo a rotina; outros vão surtar, quebrar a casa, as ruas e as pessoas. Muitos vão se matar; alguns do jeito tradicional, outros nem tanto. Vocês vão entender o que estou falando quando assistirem ao filme. E alguns vão simplesmente se perder ainda mais na solidão, como é o caso de Dodge, o protagonista. Questionando até o fim o sentido da vida e os detalhes inúteis com que as pessoas parecem se importar tanto. Qual apartamento escolher? A cortina tem de ser azul ou vermelha? Esse ou aquele emprego? Escolhas que na atual perspectiva não parecem ter mais nenhum valor. E a verdade cruel é que nenhuma delas importa mesmo. Mas a gente só enxerga isso diante da morte.
É lindo demais, chorei pra valer. Emociona com sutileza, sabe?
Mas sabe o que é mais bizarro? Tem uma cena (calma, não é spoiler) que a personagem da Keira Knightley tem de abandonar rápido o apartamento e ela corre para os discos de vinil que herdou do pai, recolhe alguns e diz 'adeus' para os outros, triste, porque teve de abandoná-los. Isso me fez pensar tanto...
Eu já me imaginei várias vezes tendo de escolher o que colocar numa mochila caso tenha de sair às pressas de casa por conta de um apocalipse zumbi, risos. Sério. Já perdi o sono por causa disso (veja na minha coluna sobre zumbis e vai entender melhor a minha loucura!). Mas, nesse caso, eu teria esperanças de sobreviver, então seria um kit para levar adiante, para a vida pós-apocalíptica, sabe? Mas quando se trata de um asteroide que vai acabar com a humanidade, não há esperanças. A única coisa que eu poderia colocar numa mochila seria para as últimas horas de vida. A Penny, do filme, escolhe os discos de vinil e nem sabe se vai encontrar um toca-discos na viagem, que ela vai fazer durante as últimas horas, para escutá-los.
O que eu escolheria? Já pensei nos meus livros prediletos (e me toquei que eles não estão no meu iPad — o que facilitaria a minha vida na hora de carregá-los), no meu notebook (com fotos, músicas, livros, minhas próprias histórias e duas horas de bateria), nos meus diários — que carregam toda a minha vida desde que eu tinha 8 anos —, no meu violão e até na possibilidade de levar apenas um caderno e uma caneta.
Duvido que minha conclusão atual seja a mesma que eu teria se tivesse nessa situação.
Você já pensou sobre isso? O que levaria numa mochila para passar os últimos dias na Terra?
Eu já me imaginei várias vezes tendo de escolher o que colocar numa mochila caso tenha de sair às pressas de casa por conta de um apocalipse zumbi, risos. Sério. Já perdi o sono por causa disso (veja na minha coluna sobre zumbis e vai entender melhor a minha loucura!). Mas, nesse caso, eu teria esperanças de sobreviver, então seria um kit para levar adiante, para a vida pós-apocalíptica, sabe? Mas quando se trata de um asteroide que vai acabar com a humanidade, não há esperanças. A única coisa que eu poderia colocar numa mochila seria para as últimas horas de vida. A Penny, do filme, escolhe os discos de vinil e nem sabe se vai encontrar um toca-discos na viagem, que ela vai fazer durante as últimas horas, para escutá-los.
O que eu escolheria? Já pensei nos meus livros prediletos (e me toquei que eles não estão no meu iPad — o que facilitaria a minha vida na hora de carregá-los), no meu notebook (com fotos, músicas, livros, minhas próprias histórias e duas horas de bateria), nos meus diários — que carregam toda a minha vida desde que eu tinha 8 anos —, no meu violão e até na possibilidade de levar apenas um caderno e uma caneta.
Duvido que minha conclusão atual seja a mesma que eu teria se tivesse nessa situação.
Você já pensou sobre isso? O que levaria numa mochila para passar os últimos dias na Terra?
Vivi
ResponderExcluirEu queria muito ter visto esse filme esse final de semana mas infelizmente ele não estava passando perto de casa...preguiça falou + alto.
Mas pensando no que vc perguntou se eu tivesse que sair de casa voando eu acho que tacaria na mochilas:
1- O cd Greatest Hits do GUNS N ROSES, mesmo que não tivesse onde ouvir queria tê-lo por perto
2- Dois livros que amo demais
3- Um porta-retrato onde estou com meus dois avôs que já se foram
4- Meus remédio de alergia
5- Minha necessaire
6 -Um cachecol
7- um casaco
8- Lenços de papel ( kleenex)
9- Meu celular - mesmo que nao fosse funcionar po mt tempo
10 - a chave de casa, sempre na esperança de voltar
kkk acho que isso
bjos